Mia And The Voyage Of The Dawn Treader || My Best Friend (2)

O Mago

Mia abriu os olhos devagar. Estava começando a clarear mas todos ainda dormiam, inclusive Edmundo que estava à sua frente, com as mãos levemente entrelaçadas nas da garota. Mia sorriu e acariciou a mão do namorado. Soltou devagar e se virou, para ficar mais confortável. Fechou os olhos. Demorou alguns segundos, mas abriu-os de novo.

“Essa não. De novo não.”

Mia esfregou os olhos e observou novamente o lugar em que dormiam. O pano ao seu lado estava vazio, apenas com alguns livros em volta. Demorou alguns segundos para processar. Então levantou-se e chacoalhou Edmundo e Caspian, tentando sussurrar :

- Ei, Ed... Ed acorda! Caspian!

Edmundo abriu os olhos e a encarou, sonolento

- É a Lúcia, ela sumiu!

Edmundo despertou de repente, olhando para todos os lados. Caspian imediatamente ordenou que os homens se levantassem e fossem à procura da garota. Edmundo percebeu que no chão haviam grandes pegadas. Pareciam pés humanos, apesar de serem grandes demais. Formavam um caminho irregular para dentro da ilha. O lugar era repleto de árvores e campos verdes que apareceram logo que saíram da praia. Chegaram num lugar que mais parecia um jardim gigante, apesar de parecer inabitado.

- Olhem! – Edmundo chamou – A adaga da Lúcia

A adaga estava jogada na grama. Mia sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha quando uma lança passou do seu lado e se fincou no chão. Outras lanças surgiram de repente, quase acertando todos. Os homens empunharam suas espadas, mas aparentemente não havia com quem lutar.

- Parem aí mesmo, ou morrerão

Uma voz misteriosa falou. De repente Caspian derrubou a espada no chão e segurou o rosto como se tivesse levado um soco, mesmo sem haver ninguém ali. O mesmo começou a acontecer com os homens em volta. Num impulso, Mia pegou a mão de Gael e correu para se esconder atrás de uma árvore. Apertou a espada que carregava na cintura. Por que não conseguia fazer nada?

Edmundo se desequilibrou com um golpe alheio e sua espada se moveu no ar, voltando-se contra ele, como a maioria das outras espadas.

- Que tipo de criatura são vocês? – Caspian perguntou

- Grandes – a voz invisível respondeu – Com cabeça de tigre e o corpo de... hum...

- Um tigre diferente – outra voz falou

- Isso! – várias vozes concordaram

- Não querem se meter conosco! - disseram

- Senão? – Edmundo perguntou

- Senão os estraçalharemos com nossas garras

- Atravessaremos vocês com nossas presas

- Rasgarei vocês com os meus dentes

Mia soltou a bainha da espada devagar. As criaturas foram aparecendo à medida que falavam. E não eram nada como estavam se descrevendo. Eram na verdade anões feios e velhos, com uma perna só e um pé enorme. Estavam em duplas ou trios, um em cima do outro, em volta de todos

- E eu os morderei com os meus caninos

- Ou melhor – Edmundo interrompeu – Nos esmagarão com seus barrigões?

As criaturas se entreolharam, sem entender. Caspian segurou o riso. Os homens os olhando de cima a baixo.

- Nos farão cócegas com os dedos dos pés?

Um dos anões se desequilibrou nos outros dois que o seguravam e caiu no chão. Edmundo aproveitou a oportunidade para pegar sua espada e apontá-la para a criatura. Caspian não conseguiu conter a risada. Alguns de seus homens riram junto. Mia saiu devagar detrás da árvore com a garotinha. Soltou uma risada nervosa. Era disso que ela estava com tanto medo?