✵Sombras na Floresta✵

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1940 Palavras

Elenwen estava decidida a não perder o controle daquela forma novamente. Não podia se permitir ser consumida por algo tão avassalador. Mas, ao tentar encontrar o caminho de volta ao castelo, percebeu que estava andando em círculos. A floresta, densa e traiçoeira à noite, parecia dobrar sobre si mesma, apagando qualquer vestígio de uma trilha reconhecível.

Uma ardência forte em sua perna fez com que parasse. Levantou a barra rasgada do vestido e viu um corte profundo na panturrilha, sangue escorrendo e manchando o chão musgoso. Seu rastro poderia atrair perigos. Criaturas das Trevas vinham crescendo em número naqueles territórios, e ela sabia que não podia permanecer vulnerável ali.

Agachou-se para tentar curar a ferida, reunindo sua energia, mas seu corpo estava exausto. Depois do que acontecera no salão, ela havia consumido mais poder do que percebera. Mesmo forçando sua conexão com a floresta, só conseguiu estancar parte do sangramento. O esgotamento deixava seus membros pesados, seus pensamentos lentos.

Então, sentiu.

Uma presença. Algo se movia entre as sombras.

O ar ficou carregado. Um arrepio subiu por sua espinha. O vento dançava em torno dela, murmurando um aviso que não conseguia decifrar.

Tentou alcançar a adaga que normalmente levava presa à cintura, mas sua mão encontrou apenas o tecido fino do vestido. Droga. "Claro, Elenwen, adagas não fazem parte de celebrações de boas-vindas..."

Os galhos acima rangeram.

Virou-se para o som.

Tarde demais.

A criatura despencou das árvores, caindo sobre ela. O impacto a jogou no chão, e a dor veio afiada e implacável quando presas perfuraram sua pele. A ardência se espalhou instantaneamente, um fogo líquido tomando seus nervos.

Ela tentou gritar, mas sua voz não saiu. Seus músculos enrijeceram, recusando-se a obedecer. A teia viscosa começou a envolvê-la, apertando seus membros um a um. Seu coração martelava contra as costelas. A aranha estava preparando seu banquete.

Não.

Não.

Uma faísca se acendeu dentro dela.

O formigamento começou em seus dedos. Pequeno, quase imperceptível. Mas ela agarrou aquela sensação, se concentrou nela, alimentou-a com cada fragmento de sua força restante.

A terra ao seu redor estremeceu.

E então, como se a própria floresta atendesse ao seu chamado, uma raiz grotesca rompeu o solo, atravessando a cabeça do monstro com um estalo seco.

Silêncio.

A aranha tombou ao lado dela, imóvel. Mas a vitória foi breve. Seu corpo já não a obedecia. O veneno queimava cada célula, drenando sua consciência, puxando-a para a escuridão.

A última coisa que viu foi uma sombra se aproximando.

Depois, o nada.

⊹⊰✧⊱⊹

Legolas⭒

Ele sentiu o cheiro antes de vê-la.

Não era apenas o perfume sutil de capim-limão que sempre marcava a presença de Elenwen.

Havia sangue.

Legolas correu. O medo apertava sua garganta enquanto passava pelas árvores, ignorando os galhos que arranhavam sua pele. Quando finalmente a encontrou, seu coração parou por um instante.

Sombra e Luz: O Destino de ElenwenOnde histórias criam vida. Descubra agora