Tank
—Seu telefone está tocando.— Morry desliza o celular pelo colchonete até atingir meus pés.
—
E? — Eu odeio falar ao telefone.Há uma razão para termos mensagens de texto e mais pessoas precisam usar isso.
—É aquele cara, o Audley. Aquele que nos fez um favor quando a academia foi hackeada e sequestrada. Lembra?
—Sim, — eu resmungo.
Como não-boxeadores, Zeke Audley não é um cara ruim. Ele cuida de si mesmo apesar de não ser
um atleta como o irmão. Isso é respeitável.Eu mordo o último pedaço da tira que está em minhas mãos antes de me abaixar para pegar o dispositivo do chão assim que ele para de tocar. Eu rolo a pequena coisa entre minhas mãos machucadas e debato se devo retornar a chamada. Ele vai me pedir para fazer algo e eu sei que não vou gostar disso.
—Não retornar à ligação é uma má ideia, — diz Morry.
—Como assim?
—Carma ruim. Se você não ligar para ele, provavelmente vai cair do ringue e não conseguirá vir para a luta de sábado.
—A luta de sábado é mole. Eu poderia ter uma perna
quebrada e ainda bater naquele cara. Você precisa me encontrar melhores confrontos.—Estou trabalhando nisso, mas o boxe é difícil hoje em dia. Muitos imbecis estão entrando nas artes marciais mistas.—Morry faz uma careta.
Com um suspiro, eu fico de pé e sinalizo para Morry segurar a corda inferior do ring. Ele está certo.
—Esse não serei eu.— Eu passo através das cordas e pulo no chão.
Há menos pugilistas e menos representantes, mas não gosto de MMA. É para garotos magricelas que não podem receber um soco, não para garotos como eu, que têm um metro e noventa e pesam oitenta e dois quilos. Além disso, mesmo que não fosse pelo meu tamanho, eu não faria MMA. O boxe me salvou e eu não estou dando as costas para ele.
—Apenas retorne a chamada. São boas maneiras, — diz Morry.
Eu dou um aceno de minha mão enquanto ando em direção ao armário. Morry foi quem me ensinou a boxear quando eu era um garoto problemático de dez anos, brigando todos os dias na escola.
Quando minha mãe adotiva me levou para a academia de Morry, eu estava convencido de
que a mulher não poderia me ensinar nada. O
que uma mulher sabe sobre boxe e luta? Mais do
que eu jamais imaginei.Eu acho que quando eu digo que o boxe me salvou, eu deveria ser mais específico. Morry, a treinadora, me apresentou ao boxe e foi isso que me manteve fora da prisão. Se ela me dissesse que eu deveria matar o próximo cara que entrasse na porta do ginásio, eu faria isso sem fazer perguntas.
Conversar com alguém no telefone não é tão ruim quanto matar alguém, então eu deveria ser capaz de fazer isso facilmente.
Eu pressiono o botão de rediscagem e levo o
dispositivo até o meu ouvido.—Tank, hey, obrigado por retornar minha ligação.
—O que posso fazer para você?
—O que faz você pensar que eu quero algo de você?
—A última vez que conversei com você foi há
seis meses e você disse, não seja burro sobre sua segurança tecnológica e não será hackeado.—Bem, eu estava errado?
—Não.
—Ótimo. E eu não estou errado sobre isso. A colega de quarto da minha namorada precisa de alguém para levá-la para casa.
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Ela é toda minha ( 3 livro da série Nós três )
FanfictionErika cresceu com um conjunto de expectativas que ela nunca poderia cumprir. Ela não era inteligente o suficiente para seu pai e ela não era uma dançarina boa o suficiente para sua mãe. Na faculdade, ela se refugiou em uma concha,dançando à noite e...