4. Mudanças Com Os Pombinhos

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//Quem Casa Quer Casa//

4. Mudanças Com Os Pombinhos

Lena

A pior parte em mudar de casa é sem dúvida as mudanças. Carregar caixas de um lado para o outro, subir e descer escadas, já que o meu querido prédio não tem elevador. Demorava tempo, era cansativo e provavelmente ao fim da tarde iria ter uma grande dor de costas. Mas felizmente já tínhamos acabado.

"Nunca mais te ajudo," pois, agora chegava a parte onde tinha de ouvir a minha irmã a refilar. Não é que ela tenha feito muito também. Alec, o namorado da minha irmã, é que trouxe quase tudo. Eles estavam juntos á cinco anos, não me perguntem como, mas a verdade é que estavam. Eram aquele típico casal que não se largavam e que davam alcunhas fofinhas um ao outro. Ew, casais.

"Nem ajudas-te. A única coisa que fizeste foi falar enquanto nós carregávamos as coisas," disse eu e cruzei os braços dando-lhe um ar de desaprovação.

"Chama-se apoio moral, maninha," disse Eliza com um sorriso provocador.

"Eu já te dou a maninha," e comecei a correr atrás dela pelo apartamento. Ela gritava e ria-se enquanto corria e eu fazia o mesmo. A Eliza podia ser a mais velha, no entanto era sem dúvida a mais infantil. Não sei quanto tempo continuamos naquela algazarra mas parámos quando ouvimos uma caixa ser atirada ao chão. Olhamos as duas para o Alec ,que tinha as mãos nas ancas e uma posse autoritária. Parecia a minha mãe. Comecei a rir e depois a Eliza também.

"Eu não sei qual das duas dá mais trabalho," suspirou ele, agachou-se e começou a mexer na caixa. Quando vi que a caixa era a dos meus livros fui a correr para o lado dele. Empurrei o Alec e ele caiu de rabo no chão. Controlei a vontade de rir e peguei na caixa.

"Não toques nos meus amores, borboleta," exclamei e coloquei a caixa na ombreira do sofá. Fiz questão de lhe chamar borboleta, pois sabia que o irritava. Como eu esperava o Alec bufou e retirou os cabelos castanhos da cara. Sabem o Alec era um rapaz muito atraente, isso eu podia dizer. Tinha cabelo e olhos castanhos, nada de especial no entanto tinha um certo charme que o tornava vistoso.

"Já te disse para não me chamares isso! Eu sou muito homem!" levantou-se e com o sobrolho franzido olhou para mim.

"És tão homem como eu sou arrumada!" deitei-lhe a língua de fora e concentrei-me nos meus livros.

"Eu sou muito homem, miúda. E tu não vais querer que eu o mostre," as suas mãos fecharam-se em punhos que ele elevou ao nível do nariz. Sorriu e eu também. Cruzei o braços e ergui uma sobrancelha.

"Não fazes mal a uma mosca, borboleta,"

"Lena!"

Ri-me com a sua irritação e pelo canto do olho vi a Eliza sorrir e vir ter com o namorado. Quando chegou ao pé dele abraçou-o e deu-lhe um beijo na bochecha. Revirei os olhos.

"Não ligues á criança. Tu sabes que és o meu homem," o Alec sorriu. Colocou uma madeixa de cabelo loiro da Eliza atrás da orelha e deu-lhe um leve beijo nos lábios. Ignorei o facto de ela me ter chamado criança. Aquela cabra.

"Só teu," exclamou o namorado com um brilho nos olhos.

"Só meu," eu tinha de interromper aquilo, antes que eles começassem a dar para ali linguados ou uma coisa assim. No meu apartamento isso não ia acontecer.

"Oi! Oi! Já chega! Não quero cá dessas coisas na minha casa!" ergui o queixo. Eles bufaram mas eventualmente separaram-se.

"A minha casa",não me soava nada mal.

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Estava a ficar noite e nós já tínhamos arrumado quase tudo. Havia coisas que eu não podia arrumar sem o conhecimento do Harry .Alias existiam vários problemas. Só havia uma cama, um guarda roupa, uma casa de banho e por ai adiante. Não pensei que dividir a casa desse tanto trabalho.Não pensei que fingir ser casada com alguém desse tanto trabalho.

Neste momento íamos jantar, tínhamos deixado as coisas arrumadas, limpamos um pouco o apartamento e agora íamos sair para jantar. Porém os pombinhos não se largavam e estavam todos juntinhos no sofá.

"Vá lá, malta! Tenho fome," peguei num braço de cada um e arrastei-os até á porta desprezando os seus comentários. Quando finalmente cheguei á porta retirei a chave do bolso, que a Senhora Jackson me tinha dado e coloquei na fechadura. Mas não entrava toda. Franzi o sobrolho e tentei de novo. Continuava a não entrar toda.

"O que foi?" ouvi a Eliza perguntar. Não disse nada mas continuei a tentar, só passado um bocado é que ouvi vozes do outro lado da porta. Então percebi que alguém estava a tentar entrar. Harry. Retirei a chave e ouvi algo na fechadura. Passado uns segundos levei com a porta na cara.

Fodasse.

"Oh meu Deus!" ouvi alguém dizer. Depois ouvi risos e pessoas a falar. Levei a mão á minha testa e fechei os olhos.

Quando os abri, olhei para o moreno que parava com a mão na maçaneta da porta e os lábios colados, para conter o riso. Aproximei-me dele com os olhos em fogo, coloquei-me em bicos de pés, porque o cabrão parecia o raio do monte Evereste e olhei-o olhos nos olhos.

"Ainda é um pouco cedo para te tornares viúvo, não achas?" em resposta sorriu e deu-me uma pequena palmada no topo da cabeça.

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Este capítulo foi um bocado merdas, mas espero que tenham gostado.

------------------ A foto ao lado é um pouco como eu imagino o apartamento da Lena e do Harry, acrescentem só varandas e escadas de incêndio e yha é isso.

Obrigada a todos, não se esqueçam de deixar um voto e o vosso comentário ;)

Bjs!!!

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