Até que o Orgulho nos Separe

Honestidade e Mentira

Finalmente... Finalmente vou divorciar do Adrien Agreste e acabar com esse casamento falso.

— Marinette, sua vez de assinar... — o advogado disse, e eu rapidamente peguei a caneta da mão do meu ex-marido. Ah, que maravilha pensar que ele é meu ex-marido.

Eu estava deslumbrante em um vestido preto coladinho, adornado com pérolas brancas, e meu batom vermelho marcante realçava minha confiança. Cada detalhe do meu visual foi cuidadosamente escolhido para este momento de celebração. A inspiração na princesa Diana não foi acidental; eu queria transmitir força e elegância. Hoje, não era apenas um divórcio; era um renascimento.

Olhei para Adrien, que se sentou à minha frente, e dei um sorriso de lado. Ele parecia um pouco perdido, e não pude deixar de notar a maneira como engoliu em seco ao olhar para meus lábios. Ri baixinho, satisfeita por ter causado esse efeito nele. "Babaca..." pensei, enquanto o papel na minha frente parecia brilhar como uma promessa de liberdade.

— Você não precisa fazer isso, Marinette — ele disse, sua voz tensa, como se tentasse resgatar algo que já estava perdido.

— Não, Adrien, eu realmente preciso. — Assinei meu nome no papel de divórcio, cada letra me libertando um pouco mais das correntes que me mantinham presa a um casamento que nunca foi real.

Nós dois éramos um belo casal aos olhos do mundo, mas o que havia por trás das câmeras e dos sorrisos era uma parceria baseada apenas em interesses empresariais. Quatro anos de falsidade, e finalmente a máscara estava caindo.

O advogado pegou o papel, e pude sentir o cheiro da liberdade no ar. A sala se tornava um espaço pequeno para tudo o que estávamos deixando para trás.

— Está tudo pronto, Marinette. Você já pode se retirar.

Eu respirei fundo, permitindo que a adrenalina tomasse conta. Era o momento em que a vida realmente começava.

— Ótimo! Então é isso — exclamei, já imaginando tudo o que estava por vir.

Levantei-me e, ao passar por Adrien, nossos olhares se cruzaram. Um silêncio pesado pairava entre nós, e eu sabia que ele estava prestes a dizer algo, mas não queria mais ouvir. Virei-me e fui em direção à porta, a sensação de libertação me envolvendo.

— Espere… você vai como? — ele perguntou, ajeitando seu terno, que parecia tão bem ajustado quanto seu orgulho.

— Vou de carro — respondi, dando de ombros, determinada a não deixar que ele me detivesse.

— Nesse caso, é nosso carro. Viemos juntos. — A voz dele tinha um tom de desafio, como se tentasse reafirmar alguma posse.

— Puta merda, eu esqueci... Bem, vou dirigir então! — falei, pegando a chave do bolso dele com um movimento rápido. — Vamos logo!

O clima entre nós, apesar de carregado de ressentimentos, tinha uma estranha familiaridade. Nos quatro anos que estivemos casados, aprendemos a conviver e, em algumas situações, até a desenvolver uma certa simpatia um pelo outro, mesmo que escondida sob a camada de desprezo.

Adrien entrou no carro primeiro, a expressão no rosto misturando raiva e resignação. Era um reflexo de tudo que tínhamos vivido. Assim que sentei ao volante, o cheiro familiar do interior do carro invadiu meus sentidos, lembrando-me dos caminhos que percorremos juntos.

— Apenas não faça nenhuma loucura — ele murmurou, enquanto eu girava a chave na ignição.

— Você conhece minha reputação de motorista? — respondi com um sorriso travesso, desafiando-o a me reprimir. — Prepare-se!