The Legacy

08 | 𝐒𝐞𝐛𝐚𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐇𝐞𝐫𝐧𝐚́𝐧𝐝𝐞𝐳

- Já chega, agora entra no carro - Digo sem paciência e ela apenas revira os olhos passando por mim onde seu perfume invade o meu nariz como uma droga e fecho os olhos travando o maxilar inalando aquele cheiro doce de morangos que me deixa alucinado, que droga de menina, balanço a cabeça tentando tirar esse pensamento ridículo da cabeça indo logo atrás entrando no carro.

- A próxima vez eu prefiro vim com outra pessoa do que você - Ela começa falar assim que me sento ligando o carro, será que ela não para de falar um segundo?

- Me faz um favor, fica calada - Digo dando a volta no veículo e pegando novamente a estrada deserta.

- E porque? .

- Porque sua voz me irrita - E isso faz com que ela cale a boca, se eu soubesse que era somente eu dizer isso para ela se calar teria feito a muito tempo, aproveito a paz do silêncio que estava estranho demais ela conseguir ficar esse tempo inteiro sem falar uma palavra se quer, olho para o lado e vejo ela dormindo como se o banco do carro fosse a melhor cama possível, seu pescoço faltava quebrar de tão torto que estava e de alguma forma aquilo me incomodava é a mesma sensação que sentir quando vi aquele babaca quase beijando ela mas dessa vez é um pouco diferente, sem ao menos perceber levo minha mão até seu rosto onde sinto a maciez da sua bochecha e com bastam cuidado algo que me surpreendeu muito, levanto sua cabeça colocando direito mas então ela se encolhe no banco segurando minha mão contra o seu rosto.

- Droga - Rosno baixinho e vou dirigindo até um hotel mais próximo possível com apenas uma mão no volante já que a outra estava ocupada, de longe avisto uma placa enorme de Led com uma seta vermelha indicando o hotel que rapidamente estaciono meu carro e assim que paro o veículo olho para ela e ela continuava dormindo bem acomodada segurando minha mão como seu travesseiro.

Olho para o lado e para o outro e penso em um jeito de sair do carro sem acordá-la e tirar minha mão do seu rosto, então envolvo meu braço em volta da sua cintura puxando seu corpo para o meu colo e ela resmunga onde suas unhas passam sem querer por minha nuca assim que ela tentou segurar meu pescoço e um movimento tão inocente fez um arrepio irritante subir por todo meu corpo, engoli seco levando ela no meu colo e vou até a recepção.

- Boa noite senhor - Aceno com a cabeça tirando o cartão do meu bolso e colocando em cima do balcão.

- O melhor quarto - Digo sério e sem muita enrolação, ela logo pega uma chave do quarto 50 e pego a chave sem dizer mais nada subo as escadas seguindo pelo corredor com uma luz amarela iluminando o corredor estreito, abro a porta e coloco ela deitada na cama que se mexeu um pouco mas logo se virou para a parede voltando a dormir.

Ando até a janela acendendo um cigarro que tiro do bolso e olhando fixamente para o estacionamento do hotel, somente esse momento minha mente se acalma deixando com que as vozes parem ou "durmam" por um prévio minuto, tiro do meu bolso de trás uma pequena caixa em formato de um cubo e derramo alguns comprimidos na palma da minha mão e jogo tudo para dentro da minha boca engolindo de uma vez, respiro fundo ainda com o cigarro entre os meus dedos, dou as costas para a janela tentando arrumar um canto para que eu possa dormir até que todos os vidros da janela se quebram em uma só vez onde todos os cacos voam por cima de mim, caio no chão deitado sentindo vários cacos perfurarem a palma da minha mão e o sangue melar o chão, olho para o lado e vejo Valentina sentada na cama com duas armas apontadas em direção a janela, de onde droga ela tirou essas armas?

- o que foi isso? - Ela pergunta assustada enquanto se levantava da cama ainda com suas armas apontadas para janela e assim que ela se expôs na janela os tiros voltaram e automaticamente ela cai no chão ficando paralisada do mesmo jeito que eu onde vi sua mão se melar de sangue.