Entre Desejos e Desencontros

Capítulo 12 - Marcas do Passado

O clima no Rio seguia leve e descontraído, mas, depois do encontro inesperado com Beatriz, uma pontinha de insegurança começou a rondar Sofia. Por mais que S/n tivesse deixado claro que o passado estava no passado, a forma como Beatriz olhava para ela ainda deixava Sofia com um desconforto no peito.

Na manhã seguinte, o grupo decidiu ir ao Cristo Redentor. A vista era deslumbrante, e todos tiraram fotos, riram e se encantaram com a cidade. Sofia estava um pouco mais quieta, mas S/n sempre a envolvia em um abraço ou trocava um olhar cúmplice, deixando claro que estavam juntas.

Enquanto o sol começava a descer, o grupo fez uma pausa para um lanche. Douglas e Caick, como sempre, arrasavam nos comentários, arrancando risadas de todos. No entanto, em um momento de distração, Sofia aproveitou para puxar S/n para um canto, querendo uma conversa mais privada.

"S/n, posso falar com você um pouquinho? Só nós duas?"

S/n percebeu a preocupação no rosto de Sofia e assentiu, levando-a para um canto mais afastado. As duas se encostaram em uma mureta com vista para a cidade iluminada. Sofia respirou fundo, escolhendo as palavras com cuidado.

"Desculpa por ser insegura... é que ver a Beatriz ontem mexeu comigo. Sei que é bobeira, mas... não consegui evitar," confessou Sofia, com os olhos fixos no horizonte, evitando o olhar de S/n.

S/n colocou uma mecha do cabelo de Sofia atrás da orelha e segurou o queixo dela suavemente, fazendo com que ela a encarasse. "Ei, não é bobeira nenhuma, não. Eu entendo que ela não facilita... mas olha só, eu tô aqui, com você. Ela é parte do meu passado, mas você é meu presente. E eu não quero nada mais que isso."

Sofia soltou um sorriso, os olhos brilhando de emoção. "Obrigada, S/n. Você sabe como fazer eu me sentir segura."

Sem perder tempo, S/n selou as palavras com um beijo delicado, ali, de frente para a cidade. Os lábios se encontraram suavemente, e por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer. Era só elas duas e aquele momento.

Quando voltaram para o grupo, o clima estava mais leve. Douglas percebeu o rosto iluminado de Sofia e não perdeu a chance de brincar: "Que foi, hein? Cês duas foram admirar a vista ou se admirar?"

O grupo riu, e Sofia corou, mas dessa vez, não se importava em mostrar para todos o quanto estava feliz ao lado de S/n.

Naquela noite, já de volta ao hostel, S/n e Sofia ficaram no quarto que dividiam, enquanto os amigos estavam em outros cômodos. Deitadas na cama, as duas se perderam em conversas sobre tudo: sonhos, histórias do passado e o futuro que queriam construir.

Sofia brincava com os dedos de S/n, deslizando levemente sobre a mão dela. "Sabe... não quero apressar nada, mas eu gosto tanto de você. Tô feliz de verdade, acho que nunca me senti tão em paz com alguém."

S/n sorriu, o coração batendo forte. "Você não tá apressando nada. Eu também nunca me senti assim... Você é o que eu nem sabia que tava procurando."

O silêncio entre as duas foi preenchido pela intensidade daquele momento. Sofia se aconchegou mais no peito de S/n, e ali, abraçadas, elas perceberam que finalmente estavam onde deviam estar. Mesmo que o passado tentasse assombrar, o futuro parecia promissor.

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