𝕴 𝖆𝖈𝖈𝖊𝖕𝖈𝖙

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Lilith encarava Ruby, tentando processar o que aquilo realmente significava. Um ano parecia um tempo longo demais para algo que ela mal compreendia — mas, ao mesmo tempo, havia uma fascinação crescente e inevitável que Ruby despertava. Ela sentia a raiva pelo sequestro, a desconfiança pela manipulação, e ainda assim, ali, tão próxima dela, sentia também algo mais sombrio: uma curiosidade, um desejo que a perturbava.

— E se eu me recusar a aceitar esses "365 dias"? — Lilith questionou, testando as intenções de Ruby.

Ruby sorriu, aquele sorriso frio e enigmático que parecia prometer que sabia de algo que Lilith ainda não sabia.

— Bem, então a situação se torna mais complicada para nós duas, não acha? — Ruby respondeu, o tom suave, mas firme. — Eu não estou te oferecendo uma prisão, Lilith. Estou te oferecendo... uma oportunidade.

A palavra "oportunidade" ressoou estranhamente para Lilith. Nada naquilo parecia uma oportunidade. Parecia mais uma armadilha, uma jaula dourada construída por Ruby para capturá-la e dobrá-la aos seus caprichos. Ainda assim, a promessa de liberdade após um ano tinha um peso quase convincente. Ao menos, era melhor do que nada.

Ruby deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre elas. Seus olhos eram como um abismo escuro, cheios de segredos e promessas silenciosas.

— Pense nisso, Lilith. Em vez de resistir e lutar, você pode simplesmente... experimentar. — Ruby disse, num tom quase sedutor. — Conheça esse lado da vida. Aproveite tudo o que posso te dar. E, ao final, se isso realmente não for para você, eu deixarei que siga seu caminho. Sem rancor.

Lilith a observou atentamente. Apesar de tudo, havia algo naquela oferta que a intrigava. Seria possível que Ruby fosse capaz de manter sua palavra? Que ela realmente a deixasse ir, caso esses sentimentos que tentava despertar nunca viessem à tona?

— E o que acontece nesse meio tempo? — Lilith perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

Ruby inclinou a cabeça, o sorriso crescendo um pouco mais.

— Nesse meio tempo, você conhece a verdadeira Ruby. — Ela tocou o rosto de Lilith com os dedos, deslizando-os suavemente até seu queixo. — E quem sabe, talvez até descubra a verdadeira Lilith.

Lilith sentiu um calafrio percorrer seu corpo. A proposta de Ruby era tentadora, mas carregava também um peso inquietante. No fundo, ela sabia que um ano ao lado daquela mulher não seria fácil — muito menos seguro. Ruby era uma figura intensa e manipuladora, alguém que controlava tudo ao seu redor com uma facilidade perturbadora.

Mas ela também sabia que havia algo em Ruby que a intrigava, que acendia uma chama de curiosidade em seu peito. Aceitar aquele ano significava entrar em um território desconhecido, cheio de perigos e desejos ocultos. Talvez fosse um risco, talvez fosse um erro, mas parte dela estava disposta a descobrir.

Ruby observava suas expressões, analisando cada traço, como se soubesse exatamente o que passava pela mente de Lilith.

— Então, Lilith? — Ruby perguntou, sua voz baixa e persuasiva. — Vai aceitar essa oportunidade? Vai aceitar meus 365 dias?

Lilith sentiu o peso da pergunta e, por um momento, se viu dividida entre a racionalidade e o desejo. Mas, olhando para Ruby, percebendo a intensidade de seu olhar, ela soube que já estava envolvida demais para recusar. Respirou fundo, assentindo lentamente.

— Eu aceito — murmurou, hesitante, mas sem conseguir evitar o toque de curiosidade e rendição na voz.

Ruby sorriu, satisfeita, como se soubesse que aquele momento chegaria.

— Ótimo. — Ela se afastou um pouco, mantendo aquele sorriso cheio de promessas. — Agora, vamos fazer com que esses dias realmente contem.

Lilith sabia que aquela decisão mudaria sua vida — mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela lhe dizia que era tarde demais para voltar atrás.

Lilith, ainda incerta, ergueu o olhar para Ruby.

— Valer a pena? Como? — perguntou, desafiando-a.

Ruby sorriu, inclinando-se até ficar a poucos centímetros de seu rosto, com os olhos fixos nos de Lilith.

— Eu vou te mostrar — sussurrou, a voz baixa e envolvente. Ela deslizou a mão pelo rosto de Lilith, os dedos traçando uma linha suave até o pescoço. — Vou fazer você esquecer tudo lá fora... seus medos, suas dúvidas... até que tudo o que reste seja eu e você.

Lilith tentou manter o controle, mas Ruby a envolvia como uma onda, a intensidade de seu olhar penetrando suas últimas defesas. Ela se viu incapaz de resistir, puxada para perto por aquele magnetismo.

Ruby se aproximou ainda mais, deixando seus lábios roçarem os de Lilith antes de selar um beijo profundo, que logo se transformou em algo mais intenso e inevitável. Lilith entregou-se, sentindo a força daquele desejo incontrolável, enquanto Ruby a guiava até a cama com um cuidado possessivo.

Ruby se aproximou de Lilith com uma intensidade avassaladora. Seus dedos deslizaram pelo casaco de Lilith, tirando-o com um cuidado quase reverente, revelando o sutiã de renda negra que acentuava suas curvas. Ruby sorriu, um brilho predatório nos olhos.

— Você é um pecado ambulante, Lilith... — murmurou, inclinando-se para beijar seu pescoço. Os lábios de Ruby deslizaram sobre a pele quente de Lilith, deixando uma trilha de beijos lentos e úmidos, enquanto suas mãos exploravam cada centímetro de sua pele.

Logo, sem nem se darem conta, ambas estavam despidas, os corpos entrelaçados em um fervor que apagava qualquer outro pensamento. Ruby posicionou-se sobre Lilith, observando cada expressão, cada suspiro que escapava de seus lábios entreabertos.

Ruby se inclinou e começou a percorrer o corpo de Lilith com a língua, deslizando suavemente por sua pele até chegar à sua intimidade, onde se demorou, intensificando o prazer de Lilith com movimentos habilidosos e firmes. Lilith arqueava o corpo, entregando-se a cada sensação enquanto os lábios e a língua de Ruby a exploravam com uma precisão deliciosa.

A respiração de Lilith tornava-se mais pesada, cada vez mais profunda, quando Ruby introduziu os dedos, em uma combinação que a levou a se perder completamente. Ela sentiu ondas de prazer incontroláveis, e seu corpo respondeu com gemidos que escapavam sem contenção. Ruby não parou, mantendo o ritmo, levando Lilith a um ápice que a deixou tremendo sob ela.

Finalmente, quando ambas estavam exaustas e satisfeitas, Ruby recostou-se ao lado de Lilith, mas com um brilho vitorioso nos olhos. Lilith, porém, ficou deitada em silêncio, ainda se recuperando, enquanto a realidade lentamente voltava a se assentar em sua mente.

Mais tarde, as duas estavam deitadas, os corpos ainda entrelaçados , envoltas no calor compartilhado. Ruby deslizou para fora da cama, lançando a Lilith um último olhar antes de ir ao banheiro. O som da água enchendo o espaço silencioso trouxe Lilith de volta à realidade, e ela se viu sozinha.

Foi então que as emoções reprimidas vieram à tona. Ela sentiu uma angústia profunda, um medo que a fazia tremer. Tudo o que acabara de acontecer parecia um sonho, um sonho perturbador e proibido, mas o peso da situação a esmagava. Sua liberdade, seu controle sobre a própria vida — onde estavam agora?

Lágrimas começaram a escorrer silenciosamente por seu rosto enquanto encarava o teto escuro. Como havia permitido que tudo chegasse àquele ponto? Que tipo de vida estava se desenrolando diante dela agora? Ela sabia que tinha se perdido em Ruby, mas o custo era alto demais.

A porta do banheiro se abriu, e Ruby voltou, a silhueta envolta em vapor. Lilith rapidamente limpou as lágrimas, fingindo que estava bem. A última coisa que queria era que Ruby visse sua fraqueza.

Mas Ruby, com aquele olhar perspicaz, percebeu imediatamente. Ela hesitou, observando Lilith, e então se aproximou, deitando-se ao lado dela.

— Você vai se acostumar — murmurou Ruby, a voz baixa e calma. — Eu vou fazer você se acostumar.

Lilith sentiu o peso daquelas palavras e soube que sua vida nunca mais seria a mesma.

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