Erguemos pontes e levantamos muros,
em um jogo constante de ir e voltar,
onde o coração se divide entre o desejo
de se aproximar e o medo de se entregar.As pontes que construímos são frágeis,
feitas de promessas e de olhares,
tentando alcançar o outro lado
sem saber se o terreno é seguro.Mas os muros, ah, os muros,
são altos e frios,
erguidos pelas dúvidas e os receios,
mantendo-nos longe, mesmo quando queremos perto.Às vezes, cruzamos a ponte com coragem,
somos vulneráveis e inteiros,
mas, em outros momentos,
a sombra do muro se ergue,
protegendo-nos da dor que não queremos sentir.Entre a luz da aproximação e a sombra do distanciamento,
flutuamos, como folhas ao vento,
tentando encontrar equilíbrio
na eterna dança entre construir e afastar.Mas, no fundo, sabemos que sem as pontes,
o amor nunca atravessa a distância,
e sem os muros, a solidão
pode invadir o que ainda resta de nós.
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Vida Cotidiana
PoetryVida Cotidiana é uma coletânea intensa e visceral, onde 40 poesias capturam os dilemas e as emoções mais profundas do cotidiano humano. Nessa obra, cada verso se torna um espelho, refletindo as facetas de sentimentos universais como o amor em todas...