Henrique L. - point of view
[...]
-- Garro. - chamei-a,ela me olhou mas fuzilou-me com os olhos.
-- Já te disse que prefiro que me chame de Anny. - interveio impaciente. -- Mas o que você quer?
-- Conversar. - falei e me sentei em uma cadeira das mesas no refeitório.Ela se sentou de frente para mim e levantou a cabeça,esperando que eu continuasse. -- Sobre ontem,nós dois.
-- Tá,sobre o que exatamente você quer falar? - questionou.
-- O que nós dois vamos resolver? - indaguei de volta.A garota me encarou,soltou um suspiro longo e colocou suas mãos em cima da mesa,e então segurou as minhas; senti meu coração acelerar com o ato.
-- Eu estou um pouco nervosa,me desculpa. - pediu ela,acariciei suas mãos com ternura.
-- Está tudo bem,eu também estou. - tentei tranquilizar em tom brincalhão,arranquei um sorriso dela.
-- Acho que nunca falamos diretamente sobre isso. - começou a cacheada. -- Nós nunca nos demos muito bem desde o começo.
-- E a partir disso se originou nossos conflitos,a questão é que eu nunca quis que fosse assim. - comentei a olhando.
-- Eu também não. - afirmou.
-- Me fala a verdade,não mente.É real o que você sente? - perguntou a cacheada com a voz falhando,engoliu seco.
-- Nunca quis que... as coisas estivessem assim,desse jeito.É que naquele dia... é... - confessei com a voz travada,era trôpego em minhas própias palavras.Cocei a cabeça confuso e nervoso,não conseguia organizar as coisas na minha cabeça.
-- Você parece confuso. - respondeu levemente irritada e magoada.
-- N-não é isso,a questão é que desde o começo eu pensei que nós não íamos ficar juntos.
-- Então você nunca me quis realmente não é? - disse fazendo cara de irritação e desgosto. -- Nunca consegui realmente falar tudo que queria,e dessa vez não ia ser diferente pelo visto.
Vi que falei merda,por não conseguir organizar as palavras acabei confundindo as coisas.
-- Não,Anny.É que naquela noite eu queria você.
-- Perdão? - disse ela indiguinada. -- Pensei que desde aquele dia você e eu daríamos certo,mas mais uma vez fui jogada de lado,por alguém tão desprezível quanto eu.Mas realmente me importei com você.
-- O que preciso dizer para mostrar que te quero?! Porra. - xinguei irritado.
-- E por que nós perdemos tempo,Anny? - questionei confuso.Os olhos da morena se mantiam nos meus,podia ver que eles brilhavam,mas a mesma demonstrava um pouco de insegurança para falar o que realmente sentia; não pude evitar que eu tivesse o mesmo sentimento.
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- Maturidade -
Roman pour AdolescentsVoltando às origens e tendo uma vida nova,finalmente se sentindo mais uma vez em casa. Anny é filha do jogador de futebol argentino,Rodrigo Garro.Depois dele assinar um contrato com o Corinthians a garota e sua família retornam pra capital paulist...