Amor e Justiça [ Dark Romance]

Capítulo 3. Feridas e Abraços

A porta da van se abriu com um rangido seco, e Robson entrou apressado, trazendo consigo várias jovens visivelmente desorientadas e aterrorizadas. Seus corpos carregavam marcas de abuso e exaustão, algumas feridas e outras cobertas de hematomas. O cenário era de caos absoluto: mulheres corriam em todas as direções, seus gritos ecoando pelo ambiente. Em um ato desesperado, os seguranças eliminavam aquelas que, aproveitando a confusão, tentavam escapar.

  — Laura, precisamos de uma evacuação rápida! — Robson exclamou, enquanto ajudava as mulheres a subirem na van. O local está comprometido.

   Prepare o tratamento agora! Muitas estão feridas, mas tem uma em estado crítico. Eu me apressei em acomodar as jovens dentro da van, iniciando os primeiros socorros de imediato. Robson apoiou uma moça que mal conseguia se mover, suas costelas expostas em um ferimento grotesco.

  O rádio zumbia com mensagens de alerta sobre o confronto em andamento: — A segurança do local foi reforçada. Precisamos de cobertura urgente para desocupar a área! 

  Enquanto eu trabalhava freneticamente para estabilizar a vítima mais grave, eu tentava  acalma as outras entre curativos apressados, o som de tiros e explosões se aproximava cada vez mais. A van avançava em alta velocidade pelas ruas escuras, e eu sabia que o tratamento daquela jovem não era apenas vital para sua sobrevivência imediata, mas também crucial para sua recuperação emocional e física.

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  Finalmente, chegamos ao abrigo seguro. As jovens foi recebidas por uma equipe de profissionais preparados para oferecer cuidados médicos contínuos e suporte psicológico. Eu sabia que meu trabalho estava longe de terminar; precisava garantir que elas estivessem seguras e recebesse toda a assistência necessária.
  Aproximei-me da vítima mais gravemente ferida e comecei a examiná-la.

— Você sabe o nome dela? — perguntei a Jéssica, uma das enfermeiras.

— Jenny. É um apelido — respondeu Jéssica.

— Certo, então vamos ajudá-la.

0 ferimento nas costelas era profundo, e os hematomas se espalhavam por todo o corpo, revelando a brutalidade da agressão. Eu e a equipe a levamos imediatamente para a sala de cirurgia. Por quê? Notamos que a paciente estava tendo hemorragia muito forte. Além dos procedimentos para tratar os ferimentos externos realizamos exames ginecológicos, onde constatamos que o útero estava severamente desfigurado.
  Após a constatação da gravidade dos ferimentos, uma sensação de emergência e desespero tomou conta da sala. A equipe médica se mobilizou rapidamente, cada um sabendo exatamente o que fazer, mas o peso da situação era evidente.
  Durante a cirurgia, enquanto tentávamos estabilizar as costelas e tratar os danos internos, as imagens do útero desfigurado não saíam da minha mente. Isso não era apenas um caso de violência física e sexual; era uma atrocidade com consequências profundas.
  Precisávamos não só salvar a vida da paciente, mas também lidar com o trauma irreversível que ela carregaria para sempre.

  Horas depois saí da sala de cirurgia com uma mistura de frustração e raiva.

— Por que tanta maldade? — Perguntei para  André que me abraçou em seguida. — Aquela moça tão jovem não vai poder ter filhos.

André colocou a mão no meu rosto. — Você fez o possível e salvou a vida dela.

Não conseguia aceitar que alguém pudesse infligir tamanha crueldade.

Enquanto preparávamos a paciente para pós-operatório, sabia que nossa batalha estava longe de terminar. A recuperação física era apenas o primeiro passo; o caminho à frente seria longo e doloroso.