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Declaração de Hanna para Lizzie
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Era outono. O vento frio varria as folhas secas e penteava as copas das árvores. A mistura de amarelo, marrom e laranja estava presente por todo lado. Lizzie, no auge dos seus 17 anos, vestia roupas quentes e coloridas e prendia o cabelo ondulado e comprido numa trança lateral, enquanto caminhava para o mirante da pequena cidade a pedido de Hanna.

Ao chegar no mirante, não havia ninguém. Devido ao horário, não havia visitantes. No chão, um pequeno caminho feito de estrelas conduzia Lizzie a uma surpresa: uma pequena mesa, onde repousava um buquê com flores de papel. No meio do buquê, o livro "Emma" de Jane Austen, o mesmo que ela desejava havia várias semanas.

De repente, suas mãos foram tapadas por mãos macias e femininas.

— Hanna! Eu não acredito que você fez isso! — disse Lizzie, virando-se para abraçar o pescoço de Hanna, completamente surpresa.

— Faço tudo por você, Lili — respondeu Hanna, enquanto olhava Lizzie, admirando cada traço de seu rosto bonito.

— Me chamou aqui só para me dar um livro? — Lizzie, apesar de feliz, ainda estava curiosa sobre tudo aquilo.

— Não, eu tenho algo para te falar. — Hanna estava nervosa e respirou fundo antes de continuar. — Lizzie, eu não sei quando isso começou, mas quando percebi, já estava completamente apaixonada por você. Quando percebi, já estava admirando tudo o que você é: teus olhos grandes com pintinhas verdes, suas sardas charmosas, seus cachos espetaculares, tua voz doce e personalidade fascinante. Lizzie, se você fosse uma constelação, seria a minha preferida; se fosse um poema, seria o meu favorito; se fosse uma música, seria aquela que eu cantaria todos os dias. Aos meus olhos, tudo em você é perfeito, simplesmente porque eu te amo, e sinto que nunca vou amar ninguém igual. Eu quero que você seja o amor da minha vida e o amor para minha vida. Lizzie, você é o meu raio de sol depois da chuva. Eu te adoro, minha bela, mais que tudo no mundo. Por favor, permita que eu tenha apenas um terço do teu coração.

Lizzie nem teve tempo de responder; Hanna a beijou. As lágrimas da morena se misturavam na saliva das duas. Lizzie correspondeu, puxando-a para mais perto pelo pescoço, e Hanna a agarrou pela cintura. O beijo era lento, o primeiro das duas, e elas aprendiam juntas. O coração de ambas quase infartava, e só se separaram quando os pulmões clamaram por oxigênio. Lizzie arregalou os olhos, e um sorriso gigantesco se formou em seu rosto, que não foi visto por Hanna, já que ela estava de olhos fechados.

Eufórica do jeito que era, Lizzie não conseguiu ficar parada. Era muita emoção para a pequena garota extrovertida. Então, ela correu, correu de felicidade genuína. Hanna ficou confusa no mirante, enquanto Lizzie saltitava até em casa. Sua alegria era tanta que podia ser vista por qualquer um, mas foi cortada pela sua mãe com palavras duras. Ela dizia que Lizzie não fora criada daquela maneira, que aquilo era o diabo atentando a jovem, que era uma fase que iria passar antes de virar uma "doença". Aquelas palavras doíam na alma de Lizzie, e doeu ainda mais rejeitar Hanna no dia seguinte, quando a morena foi entregar o buquê com o livro. Lizzie nunca leu o livro; chorava sempre que o pegava. Naquele dia, Hanna e Lizzie choraram a noite inteira, tudo por causa do ódio que Hanna queria combater e do ódio que Lizzie tanto temia.

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Essa foi a parte mais difícil de escrever, simplesmente porque eu não sei fazer cenas românticas, mas eu até que eu gostei do resultado ( não iria conseguir fazer nada melhor mesmo)

Memórias de um quase algo Onde histórias criam vida. Descubra agora