𝗭𝝝𝝥𝝠ᅠ𝕯𝝨ᅠ𝕽𝗜𝗦𝕮𝖮 - NARUTO UNIVERSE

𝐋ineae 𝐅ines

𝗭𝝝𝝥𝝠ᅠ𝕯𝝨ᅠ𝕽𝗜𝗦𝕮𝖮 ...
𝐍𝐀𝐑𝐔𝐓𝐎

𝐄stava um pouco atordoado quando Sasuke entrou em meu apartamento, como se o médico tivesse trazido consigo um sopro de ar fresco, embora a sensação de desconforto ainda o seguisse. O apartamento tinha um cheiro familiar de café fresco, mas agora também havia uma pontada de antisséptico no ar, me misturando ao seu senso de realidade. Eu tinha certeza de que minha recuperação não seria fácil, mas a presença de Sasuke tornava tudo um pouco mais suportável.

Enquanto ele começava a organizar uma rotina de cuidados, não pude deixar de notar como se movia pelo espaço — firme, mas com uma sutileza que denunciava sua natureza reservada. A visão do médico em ação era intrigante. Eu sempre tive um jeito de atrair a atenção das pessoas, mas Sasuke era diferente. Ele parecia não se importar, focado em anotar cada detalhe sobre o tratamento e a recuperação.

Mas havia algo mais que pesava entre nós. Sasuke sabia que eu era da máfia. Quando me viu ferido naquele beco, percebeu que a situação era mais complicada do que um simples ferimento. Ele deve ter visto a maneira como eu me comportava, a tensão no ar, e essa consciência tornava tudo mais difícil. O que um homem como ele, dedicado a ajudar outros, estaria fazendo tão próximo de alguém que vive em um mundo de crime?

— Você vai me matar com esse cronograma — comentei, tentando quebrar o gelo, enquanto me acomodava no sofá, meu braço envolto em uma bandagem.

— Não estou aqui para diversão, Naruto — respondeu ele, seu tom sério, mas havia algo ali que me fez rir. A dedicação do médico era admirável, mas também um tanto engraçada. Eu só queria um pouco de leveza na situação.

Decidi provocar mais.

—  Você não tem um pouco de espaço na sua agenda para, sei lá, assistir a um filme? — Observei a expressão de Sasuke, tentando decifrar se minhas provocações estavam causando alguma reação.

— Não estou aqui para diversão — Uchiha repetiu, mas consegui ver um leve brilho em seus olhos. Era isso que eu queria: desafiar a natureza rígida dele e puxá-lo para fora de sua concha.

E assim continuamos. Eu fazia perguntas, contando histórias de minha vida, algumas das quais eram mais difíceis de ouvir do que outras. Percebi que Sasuke tentava se manter impassível, mas, em algumas ocasiões, captava um leve sorriso nos lábios do médico ou um olhar curioso que me fazia sentir que estava começando a furar suas defesas.

Durante um dos procedimentos de troca de curativo, senti a dor lacerante, mas a suportei com um orgulho silencioso. Eu mordi os lábios, lutando para não me queixar. Sasuke estava concentrado em seu trabalho, e eu não queria parecer fraco. Para meu espanto, o médico comentou:

— Você é mais forte do que parece.

Aquilo me pegou desprevenido. Não estava acostumado a receber elogios, especialmente de alguém como Sasuke, que parecia ter sido esculpido em aço, em vez de carne e osso. Era surpreendente como, em momentos de dor, eu podia ver a resiliência dele, e isso me fazia querer me abrir mais.

— Olha quem fala! O médico que não se permite sentir — provoquei, tentando fazer Sasuke rir, mas também querendo saber mais sobre ele. Por que ele era assim? Por que se trancava tanto?

O silêncio que se seguiu estava carregado. O Uchiha desviou o olhar, e não tinha certeza se estava pronto para quebrar aquela barreira. O que eu realmente queria era saber mais sobre ele, além do que estava na prancheta. O que o fazia rir? O que o deixava feliz?

Quando o procedimento terminou e me recostei no sofá, sentindo-me cansado, mas satisfeito, a atmosfera entre nós parecia mais pesada, mas não de um jeito ruim. Era como se algo estivesse começando a se formar entre nós, algo que eu não conseguia identificar.

Enquanto Sasuke se afastava para pegar água, permiti-me refletir sobre tudo o que havia acontecido até então. Eu não estava apenas atraído fisicamente por ele; havia algo mais profundo ali, algo que me fazia querer conhecer o homem por trás do médico sério. Eu queria saber o que estava por trás daquela barreira emocional.

Quando Sasuke voltou, nos encaramos por um momento, e senti uma onda de compreensão passar entre nós. Não queria apenas a presença dele como meu médico; queria mais. Tenho um desejo crescente de entender Sasuke, de romper as barreiras que o mantinham tão distante.

Sorria, mas não era apenas um sorriso provocador — havia uma promessa de que eu estava disposto a ir além, a buscar essa conexão, mesmo que isso significasse arriscar minha própria vulnerabilidade. Sabia que não era apenas uma atração passageira, mas algo que começava a se enraizar em meu ser.

E naquele momento, percebi que, por mais arriscado que fosse, estava pronto para explorar esse novo território, onde cada um tinha algo a perder, mas talvez também algo precioso a ganhar.
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𝐍ão ficou do jeito que queria, irei me matar

- K.