O Porto Estreito

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- Está ouvindo isso?

Lúcia sorriu para Mia. A garota ouvia o canto suave vindo de cima da proa do navio. As duas subiram até a proa, se deparando com um de seus velhos amigos, um pequeno rato, que cantava :

“ Onde o céu é o mar se juntam

Doces ondas lá espumam

Não duvide, RipChip

Para achar o que procuram

Para o leste sempre rumam

Não duvide, Ripchip... “

- Que bonito! – Lúcia falou

O Rato, que estava bem na ponta da proa, quase caiu com o susto

 - Oh, me desculpem, não as vi aí

 - Não queríamos te assustar – Mia disse – Mas a música é bonita mesmo

 - Obrigado – RipChip foi até elas – Uma dríade cantou pra mim quando eu ainda era um filhote. Nem imagino o que significa, mas nunca esqueci a letra

Lúcia sorriu, admirando o mar à sua frente

 - O que você acha que fica à leste das Ilhas Solitárias, Rip? 

- Bom, dizem  que o mais longe que se pode chegar é o fim do mundo. O País de Aslam

- País de Aslam? – Mia e Lúcia se olharam e olharam de volta para o rato

- Você acredita que esse lugar exista? – Lúcia perguntou

- Só nos resta acreditar – o rato respondeu 

- Então acha que dá pra navegar até lá?

- Bom, só há um jeito de descobrir… Eu só espero que um dia eu possa vê-lo.

Mia sentiu um leve arrepio na espinha. Existiria mesmo esse tal lugar? Era possível chegarem lá? Será que Aslam estaria lá? A garota observou o mar à frente, sentindo a brisa leve bater em seu rosto. Era uma mistura de emoções e sentimentos que Mia não sabia explicar. Alguma coisa estava diferente dessa vez… algo que ela não sabia dizer o que era.
                    
                              ~ ○ ~

Depois da conversa com Rip, Mia e Lúcia desceram até o convés, onde Edmundo e Caspian duelavam. Os homens da tripulação do Peregrino da Alvorada estavam amontoados em volta, gritando e torcendo. Caspian atacou, Edmundo desviou e atacou. O tilintar das espadas se misturou com o grito dos homens em volta, até os dois acabarem com as espadas uma no pescoço do outro, assim, terminando o duelo. 

- Você ficou Mais forte, meu amigo! - Caspian disse, arfando 

-Parece que sim - Edmundo sorriu

- Ahem – Mia interveio - É uma pena que ele não me vence

Edmundo a olhou com um sorriso debochado 

- E desde quando você sabe usar uma espada?

- Ah, eu treinei um pouco da última vez que estivemos aqui e sinto muito lhe informar... mas eu sou muito boa

Mia cruzou os braços de forma confiante. Edmundo a encarou, desconfiado

- Tudo bem, eu posso não ser tão boa – Mia replicou – E fazem alguns meses... mas eu aposto que te venço 

- Está me desafiando?

Ela sorriu e pediu a espada para Caspian, que entregou com um sorriso incrédulo. Todos os homens em volta gritaram de empolgação. Edmundo e Mia se encararam, sérios. Edmundo deu um sorriso debochado

Mia And The Voyage Of The Dawn Treader || My Best Friend (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora