Chapter Five

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## Dias Atuais

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## Dias Atuais...

O aperto no peito, familiar como um velho amigo indesejado, insistia em se fazer presente. Decepção, uma palavra que parecia gravada em meu coração, ecoava em cada batida. Anos se passaram, e eu jurava ter me acostumado àquela sensação, mas a cada vez que Aiko me chamava de "melhor amigo", o peso da realidade me esmagava.

Era uma honra, sim, ser o seu melhor amigo. Aiko era brilhante, divertida, e a sua risada era como um raio de sol. Mas não era suficiente. Eu queria mais, queria tudo dela. Queria sentir o calor dos seus braços, a doçura dos seus beijos, a força da sua presença em cada momento da minha vida.

Mas o destino, cruel e irônico, me jogava na realidade: Aiko não queria o mesmo. O meu amor, silencioso e constante, era um segredo que eu carregava com cuidado, um fardo que me esmagava por dentro. A cada "melhor amigo", a cada sorriso que ela me dedicava, a minha esperança renascia, só para ser brutalmente esmagada pela verdade.

E eu continuava ali, preso em um ciclo de esperança e decepção, amando-a em silêncio, esperando por um milagre que nunca aconteceria.

Ainda assim eu não me afastaria. Eu ficaria ao seu lado até o fim, cuidando e lhe protegendo sempre apenas como amigo e não me arrependeria jamais disso porque ama-la valia a pena e não importa quantas vidas vivermos, eu vou encontrá-la e amá-la novamente porque é e sempre será ela.

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Que pena que o tempo voou! É sempre assim, né? Quando a gente está com quem ama, as horas parecem minutos. A tarde na praça foi mágica, como sempre. O sorvete, a árvore com as nossas iniciais, a grama... tudo tão familiar, tão nosso. Cada momento com a Aiko é um presente, um dia perfeito que fica gravado na memória.

Nosso momento foi interrompido apenas uma vez, quando Emma ligou para o meu celular, preocupada com a irmã. Um sorriso bobo se formou em meus lábios enquanto ouvia Aiko tranquilizá-la, dizendo que estava comigo e que eu a levaria mais tarde para a casa deles. Não havia nada que me agradasse mais do que saber que não apenas Aiko mas seus irmãos também confiavam em mim. Até mesmo Izana, embora ele nunca fosse admitir, sabia que ela estava segura ao meu lado.

Sem saber o horário ao certo, me surpreendi ao notar o sol se pôr, anunciando a hora de levá-la para casa.

- Por que as horas sempre parecem passar mais rápido quando estou com você? - reclamou, externando meus pensamentos.

- Gostaria de saber também. - levantei-me, estendendo a mão para ajudá-la a levantar. Seguimos até o estacionamento, subi em minha moto, Aiko montou na garupa e passou seus braços ao meu redor, fazendo-me conter um suspiro.

Estacionei em frente à casa dos Sano, desliguei minha moto e Aiko desceu. Afastou-se em direção ao portão, abrindo-o para mim.

- Vou para casa.

- Mas você disse que passaria a noite aqui. - reclamou, fazendo bico.

- E vou. Só preciso passar em casa para ver minhas irmãs e pegar algumas coisas.

- Tudo bem, mas não demore.

- Voltarei antes que sinta minha falta.

- Então nem vai, porque já estou com saudade - meu coração acelerou; eu amava essa versão carente que Aiko deixava visível apenas para mim. Era uma parte sua que somente eu podia ter.

- Mitsuya. - olhei para além de Aiko, vendo Mikey e Draken vindo em nossa direção, os dois usando seus uniformes da Toman. - Por que não atendeu a droga do celular? - Mikey perguntou, dando um beijo na testa de Aiko, que passou um braço em volta da cintura do irmão.

- Foi mal, Mikey, eu desliguei o celular dele depois de falar com a Emma; queria um momento a sós com meu príncipe. - droga de coração iludido.

- O que aconteceu? - indaguei ao ver a expressão séria em seus rostos.

- Reunião de emergência das três divindades. - Draken falou. - Melhor cancelar os compromissos da noite.

- Aconteceu alguma coisa? O Izana e os meninos da Tenjiku... os da Toman... - a preocupação no rosto de Aiko me fez girar a chave na ignição e ir até ela.

- Não se preocupe, Aiko. Ninguém está machucado. - Mikey respondeu, enquanto a puxava para mim, envolvendo seu corpo delicado em um abraço apertado. - Emma e as meninas estão lá dentro falando com a Sayumi por vídeo; assim que a Akemi ligar para vocês, ela vai explicar o que está acontecendo.

Soltei Aiko, dando-lhe um beijo na testa, e corri até minha moto. Se Sayumi estava sabendo e ela tinha permissão para contar às meninas, a merda era grande.

- Vou passar em casa, tomar um banho e vestir meu uniforme. Encontro vocês na sede?

- Beleza. - Mikey confirmou. Girei a chave e o motor da minha Impulse soou.

- Espera! - Aiko exclamou, correndo até mim, olhando-me com um brilho nos olhos. - Você tem que me dar um abraço de despedida!

Eu sorri, meu coração batendo forte. Ela sempre fazia isso, me pedia um abraço de despedida. E eu sempre cedia.

- Você sabe que eu adoro te abraçar. - respondi, abrindo meus braços para ela.

Aiko se aproximou e me abraçou com força, seu corpo quente contra o meu. Senti o perfume dela, o cheiro de morango e flores, e o toque suave da sua pele.

- Eu também gosto dos seus abraços. - ela sussurrou em meu ouvido. Levei meus lábios até seu pescoço, beijando o ponto logo abaixo de sua orelha, como sempre fazia.

Fiquei ali, segurando-a por mais alguns segundos, sentindo o cheiro dela, o calor do seu corpo. Era um momento simples, mas tão intenso, tão cheio de significado.

- Até amanhã. - ela disse, afastando-se um pouco. - Toma cuidado e me liga assim que terminar a reunião, não importa a hora.

- Tudo bem. Até amanhã. - respondi, meu olhar fixo no dela.

Ela sorriu e então se virou, deu um rápido abraço em Draken e um demorado no irmão, e então entrou pelo portão. Observei-a se afastar, meu coração apertado. Aquele abraço, aquele momento, era a única coisa que me mantinha vivo, a única coisa que me dava esperança.

Eu sabia que nunca seria o suficiente, que a minha paixão nunca seria correspondida. Mas, ainda assim, eu amava Aiko. E eu continuaria a amá-la, mesmo que isso significasse viver uma vida inteira de decepção.

Acenei para os gaortos e acelerei pelas ruas.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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