República Popular Democrática da Coreia,
Mesmo dia, mesmo horário.Foram poucas as vezes na vida em que Taehyung sentira medo. Na verdade, havia parado de se importar há muito tempo. Fofocas sobre sua vida romântica e familiar, boatos sobre sua personalidade difícil de lidar, sussurros sobres suas falhas ou sobre as pessoas com quem se envolvia eram coisas que já havia se acostumado a lidar e não conseguia mais ligar para nada daquilo. Não ligava para mais nada ou ninguém além de si mesmo.
A última vez que lembra-se de sentir medo foi quando ainda era um garotinho. Talvez medo do bicho papão ou medo do escuro. Sim, estes o assombraram por muito tempo, mas nada que o fizesse entrar em pânico.
Mas quando viu Jeongguk desacordado em seus braços com um tiro no meio das costas, Taehyung entrou em pânico. Taehyung sentiu medo. Taehyung teve medo de falhar.
Suas mãos tremiam enquanto trazia o corpo desacordado para mais perto de si, tentando ouvir o manter consigo. As lágrimas caíam sem pudor, e os soluços sôfregos escapavam sem que pudesse fazer nada.
Não. Isso não pode estar acontecendo.
— J-Jeongguk? Pelo amor de Deus, fique aqui comigo. — cobriu o corpo do mesmo com seus braços e viu Seokjin cambalear, mancando até cair em sua frente. Notou a gravidade da ferida na perna do soldado.
— Seokjin, você está bem? — questionou preocupado, mas o militar parecia focado demais no estado de Jeongguk, afinal, nunca havia o visto assim.
Jeon Jeongguk nunca era atingido.
Seokjin encara o Kim nos olhos com seriedade, ao notar o estado de pânico de Taehyung.
— Precisamos ir embora daqui, seu voo já vai sair! — alertou.
— N-Não vai dar tempo. Me dá a chave. — pediu tentando manter a calma, mas ao ver o semblante relutante do soldado, exclamou. — Me dá logo a porra da chave! Você também está machucado, acha que vai conseguir dirigir assim?!
No final, as chaves forem entregues a Taehyung com certa preocupação. O Kim ajudou Seokjin a carregar o capitão para dentro do Jipe e logo depois se direcionou até o banco do motorista e ligou o motor.
Sem nem enxergar a estrada direito dado as lágrimas que embaçavam sua visão, Taehyung acelerou com tudo quando seus olhos bateram com o semblante pálido de Jeongguk, pelo espelho retrovisor.
Não podia deixar nada acontecer com ele.
Diminuiu um pouco a velocidade quando viu uma grande placa apontando para duas direções. Uma indicava o Aeroporto de Sunan, e a outra levava para Sariwon.
— Tem um hospital lá? — perguntou apressado. Jin arregalou os olhos.
— O quê? Hospital? Você tem que ir pro aeroporto, agora! — repreendeu.
— Tem ou não tem?! — cortou, impaciente.
Suspirou e assentiu. Taehyung arrancou o carro fazendo a curva até a direção oposta ao aeroporto.
— Não faça isso, Taehyung. Vá para o aeroporto primeiro, depois eu-...
— Não! E se ele morrer antes disso, hein?! — soluçou. As pontas dos dedos estavam brancas dado a força que segurava o volante, como se não conseguisse manter o próprio equilíbrio se o soltasse. Iria aguentar, não iria surtar agora. Tinha que salva-lo.
— Para que lado agora? — fungou.
— Esquerda. — Seokjin suspirou. Não concordava com as decisões de Taehyung, mas estava impotente demais para fazer algo. Ofegou quando o automóvel se virou com força, dado o jeito agressivo com que Taehyung fizera a curva. — Desse jeito ele nem morre pelo tiro, e sim por acidente de carro! —murmurou ao prender o cinto de segurança.
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Crash Landing - Taekook
RomanceKim Taehyung é um empresário sul-coreano de sucesso, e Jeon Jeongguk, um oficial de elite do exército norte-coreano. Tudo se inicia quando Taehyung, durante um voo de parapente, é arrastado por uma tempestade e acaba pousando acidentalmente na zona...