**Capítulo 5: A Queda de Brenner Souka**

O dia que Brenner Souka tanto antecipou finalmente chegou. Com uma coragem que ele mal sabia possuir, decidiu confessar seus sentimentos a Jéssica durante o recreio. A expectativa e o nervosismo tomaram conta de sua mente, mas a perspectiva de finalmente ser honesto com ela superava qualquer receio das agressões habituais, que já não o atingiam mais como antes. Jéssica era sua esperança, seu farol, e ele acreditava que ela poderia vê-lo além das aparências.

Contudo, a realidade que Brenner encontrou foi devastadora. Ao expressar seus sentimentos, Jéssica apenas olhou para ele com desdém e riu. As palavras que se seguiram foram como punhais, perfurando o coração já fragilizado de Brenner. Ela o insultou, chamando-o de "gordo" e "gigante obeso", afirmando que jamais namoraria um "monstro" como ele. Cada insulto desferido era um golpe cruel, e Brenner sentiu lágrimas quentes brotarem em seus olhos enquanto Jéssica terminava sua humilhação jogando água sobre ele antes de se afastar sem olhar para trás.

Paralisado pela dor e pela vergonha, Brenner ficou ali, imóvel, observando Jéssica se afastar, levando consigo qualquer esperança que ele nutrira. A rejeição e o escárnio o empurraram ainda mais profundamente no abismo da depressão, que agora o consumia por completo. Ele sentiu uma fúria silenciosa e desesperadora crescer dentro de si, manifestando-se em um brilho fraco e flamejante em seus olhos, um reflexo de sua dor interna.

Sem rumo, Brenner começou a caminhar para casa sob uma chuva torrencial que logo começou a cair. Não se importava com a chuva, nem com o frio que penetrava seus ossos. Naquele momento, a ideia de sucumbir a uma gripe ou febre parecia quase um alívio, uma escapatória do sofrimento que parecia insuportável. Para Brenner, a determinação parecia um conceito distante, uma invenção de criaturas que nunca haviam enfrentado a verdadeira dor e desespero.

Enquanto caminhava, encharcado e abatido, Brenner se entregava a pensamentos sombrios, questionando sua própria existência e o valor de sua vida. Sentia-se uma sombra, uma presença indesejada em um mundo que não lhe oferecia nada além de dor. Naquele momento, o jovem Zombiano lutava para encontrar qualquer resquício de esperança ou força dentro de si, sem saber que, mesmo na escuridão mais profunda, ainda havia a possibilidade de um novo amanhecer.

Brenner SoukaOnde histórias criam vida. Descubra agora