O CONVITE ENIGMÁTICO

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Boa leitura 😊

Felippo vivia com sua avó em uma cidadezinha chamada Vale dos Ventos, localizada nos Montes Verdes. Após o falecimento dela, ele se mudou para uma cidade vizinha, mas, neste ano, decidiu voltar. Enquanto caminhava pelas ruas de paralelepípedo, as lembranças da infância aqueciam seu coração com uma saudade boa. Mesmo sentindo muita falta dela, ele mantinha-se firme. Dona Doris fora a pessoa mais especial de sua vida, tendo-o criado desde a morte de sua mãe no parto. Seu pai, por outro lado, havia desaparecido sem deixar rastros.

Na infância, ele ouvia relatos sobre encontros com o sobrenatural, e essas histórias alimentaram sua fascinação por seres fantásticos, especialmente aqueles que não refletiam no espelho e tinham uma sede insaciável por sangue como única forma de sobrevivência.

Era um dia nublado naquele Halloween, e o vento frio batia em seu rosto. Ele abriu o portão que dava acesso ao quintal, onde vários vasos de plantas e uma bela roseira em um canteiro próximo à varanda se destacavam sob a luz da lua. Ao pegar uma rosa, ele gritou, pois o espinho pontudo da flor perfurou seu dedo.

Levou-o até a boca para estancar o sangue. Uma chuva fina começou, e ele correu até a varanda. Próximo à porta havia um livro preto com uma mulher vampira na capa. O título, escrito em vermelho, chamou sua atenção.

- Anastácia - murmurou.

Com as mãos tremendo, ele pegou o livro e, ao folhear as páginas, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Gotas de sangue caíram na página amarelada e foram rapidamente absorvidas. Achou estranho, mas não deu importância. Fechou o livro e entrou em casa.

Deixou o objeto macabro no sofá marrom, cuja cor se confundia com as paredes pintadas em tons terrosos e as cortinas em um roxo profundo. O jovem nunca entendeu o gosto da avó por essas cores escuras, mas ela sempre dizia que eram os tons da natureza. Ele se perdeu por um momento observando o cômodo familiar antes de deixar esses pensamentos de lado e ir direto ao banheiro.

Após tomar banho e vestir uma roupa confortável, ele se deitou no sofá, mas a inquietação ainda pulsava em seu peito. A curiosidade falava mais alto que o medo do que estaria escrito em cada linha. Enquanto lia, cada página parecia transportá-lo ao século XVIII, imergindo-o em uma narrativa envolvente e sombria. Ele estava cansado, mas não queria parar de ler. Cochilou e o livro caiu em seu rosto. Quando o levantou, um envelope caiu de dentro dele.

Com muita curiosidade, decidiu abrir. Era um convite para uma festa à fantasia, e nele estava escrito:

"Noite vampiresca, você é convidado para comemorar comigo. Venha vestido a caráter."

Abaixo, havia o horário e o endereço. Por um momento, sentiu medo e pensou em quem poderia ter feito aquilo. Talvez fosse perigoso, e poderia ser uma armadilha.

- Eu vou - murmurou, fixando o olhar no bilhete, como se as palavras o hipnotizassem.

Ele era solitário, gostava de ser ele mesmo e não de agradar os outros. Mesmo com receio ou medo, arriscava-se em situações que, para muitos, seriam loucura.

Ouviu um barulho na rua e foi até a janela para ver o que estava acontecendo. Não estava mais chovendo, e uma lufada de vento gelado bateu em seu rosto, fazendo-o espirrar. Olhou ao redor, mas o nevoeiro era tão espesso que mal conseguia enxergar. Fechou a janela, voltou para o sofá e continuou a leitura.

- Adivinharam meu gosto literário. Confesso que estou animado... quem sabe uma vampirinha cruza o meu caminho - falou, olhando fixamente para a página amarelada.

Cuidado com o que deseja, Felippo.

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