3. Explicações á Irmã

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//Quem Casa Quer Casa//

3. Explicações á Irmã

Lena

Estávamos sentados no sofá. O Harry ao meu lado e a Senhora Jackson à nossa frente com um ar de desculpa . Aquele ar de quando sabes que fizeste algo de errado.

O plano era o seguinte, aparentemente a Senhora Jackson tinha baralhado os nomes. Passo a explicar,eu e o Harry éramos na realidade um casal e o casal que tinha entrado em contacto com a senhora mas não éramos o casal Fraser. Mas sim o casal Styles, o apelido do idiota que me convenceu a entrar nesta grande complicação.

Esta foi a história que contamos à velhota. E agora estávamos a receber aquele olhar de quem não gosta do que ouve. A culpa não é minha que o raio da velha tenha memória de peixe. Aliás a culpa disto tudo é dela! Será que não podia tomar comprimidos ou assim, se calhar dessa forma já se lembrava de mim e eu não tinha de fingir ser casada.

Respirei fundo e comecei a brincar com uma madeixa do meu cabelo longo. Realmente estava muito comprido, chegava-me perto do umbigo, mas eu gostava dele assim.Os meus pais estavam sempre a queixar-se de como ele estava muito grande, mas como já disse eu gosto dele assim e também de os contrariar . De repente ouvi o bater de palmas, alto, que me fez dar um salto.

Olhei para a Senhora Jackson, que olhava para nós os dois cuidadosamente e, depois para o Harry que olhava para mim. Desde que concordei com isto que ele não parava de o fazer. Mordi o lábio e retomei o meu olhar para a velha que ainda não tinha parado de pedir desculpa desde que lhe contamos o sucedido.

" Eu peço imensa desculpa. Ai meu Deus! Como é que eu fiz uma coisa destas?" levou a mãos á cabeça e começou respirar irregularmente. Acho que tínhamos levado a mulher á loucura.

" Senhora Jackson, não tem problema. Acontece a qualquer um. O que nós gostávamos agora, era mesmo de tratar deste assunto," disse-lhe eu com o melhor sorriso que podia. Eu só queria ter a minha casinha para poder arrumar esta confusão toda. Já começava a sentir o nó na garganta e o aceleramento do bater do coração. A culpa estava a possuir-me.

"Claro minha querida. Sim claro, por favor sigam-me," começou a dirigir-se á cozinha, que era pegada á sala e o tempo todo foi a murmurar coisas do género, "Mas são tão novos", " Ai meu Deus! A minha cabeça", "Fraser! Fraser! Mas onde foste buscar isso mulher!" e a abanar a cabeça. Enquanto olhava para ela senti uma pontada de culpa tão grande que tive de respirar fundo. Eu sentia-me tão mal por mentir.

"Com o tempo passa," uma voz disse ao meu lado. Olhei para o moreno, abanei a cabeça e levantei-me.

"Deves estar muito habituado, para dizer isso."

"Tenho alguma experiência," disse com um sorriso de canto, depois levantou-se e começou a caminhar em direção da Senhora Jackson.

Fingi não ouvir o seu comentário e agarrei o seu antebraço, ignorando o quanto firme o seu músculo era e virei-o para mim. " Não vamos precisar daqueles certificados de casamento, ou lá o que essa merda é, pois não?"

" Espero bem que não."

Arregacei as mangas e segui-o. Vamos lá tratar disto.

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"Mudo-me daqui a dois, três dias."

A minha irmã olhou para mim perplexa. Deu a volta á bancada da cozinha e sentou-se ao meu lado. Levei á boca uma colher de gelado e olhei para ela pelo canto do olho. Esta limpou as mãos no pano, ainda a olhar para mim e colocou-o acima da mesa. Ainda olhava para mim chocada.

"Conseguis-te a casa?" retirou o cabelo loiro dos olhos e abriu a boca com espanto. A minha irmã saí á minha mãe enquanto eu ao meu pai. Ora eu era a morena aborrecida, com os meus cabelos castanhos compridos e os olhos castanhos e, ela a bela princesa com os cabelos loiros e os seus grandes olhos verdes. Uma maravilha.

"Porquê tanta surpresa?" perguntei.

"Nada, nada. Estou muito feliz por ti! A sério que estou," sorriu e estendeu os braços para me abraçar. Levantei-me e deixei-a com os braços estendidos.

" É claro que estás. Já não tens de fazer de babysitter," revirei o olhos, peguei no meu gelado e comecei a dirigir-me ao meu quarto. Correção, ao quarto da minha irmã que ela me tinha disponibilizado.

Quando eu saí de casa, não tive outra opção se não pedir á Eliza que me deixasse ficar em casa dela até eu arranjar a minha. Ela disse que não se importava,apesar de eu saber que sim, por isso vim cá para casa. Ora ela vive com o namorado e as coisas á noite não são agradáveis. Eu só quero a minha casinha e a minha casa de banho!

Revirei os olhos quando a senti seguir-me. Entrei no meu quarto, sentei-me na cama e comecei a comer o meu gelado de novo. Assim que o fiz a Eliza meteu-se á minha frente e cruzou os braços. Vinha aí o sermão.

"Tu sabes que isso não é verdade. Eu não me importo que fiques cá em casa," eu sabia que ela não se importava mas parte de mim sentia-se a mais.

Bufei e mordi o lábio. "Eu sei, desculpa."

Ela ajoelhou-se no chão, ao pé da minha cama e pousou a mão no meu joelho. Olhei para ela, para a ver com um grande sorriso na cara." Estou muito orgulhosa de ti."

"Deves ser a única," mais uma colher de gelado.

"Tenho a certeza que os país também ficarão,"desvie o olhar para a janela e senti a mão dela apertar no meu joelho. Ficou silêncio por um momento, ambas a olhar para Londres. Continuava a nevar e a cidade não podia estar mais bonita.

Senti uma mão pressionar o meu queixo e depois a virar a minha cara. Olhei para a minha irmã e dei-lhe um pequeno sorriso ao qual foi retribuído. Depois ela retirou a mão do meu queixo e pegou na minha mão, "Mas, então conta-me como é a casa?"

"Hmm... É pequena,velha, mas o tecto parece ser resistente," terminei com um sorriso largo.

"Lena!"

"Eu sei, eu sei. Mas eu gostei dela e.... é barata, tenho tudo o que preciso a funcionar e é confortável. Não posso dizer que é segura, porque bom...ainda não experimentei a cama, ou o chuveiro mas...é uma casa,"a Eliza abanava a cabeça enquanto eu contava isto tudo e eu só suplicava a Deus que ela não se passa-se.

" O que é eu vou dizer aos pais?"

" Não sei, inventa qualquer coisa. Podes dizer que a casa é pequena, mas por favor não digas que está a cair de podre," disse eu e agarrei-lhe nas duas mãos com força. Ela olhou para as nossas mãos e depois para o meu rosto, que agora se encontrava com uma expressão de suplica e fechou os olhos.

"O que eu não faço por ti."

No momento em que ela disse aquilo atirei os braços á volta do seu pescoço com um pequeno grito de entusiasmo . Ela riu-se e pôs os seus á minha volta assim que recuperou o balanço. Apertei o seu corpo com força e murmurei um "Obrigada". Quando nos separamos, olhamos uma para a outra e sorrimos. Mas depois lembrei-me de uma coisa e acho que o meu rosto refletiu isso porque a Eliza pergunto-me o que se passava.

"Ok, não te passes mas eu vou ter um colega de quarto," o rosto estava calmo e ela ia dizer algo, mas eu pus a mão no ar para a silenciar, "e por acaso posso ter concordado em fingir ser casada com ele. "

A Eliza olhou para mim, pestanejou e depois atirou a cabeça para trás e riu-se,"O quê?'"

Demorou algum tempo mas expliquei-lhe tudo e ela ouviu, com tanto atenção que até me assustou. Quando acabei estava sem fôlego e olhava para todos os lados, menos para ela. Eu sabia que ela já não me ia ajudar depois daquilo e também sabia que a única ajuda que precisava era a dela.

"Tu não podes fazer isto," disse-me ela.

"Já o fiz," disse-lhe eu.

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Está aqui o terceiro capítulo!! O que acharam? Gostaram da Eliza?

Obrigada por lerem, mts bjs e não se esqueçam de votar e comentar :)

Quem casa quer casa [h.s.]Onde histórias criam vida. Descubra agora