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Caminhei pelo aeroporto com a confiança de uma verdadeira empresária poderosa. Usava uma mala de mão da Louis Vuitton e um conjunto social preto, complementado pelo batom vermelho que dava um toque extra ao meu look. Claro que não podia esquecer dos acessórios: brincos, anéis — exceto o de casamento — e um colar de ouro delicado com um pequeno diamante vermelho que brilhava sob as luzes.

Logo avistei Adrien em pé, segurando uma mala de rodinhas com uma das mãos enquanto falava ao celular com a outra. Ele estava simples e charmoso, vestindo calça preta e camisa social branca, o que realçava sua presença de uma forma surpreendente.

Engoli em seco, mas mantive a elegância enquanto caminhava até ele.

— Sim... cuide-se bem, vovó... volto na próxima semana... — ouvi-o dizer com um tom calmo, enquanto batia o pé no chão, parecendo impaciente e concentrado na ligação.

Aproximei-me, parando ao seu lado e cruzando os braços, chamando sua atenção. Adrien me olhou de cima a baixo, seu olhar percorrendo cada detalhe antes de finalmente parar em meus lábios, claramente atraído pelo batom vermelho intenso.

— Tchau, vovó... — ele encerrou a ligação, guardando o celular no bolso com um leve sorriso no rosto. — Chegou atrasada.

Revirei os olhos, cruzando os braços com uma expressão firme. 

— Que mentira. Ainda faltam quinze minutos para o avião aterrissar.

Ele soltou uma risada curta, mas logo seu olhar caiu em minhas mãos, e seu rosto assumiu uma expressão de curiosidade. 

— E o anel de casamento? — questionou, com uma sobrancelha arqueada ao notar a ausência da aliança no meu dedo.

— Deixei em casa. — Respondi friamente, sustentando seu olhar. — Não sou obrigada a usar algo que já não tem valor.

Adrien deu um passo à frente, invadindo meu espaço pessoal, seus olhos cravados nos meus com uma intensidade desconcertante. 

— Então acha que nosso casamento não teve valor? — perguntou, sua voz baixa e firme, como se estivesse me desafiando.

Soltei uma risada irônica, desviando o olhar.

— Acho que valor é algo relativo, Adrien. E o nosso acabou há muito tempo.

Ele riu de leve, um sorriso cheio de autoconfiança. 

— Talvez para você. Mas eu ainda acho que tem muito entre nós que você não quer admitir.

Engoli em seco, mantendo a pose, mas sentindo meu coração acelerar. Ele sempre sabia como mexer comigo, mesmo quando eu me esforçava para manter distância.

— Acredite, Adrien, não há nada aqui que valha a pena lembrar. — Respondi, dando um passo para trás para recuperar meu espaço.

Mas ele apenas sorriu de forma provocadora. 

— Veremos se consegue manter essa postura até o final da viagem, Marinette.

Senti um arrepio percorrer minha espinha. Essa viagem prometia ser muito mais intensa do que eu imaginava.

Uma hora depois, finalmente entramos no avião VIP. Eu procurava minha cabine, que ficava afastada dos outros passageiros, me permitindo um espaço privado para relaxar e observar o céu pela janela.

— Aceita um champanhe? — perguntou a aeromoça, e eu aceitei de imediato, sentindo-me confortável.

Enquanto o voo ainda se preparava para decolar, aproveitei para abrir meu notebook e revisar os dados de vendas da nossa empresa, a M&A. Mal podia esperar para fundar minha própria empresa e sair debaixo dessa parceria com Adrien.

Até que o Orgulho nos Separe Onde histórias criam vida. Descubra agora