Sombra e Luz: O Destino de Elenwen

✵Laços✵

1159 Palavras

A pequena meia-elfa de cabelos negros e olhos verde-escuro (herança de seu pai) foi levada ao reino de Thranduil ainda bebê. O rei e seus servos pessoais rapidamente se apegaram à criança resgatada, mesmo com sua descendência humana. O palácio de Thranduil tornou-se seu lar, e por muito tempo, Elenwen não conheceu nada além daquelas paredes e muros.

Thranduil, apesar de sua aura fria e distante, nutria um carinho profundo por ela. Não costumava expressá-lo em palavras, mas estava lá, nos pequenos gestos. No modo como sempre exigia que seu jantar fosse servido ao lado do dele. No olhar atento que lançava quando ela treinava arco e flecha com Legolas. No silêncio pesado quando ela o desafiava teimosamente.

- Você deveria se preocupar menos com táticas de guerra e mais com seu comportamento, Elenwen - ele dissera certa vez, após um banquete em que ela contrariou um dos comandantes da guarda real.

- Eu só estava corrigindo um erro tático - ela rebateu, cruzando os braços.

O rei suspirou, massageando as têmporas.

- Ainda assim, não cabe a você confrontar guerreiros experientes diante de toda a corte.

Ela estreitou os olhos, contrariada. Mas então, com um gesto quase imperceptível, Thranduil deslizou para ela um pequeno pergaminho sobre estratégias de batalha.

- Estude isso. Se for argumentar novamente, pelo menos tenha razão.

Foi ali que ela percebeu: ele não queria silenciá-la. Queria prepará-la.

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Mirkwood sempre exerceu um encanto sobre Elenwen. Sabia que outrora a floresta fora um cenário de beleza inigualável, mas agora era apenas uma sombra do que já foi, consumida por uma influência maligna que mais tarde descobriram ser Sauron, servo de Morgoth. No entanto, havia algo na aura soturna da floresta que a atraía. Diferente dos outros elfos, que lamentavam a corrupção do local, Elenwen enxergava beleza na resiliência da natureza. As árvores, os rios e os animais sobreviviam, resistiam.

Desde pequena, sua curiosidade inquietava os guardas do castelo. Nenhum elfo costumava ser tão insistente em sair para explorar os arredores quanto ela.

- Por que sempre tenta fugir das aulas de etiqueta? - Legolas, o Príncipe, filho de Thranduil perguntou uma vez, quando a encontrou escondida no estábulo, prestes a escapar.

- Porque são insuportáveis - ela respondeu, bufando.

Ele riu.

- Talvez. Mas Thranduil ficaria furioso se soubesse que sua protegida anda se esgueirando pelo castelo como uma ladina.

- Ele não precisa saber.

- Ah, mas ele sempre descobre.

Legolas foi um dos primeiros a notar a inquietação dentro dela, a necessidade de se sentir livre, de desafiar seus próprios limites. Foi ele quem a ensinou a atirar com arco e flecha quando ela tinha apenas cem anos. Foi ele quem a ajudou a escapar do castigo do rei quando discutiu sobre estratégias militares na frente de um comandante veterano.

Foi ele quem, sem perceber, capturou seu coração.

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As memórias mais vívidas de Elenwen eram da adolescência, quando começou a notar as pequenas nuances do Príncipe Legolas. Como seus olhos carregavam mil emoções em um único olhar. Como seu sorriso parecia mais melodioso que qualquer canto élfico. Como o aroma da floresta impregnado em sua pele a acalmava de um jeito inexplicável.