Escutei o barulho de um estralo. Em seguida vi o sangue esguichar na parede e o corpo deslizar para o chão, e os olhos dele me encarando durante o processo. Não gritei, nem chorei.Não soube o que sentir até que senti uma mão fria no meu ombro. Me virei e encarei Alex com o rosto respingado de sangue.
Não supliquei, nem foi preciso de mais nada para ele me tomar nos braços. O pedaço de madeira caiu rente ao chão.Desmoronei.
Me senti culpada...
Eu menti, menti para ele... para o Alex, mas ele voltou, para mim.
- Se acalme, eu estou aqui...
Não conseguia respirar.
Meu pai nos observava do chão, me julgando por ser fraca e estar chorando de forma copiosa. Não sabia o que pensar, estava tudo embaralhado na minha mente, onde estaria minha mãe e irmã agora?Longe, espero. Bem longe deste pesadelo.
- Julietta...
Eu não ouvia nada além de um zumbido insistente...
- Julietta...
Ele segura meu rosto, e somente aí eu vejo seu rosto. Ele está horrível, precário...
- O que...?
- Presta atenção em mim, ok?
- Ok.
- Você vai trocar essa roupa, limpar seu rosto e ir para o carro, tudo bem?
- Ah, sim - Após a sua fala vejo que eu estava repleta de sangue.
- Vamos, rápido, agora Ju...
Ele me entrega sua blusa e sua jaqueta e eu peço que ele vire de costas, antes de me trocar, viro o rosto de meu pai para o outro lado da sala.
Fico com apenas a roupa íntima e visto a blusa e jaqueta de Alex.Quando termino o aviso, ele me leva para fora com cuidado para que não me machuque com a porta quebrada e os cacos de vidro jogados aos quatro cantos.
Ele praticamente me carrega até o carro, minha visão está nublada ainda.
Quando abro a porta do carro a luz me cega no primeiro instante, e, quando olho para alex, sinto vontade de chorar novamente, vejo sua barriga enfaixada com a faixa avermelhada, tirando todos os outros machucados superficiais.
São todos por minha causa.
Eu sou tão egoísta....
Eu o puxo pelo pulso, ele percebe a minha intensão e me aproxima para um abraço com o cuidado com seus machucados.
Ninguém diz nada, não há necessidade. Esse ato já diz muito.
Eu o amo.
Me afasto e olho nos olhos, e coloco minha mão em seu maxilar delicadamente, como se ele pudesse quebrar no mínimo toque.
Ele olha para mim com seus olhos tão escuros e se aproxima.Nossas bocas se encontram, com a ansiedade de como se fosse a primeira vez que se tocam.
Ele me segura firme, apesar de tudo e eu apenas suspiro, sabendo que ele não vai sair do meu lado...
Iniciamos o ósculo lentamente, experimentando a sensação de carinho e cumplicidade do ato.
Suas mãos partem do meu cabelo à minha cintura como uma serpente me prendendo cada vez mais ao seu corpo.
Me preocupo com seu ferimento, mas ele não parece se importar, já que cola nossos corpos como se sentisse a necessidade de nos conectar.
Não o julgo. A sensação de pertencer a ele é inebriante.
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Mi Casa És Tu Casa
RomanceSeria verídico o meu sofrimento, ou algo ilusório que criei no meu subconsciente? Minha vida é uma corda bamba. Sorria e acene, esse é meu lema. Mas na noite do dia 31 de Outubro, minha vida foi brutalmente jogada em prova, ficar entre vida e a mort...