Orquidea

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                   beleza, amor, desejo

"Querida Paris,
Hoje te escrevo com a alma em flor, como se cada palavra fosse um segredo sussurrado ao vento. Carrego em minhas mãos um desejo que se alonga como o tempo, que atravessa a distância e pousa ao teu lado, entrelaçando-se em tua presença como uma promessa antiga.
Minha Paris, te encontro em meu ser pelas manhãs, que sorte a minha de poder te gostar, te ter, te tocar.
Se te encantar a forma, saberás que é o futuro que desejo. De mim a ti, minha querida, envio a essência que há em mim, uma presença sutil, inquebrável, como o amor que cultivamos.
Com todo o meu coração,
Gabriela Guimarães."

A manhã de sábado nasceu tranquila, com Gabriela e Rebeca compartilhando o café da manhã em um ritmo preguiçoso e íntimo. Gabriela, ainda com os traços de sono no rosto, observava Rebeca preparar o café com um sorriso suave, quase como quem guarda um segredo da noite anterior. Havia sido uma noite marcada por conversas profundas, beijos longos e silêncios carregados de tensão, os olhares demorados entre elas quase traduzindo sentimentos que ambas ainda hesitavam em nomear.

Enquanto terminavam o café, o telefone de Rebeca tocou. Era Lorraine, com sua energia contagiante.

"Rebe! Hoje é dia de praia, vamos aproveitar? Chama a Gabi também, tá lindo lá fora!"

No fundo Rebeca percebeu a voz de Flavinha a chamando também, Rebeca lançou um olhar rápido para Gabriela, que estava recostada, sorrindo de leve.

Sem pensar muito, ela aceitou o convite. "Vamos, então?" Rebeca sugeriu, dando um beijo com uma certa intimidade, já levantando-se e começando a arrumar as coisas.

Gabriela sorriu, deixando a caneca de café de lado, e se levantou, tomando a decisão de que aquele dia seria leve, uma oportunidade de brincar com a liberdade que sentia ao lado de Rebeca e aproveitar o tempo ao lado dela. Enquanto Rebeca pegava toalhas e protetor solar, Gabriela olhou ao redor, tentando absorver a simplicidade daquele momento: o cheiro do café, o calor da luz da manhã entrando pela janela, e a presença de Rebeca, tão próxima.

Quando chegaram à praia, a luz do sol parecia dançar na água, refletindo tons de azul e verde. Lorrane e Flavinha já estavam lá, se divertindo. A risada de Lorraine cortava o ar, trazendo um sorriso ao rosto de Gabriela. Ela se sentiu à vontade, como se fizesse parte de algo, as amigas de Rebeca gostavam dela e isso era importante para elas, mas ao mesmo tempo, havia uma expectativa crescente entre ela e Rebeca, um toque de tensão no ar que não conseguia ignorar.

As meninas se espalharam pela areia. Lorraine correu para a água, enquanto Flavinha flertava com um cara aleatório e se acomodou em uma toalha. Rebeca e Gabriela ficaram um pouco afastadas, admirando o mar, a espuma das ondas quebrando na areia.
-É lindo aqui, não é? - Rebeca comentou, a voz suave. Gabriela assentiu, mas não conseguia desviar o olhar de Rebeca. O biquíni que ela usava a deixava ainda mais deslumbrante sob a luz do sol, e a tensão crescente entre elas tornava cada momento quase eletrizante.
-Você tá pensando em algo?- Rebeca perguntou, percebendo o olhar de Gabriela.

-Só em como esse lugar parece perfeito... e em como eu gostaria que o dia não acabasse, - Gabriela respondeu, seu coração acelerando - E também em como você é linda!
Rebeca suspirou e sorriu graciosamente, nervosa com o comentário.
-Obrigada Gabi - rebeca se aproximou e sussurou em seu ouvido - Você está extremamente gostosa - Rebeca se levantou Travessa e foi em direção ao mar - Você não vem, capitã? - Perguntou a gabi que ainda mantinha o sembalhante incrédulo com o que a ginasta disse, aquela mulher ainda ia matar ela, de tesão.

Gabriela permaneceu imóvel por um instante, Rebeca estava sorrindo para ela, com um brilho de travessura no olhar, antes de se virar e caminhar até a água com uma confiança leve, quase insolente, os pés deixando pegadas suaves na areia.

Cartas para Paris | RebiOnde histórias criam vida. Descubra agora