365 𝔇𝔞𝔶𝔰, 𝔅𝔞𝔟𝔶

𝖙𝖗𝖚𝖘𝖙 𝖎𝖓 𝖒𝖊

De play na música acima❤️‍🔥
Lilith ainda tentava absorver a intensidade do que acabara de acontecer. Sua ex, que durante meses havia sido uma presença ameaçadora e inescapável, agora estava ali, sem vida, aos seus pés. Ruby, com uma calma quase sobrenatural, havia se livrado dela sem hesitação. A atitude de Ruby, fria e calculista, a deixava dividida entre o horror e uma sensação inquietante de segurança.

Ruby se aproximou dela, sem perder o ar de superioridade e confiança, e colocou uma mão firme em seu ombro, como se quisesse que ela se focasse apenas em sua presença, ignorando o caos ao redor.

— Olhe para mim, Lilith. — Ruby pediu, com a voz baixa e controlada. — Agora você está livre. Não há mais ninguém para te ameaçar.

Lilith olhou nos olhos de Ruby, tentando encontrar algum sinal de emoção, mas tudo o que via era a determinação fria e implacável de uma mulher que conseguia o que queria a qualquer custo. Parte dela queria recuar, se afastar dessa escuridão que Ruby emanava. Mas outra parte... outra parte estava estranhamente grata. Ruby a tirara de uma situação impossível, mesmo que pelo método mais extremo.

— Ruby, eu... — Lilith tentou dizer, mas as palavras não saíram. A intensidade do momento a deixava sem reação.

Ruby sorriu, um sorriso que era quase carinhoso, mas ainda assim carregado de uma ameaça latente. Ela segurou o rosto de Lilith com uma mão, fazendo-a focar nela, como se quisesse gravar cada detalhe daquela expressão hesitante.

— Você não precisa dizer nada, Lilith. Apenas entenda que, a partir de agora, você está sob minha proteção. E eu não deixo que ninguém toque no que é meu.

O peso daquelas palavras caiu sobre Lilith com uma mistura de medo e atração. Ela sabia que, ao permitir que Ruby se aproximasse, estava se entregando a algo muito mais profundo e perigoso do que qualquer coisa que já experimentara.

Ruby a puxou para si, e antes que Lilith pudesse pensar, sentiu os lábios dela contra os seus em um beijo feroz, que transbordava o desejo e a posse que Ruby insistia em demonstrar. Lilith tentou resistir, mas seu corpo cedeu, retribuindo o beijo com a mesma intensidade.

Quando Ruby finalmente se afastou, um brilho intenso e satisfeito iluminava seus olhos.

— Agora — disse Ruby, ajustando o cabelo de Lilith com suavidade —, vamos sair daqui. Tenho outros planos para a nossa noite, e ela está apenas começando.

Lilith, ainda ofegante, sentiu o corpo aquecer ao ouvir aquelas palavras. Sabia que seguir Ruby significava mergulhar em um mundo de poder, perigo e desejos proibidos. E, apesar do medo, uma parte dela já havia decidido: ela seguiria Ruby, onde quer que aquilo as levasse.

O frio da noite parecia aumentar à medida que Lilith seguia Ruby em direção ao carro, ainda processando tudo o que acabara de acontecer. O beijo, o disparo, a sensação de estar entregue ao poder de uma mulher que não conhecia limites... tudo estava confuso, e Lilith sentia o coração bater descompassado. Quando Ruby abriu a porta do carro com um sorriso enigmático, Lilith entrou, sem saber o que a esperava.

Ruby entrou no carro e, sem demora, acelerou pelas ruas escuras e vazias, mantendo uma expressão que beirava o mistério e a concentração. Lilith olhava pela janela, tentando acalmar a mente, mas a tensão do momento parecia impossível de ignorar. Ruby, ao volante, mantinha o foco na estrada, mas Lilith notava que, de vez em quando, ela a olhava de soslaio, com aquele olhar afiado que a deixava vulnerável.

Após alguns minutos de silêncio, Ruby tirou uma das mãos do volante e se inclinou um pouco em direção a Lilith.

— Eu preciso que confie em mim, Lilith — disse ela, com a voz suave, mas firme.