A FESTA

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Ouçam a música

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Ouçam a música

Aviso: Este capítulo contém cenas de violência e sangue, que podem ser perturbadoras para alguns leitores.

A sala era enorme, e os convidados fantasiados de vampiros dançavam animados. Ele se surpreendeu com a decoração; quem organizou a festa acertou em cheio na escolha do casarão, que estava assustadoramente perfeito para o tema. As paredes imitavam sangue escorrendo, e velas vermelhas criavam sombras distorcidas. O som de violino e guitarra se mesclava aos sussurros, enquanto morcegos pendurados no teto davam uma sensação opressiva, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer, causando arrepios em Felippo.

Algumas pessoas o observavam enquanto dançavam ao som da música macabra. O mordomo lhe serviu uma bebida. Ao provar, ele fez uma careta diante do sabor marcante e amargo.

Depois de algumas taças, suado, decidiu dar uma volta no jardim.

Um vento frio começou a soprar, trazendo alívio ao calor que sentia. Ele olhou para o céu, onde nuvens dançavam, ocultando parcialmente a lua vermelha que brilhava intensamente. Ao seu redor, uma neblina densa dificultava a visão, mas ele ainda sentia que não estava sozinho.

Deu alguns passos, e o vento bagunçou seu cabelo. Não estava realmente só; alguns convidados também estavam no jardim, e dois deles corriam desesperados em direção ao portão. Subitamente, foi cercado. Os rostos ao redor mostravam presas brilhantes na escuridão. Pensou que fosse uma brincadeira da festa, mas o medo fez seu corpo arrepiar quando um deles se aproximou o suficiente para que ele sentisse o hálito fétido.

A hipótese de ser uma brincadeira se esvaiu quando percebeu que eram vampiros de verdade.

Tentou correr, mas suas pernas estavam pesadas, endurecidas pelo perigo iminente. Com esforço, conseguiu se afastar e correr em direção ao portão, mas a neblina o desorientou, e ele logo se viu de volta ao salão do casarão. O ambiente sombrio estava agora mais ameaçador, com os caixões abertos e os seres sedentos por sangue saindo deles, olhos brilhando sob as chamas das velas vermelhas.

Uma voz feminina, fria como a morte, ecoou na sala.

— Medonho, alimente-os.

Nesse instante, o homem com quem ele esbarrara na rua foi jogado no meio da sala. Minutos de puro pânico se seguiram, e o pobre rapaz não teve chance alguma contra os seres famintos. Gritos de horror ecoaram enquanto o devoravam. Tentou ajudar, mas, ao se aproximar, viu que era tarde demais e, tomado pelo horror, acabou vomitando diante da cena aterradora.

Quando os gritos finalmente cessaram, o chão do ambiente estava tingido de vermelho.

— Nossa, estavam mesmo com fome. Nem deixaram um pouquinho para mim — comentou uma voz feminina com um toque de desdém e diversão. Saciados, os olhos dos seres noturnos brilhavam na penumbra da sala, iluminada apenas pelas chamas das velas.

Apavorado, tentou abrir a porta para fugir, mas parou ao ouvir novamente a voz da mulher, que ecoou pelo ambiente em um tom suave e ameaçador.

— Não fuja. Eu voltei para você, meu amor.

Ele virou-se lentamente, e a visão à sua frente parecia surreal, como um pesadelo se materializando.

— Como isso é possível? — sussurrou, a expressão demonstrando confusão interna, enquanto tentava entender tudo o que estava acontecendo.

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