Prólogo

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A cidade adormecia, mas sabíamos que o que se escondia por trás de cada janela e porta fechada nunca descansava. Para a maioria, era fácil ignorar os horrores que surgiam à noite. Mas não para nós. Para o Punho do Dragão, essa era a hora de entrar em ação. Não buscávamos reconhecimento, e muito menos glória. Buscávamos justiça, uma justiça crua, dolorosa e essencial.

Laura estava à minha frente, com seu olhar firme e determinado. Mesmo nas piores noites, ela nunca recuava, e, talvez por isso, eu não conseguia desviar os olhos dela. Entre nós, havia algo intenso e profundo, uma atração que existia nas entrelinhas, nas poucas palavras trocadas e nos olhares silenciosos. Era estranho - ou talvez inevitável - que um romance brotasse em meio à escuridão, mas a conexão com ela era algo que eu não podia evitar.

André era o estrategista, aquele que antecipava os passos como um jogador de xadrez. Robson, o executor, sabia que sempre chegaria o momento em que as palavras se esgotariam. Cada um de nós tinha um papel e um propósito. Nos chamavam de justiceiros, mas nós éramos mais que isso. Estávamos dispostos a mergulhar nas sombras que o resto do mundo preferia ignorar.

- Não somos heróis - Robson dizia, como se precisássemos lembrar. - Somos justiceiros. E, no fim, isso é o que nos diferencia dos monstros que caçamos.

Laura me olhou naquele momento, e por um segundo, percebi que ambos sabíamos o que essa linha entre nós e os monstros realmente significava. Sabíamos que o preço da nossa missão era alto.
Ainda assim, enquanto nos preparávamos para mais uma noite de caça, senti que, de alguma forma, ela era o motivo pelo qual eu continuava. Se há luz na escuridão, talvez, para mim, fosse o brilho intenso e firme no olhar dela.

Amor e Justiça [ Dark Romance]Onde histórias criam vida. Descubra agora