365 𝔇𝔞𝔶𝔰, 𝔅𝔞𝔟𝔶

𝕽𝖚𝖇𝖞𝖑𝖆𝖓𝖊

𝒟ℯ ℴ 𝓅𝓁𝒶𝓎 𝓃𝒶 𝓂𝓊́𝓈𝒾𝒸𝒶 𝒶𝒸𝒾𝓂𝒶⬆️

A noite caía na cidade, e Ruby observava as luzes cintilantes da janela de seu escritório particular, no andar mais alto de sua boate. Ela havia criado um império com as próprias mãos, ascendido entre rivais e obstáculos, sempre com um plano cuidadosamente traçado. Mas, com o tempo, o poder também trazia uma sensação de vazio. Cercada por lealdades compradas e falsos sorrisos, Ruby se sentia isolada em seu trono. A única coisa que lhe despertava um interesse genuíno ultimamente era observar Lilith, a segurança de rosto sério e expressão inabalável que trabalhava para ela.

Ruby sorria ao olhar para aquela garota tão misteriosa, quase com um toque de ironia. Havia algo em Lilith que a intrigava. Não era apenas a forma como ela se movia, sempre alerta, como se estivesse pronta para enfrentar qualquer perigo. Não era só o físico imponente ou a presença marcante, mas também a sombra de algo nos olhos dela. Uma história que Ruby não conhecia, mas que queria desvendar. Ela não sabia ao certo quando aquele interesse havia se transformado em obsessão, mas sabia que precisava de Lilith — e a teria, custasse o que custasse.

Enquanto isso, no térreo, Lilith patrulhava a área movimentada da boate. Sua postura era rígida, os olhos atentos escaneavam o ambiente sem descanso. Trabalhar ali exigia concentração, e Lilith tinha mais que isso. Ela era conhecida por sua disciplina e frieza, qualidades essenciais para lidar com as figuras complicadas que passavam pela boate de Ruby.

Ainda assim, havia uma sombra constante que a perturbava. Sua ex-namorada. O fim do relacionamento tinha sido tumultuado, marcado por ciúmes, ameaças e perseguições. Lilith achou que tudo terminaria quando se afastasse, mas a obsessão da ex apenas se intensificara. Nos últimos dias, mensagens ameaçadoras vinham chegando com mais frequência. A situação estava saindo de controle, e mesmo com sua força e habilidade, Lilith sabia que lidar com alguém tão instável era um risco. Mas se recusava a mostrar fraqueza, especialmente no trabalho.

Ela sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos e voltando a focar no ambiente à sua volta. Para ela, o trabalho era uma forma de manter a mente ocupada, um tipo de armadura que a mantinha segura e distante de tudo o que não podia controlar. Ela não fazia ideia de que, acima de sua cabeça, Ruby a observava, planejando cuidadosamente iria fazer.
Ela caminha calmamente até sua mesa do escritório e se senta em frente ao computador para examinar as câmeras, depois de muito procurar, ela achou lilith,

Ruby não conseguia mais tirar os olhos da câmera de segurança que mostrava Lilith em ação. Ela não sabia explicar o que havia de tão fascinante em observá-la, mas o magnetismo era quase palpável. O modo como Lilith mantinha a postura firme, enfrentando sem hesitar qualquer pessoa que cruzasse o limite das regras, era hipnotizante.
Ruby sabia que Lilith não era como as outras pessoas ao seu redor; ali estava uma mulher que não seria conquistada com dinheiro, favores ou promessas. E era exatamente isso que Ruby queria: um desafio.

Ela sentiu uma pontada de irritação e riu de si mesma. Quantas pessoas já tinham tentado atraí-la, implorado por um pouco de sua atenção? E agora ali estava ela, obcecada por alguém que provavelmente a odiaria ao descobrir o que ela planejava. O que era ainda mais tentador.

Ruby pressionou um botão no painel da mesa e, em segundos, um de seus seguranças entrou na sala.

— Chame Lilith para o escritório — ordenou ela, com um tom calmo, mas impositivo.

Enquanto isso, Lilith continuava sua ronda, até ser avisada pelo rádio que Ruby queria vê-la. Ela franziu a testa. Era raro ser chamada diretamente pela chefe, especialmente de forma tão repentina. Respirou fundo e ajeitou o paletó antes de seguir até o elevador privativo que a levaria ao escritório de Ruby.