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O frio vento da noite balançava as cortinas brancas, enquanto a luz noturna entrava pela janela iluminando o quarto vermelho do jovem garoto

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O frio vento da noite balançava as cortinas brancas, enquanto a luz noturna entrava pela janela iluminando o quarto vermelho do jovem garoto. Sirius Killing dormia tranquilamente, seus cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro macio coberto por um tecido vermelho de cetim. Era comum para o garoto dormir cedo, ele gostava de acordar de manhã e tomar um bom café amargo, (diferente da maioria dos adolescentes que acordam bem tarde) se arrumar e passar o dia em sua rotina. 

Acordar durante a noite pelos pesadelos constantes era algo que também acompanhava a rotina do pobre garoto, afinal, se você ver sua querida e amada mãe sendo morta, não é muito comum agir como se nada tivesse acontecido.

Era em um desses terríveis pesadelos que o Killing se encontrava no momento, o corpo ensanguentado aos seus pés, os olhos sem vida, os cabelos castanhos arrancados de sua cabeça. Ele levantou assustado, colocou a mão sobre o peito, sentindo seus batimentos cada vez mais rápidos. 

O garoto olhou para a janela aberta, enxergando o quintal de sua casa, o único local daquele inferno que gostava. Ele se levantou, cobrindo seu corpo com um roupão avermelhado que estava perto de sua cama, já que usava apenas uma blusa branca de cetim e uma calcinha da mesma cor, algumas coisas não mudaram após a transição.

O acastanhado descia as escadas calmamente, não queria acordar seu pai e madrasta, eles já estavam muito furiosos por ter chegado tão tarde naquele dia (ou dia anterior, ele não sabia ao certo que horas eram). Passou pela porta da cozinha que dava para o lado de fora da casa, para o pátio de dança de sua mãe. Quando o garoto era bem pequeno, sua mãe rodopiava pelo lugar, murmurando uma música feita por ela.

- Des yeux qui font baisser les miens, un rire qui se perd sur sa bouche - ele murmurou, movimentando seu corpo de um lado para o outro - voilà le portrait sans retouche, de l'homme auquel j'appartiens... - 

Ele não sabia, mas a Deusa da noite o assistia, abençoando aquela pobre alma que tanto sofreu em sua vida, as estrelas brilhando ainda mais forte para concretizar essa ação. 

- Quand il me prend dans ses bras, qu'il me parle tout bas - ele continuou cantando baixinho, deslizando seus pés nus pela fria cerâmica - je vois la vie en rose, il me dit des mots d'amour... - e ele via a vida cor de rosa, como ele amava aquela canção - Des mots de tous les jours, et ça me fait quelque chose. - o belo garoto de olhos castanhos se sentou sobre um dos bancos de pedra que havia no lugar, olhando para as flores de lavanda plantadas por toda a parte, as preferidas de sua mãe - 

Ele soluçou, começando a chorar, as grossas lágrimas escorrendo por seu rosto pálido. Estava muito sentimental ultimamente, chorava com a menor mudança de humor. 

- Mamãe, não aguento mais isso, está difícil seguir sem a senhora... - ele olhou para o céu escuro - porque me abandonou? - 

Perguntas que nunca seriam respondidas saíram pelos lábios do garoto naquele dia, mas infelizmente, seus olhos estavam muito embaçados para perceber a raiva e devoção nos pares de olhos um pouco distantes dele enquanto desabafava para o céu sobre seus problemas. 

Sagrado Profano - ᵇᶦˡˡʸ ˡᵒᵒᵐᶦˢ & ˢᵗᵘ ᵐᵃᶜʰᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora