A Descarada

Capítulo 13: Entre Corpos e Almas

O som da música da boate ainda ecoava em meus ouvidos, mas agora era abafado pelo som das batidas do meu coração, alto e insistente, enquanto Lauren e eu nos beijávamos com uma intensidade que parecia consumir o ar ao nosso redor. Cada toque, cada movimento dos lábios dela contra os meus, era uma promessa de mais, uma promessa que fazia com que cada nervura do meu corpo vibrasse com antecipação.

Lauren se afastou por um momento, o suficiente para me olhar nos olhos com aquele olhar que já tinha me desfeito várias vezes esta noite. Sua voz, um pouco ofegante, carregava uma urgência nova.

— Vamos embora, Camz. Vamos para o meu apartamento, onde podemos aproveitar a noite muito melhor, — disse ela, a sugestão clara em suas palavras, mas também havia um pedido, uma necessidade de que eu aceitasse este passo com ela.

Eu hesitei. A responsabilidade de deixar meus amigos, a preocupação de que eles pudessem se sentir abandonados, me travou por um instante. Mas Lauren, sentindo minha relutância, intensificou sua provocação. Seus lábios roçaram os meus novamente, brevemente, um lembrete do que estava à nossa espera.

— Manda uma mensagem para eles. Não vamos perder mais tempo, — sussurrou ela, suas palavras uma mistura de comando e sedução.

Eu peguei meu celular, os dedos trêmulos enquanto digitava uma mensagem rápida para Derick, Giulia e Gustavo, avisando que estava indo embora com Lauren. Meu coração batia com força, não apenas pelo que estava prestes a acontecer, mas pela decisão de me permitir esse momento, essa noite, com Lauren.

Ela, por sua vez, já estava um passo à frente, chamando um Uber para o endereço dela. A eficiência de Lauren me surpreendeu, mas também me agradou, me excitou até, o quão direta e decidida ela era.

Dentro do Uber, o ar parecia carregado de uma eletricidade que quase podia ser tocada. Nos sentamos próximas, mas mantendo um espaço mínimo entre nós, uma tentativa de aderir ao decoro do espaço público. Cada vez que nossos corpos se roçavam, era como uma faísca que saltava, um lembrete silencioso do que estava por vir.

O motorista tentava fazer conversa, mas eu mal ouvia, minha atenção totalmente voltada para Lauren. Ela se inclinou para mim, sua voz um sussurro quente contra meu ouvido.

— Se não fosse pelo Uber, já teria subido no seu colo e tirado toda a sua roupa, Camz. Daria pra você bem aqui, — disse ela, suas palavras fazendo com que um calor intenso subisse pelo meu corpo, fazendo-me segurar o ar.

Eu olhei para ela, meus olhos refletindo o desejo que sentia, um desejo que agora parecia ser mútuo, palpável no espaço confinado do carro. A tensão era quase insuportável, cada segundo no Uber uma eternidade, cada olhar, cada toque acidental, uma provocação que fazia meu corpo ansiar pelo fim da viagem.

A noite estava apenas começando, e a promessa de Lauren de uma experiência mais intensa, mais pessoal, fazia meu coração bater com uma mistura de medo e excitação. Eu sabia que, ao sair daquele carro, estaria entrando em um novo território com Lauren, um território onde as regras da atração e do desejo seriam exploradas sem barreiras.

Engoli em seco, tentando manter a tensão sob controle, mas era uma tarefa hercúlea com Lauren ao meu lado, sua presença e suas palavras provocando um tumulto dentro de mim. Cada olhar dela, cada movimento sutil, cada palavra sussurrada, parecia projetar imagens vívidas em minha mente, fazendo o ar do Uber parecer mais denso, mais carregado de desejo.

Finalmente, o carro parou em frente ao apartamento de Lauren. A sensação de alívio misturava-se à ansiedade crescente. Ela pegou minha mão com uma urgência que me surpreendeu, puxando-me para fora do carro com uma quase desespero. O toque de sua mão era como um choque elétrico, enviando ondas de calor através de mim. Caminhamos rapidamente até a portaria do condomínio, onde Lauren, com uma voz que ainda mantinha um vestígio de controle, falou brevemente com o porteiro, liberando nossa entrada.