𝐏rólogo

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𝗭𝝝𝝥𝝠ᅠ𝕯𝝨ᅠ𝕽𝗜𝗦𝕮𝖮 ...
𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑

𝐁eco escuro estava mergulhado em sombras pesadas, escondendo as cicatrizes da cidade. O silêncio da madrugada foi quebrado por uma respiração ofegante e passos arrastados, seguidos de um murmúrio de dor. Naruto encostou-se na parede fria, pressionando o ombro ensanguentado com a mão. Tinha escapado por pouco, mas agora estava sozinho e ferido. Esse tipo de vulnerabilidade era um luxo que ele não podia se dar.

Ele riu, incrédulo com a própria situação. Naruto, o charmoso e confiante “líder” que todos admiravam, agora se via encurralado e sem um plano de fuga. Seria cômico, se não fosse trágico. Ainda que cabeça-dura, ele sabia que tinha limites, e talvez estivesse perto deles.

No meio de seu desespero, ouviu passos. Ele congelou, pronto para reagir, mas quem surgiu na entrada do beco não era o tipo de pessoa que esperava. Sasuke era uma figura discreta, carregando o ar de alguém que preferia as sombras aos holofotes. Com os olhos fixos em Naruto, ele hesitou por um momento, percebendo o sangue.

— Precisa de ajuda? — perguntou Sasuke, a voz firme e contida. Ele parecia indiferente, talvez até um pouco rude, mas Naruto, cansado e com a visão turva, sentiu um toque de gentileza nas palavras.

Por um instante, Naruto pensou em dispensar a ajuda. Mas a dor e a exaustão foram mais fortes que seu orgulho.

— Se... não for muito incômodo — ele respondeu, com um sorriso que normalmente encantaria qualquer um, embora Sasuke parecesse imune ao charme.

O médico suspirou, aproximando-se e avaliando o ferimento com movimentos calculados.

— Isso vai doer. — disse, sem muita cerimônia, enquanto improvisava um curativo com mãos firmes. Para ele, ajudar estranhos não era algo que gostava de fazer, mas, como médico, sabia que era sua responsabilidade.

A medida que Sasuke cuidava do ombro de Naruto, este o observava com atenção, intrigado. Havia algo enigmático naquele homem — algo reservado, quase impenetrável, como se carregasse uma dor que guardava só para si. O tipo de mistério que Naruto não via todos os dias.

Quando o curativo estava pronto, Sasuke evitou qualquer despedida elaborada, mas Naruto se levantou, ainda cambaleante, oferecendo um sorriso carismático que não combinava com o ferimento. — Vou te ver de novo, né? — disse, em tom casual.

Sasuke franziu a testa, sem responder.

— Só se precisar de ajuda de novo — murmurou, não gostando da familiaridade repentina. Mas ao virar-se para sair, não pôde evitar sentir que algo, mesmo que pequeno, o havia tocado.

E Naruto, por sua vez, decidiu que, de alguma forma, não deixaria aquele encontro ser o último.

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𝐍ão tenho o que falar 👎

- K.

𝗭𝝝𝝥𝝠ᅠ𝕯𝝨ᅠ𝕽𝗜𝗦𝕮𝖮   -  NARUTO UNIVERSEOnde histórias criam vida. Descubra agora