Capítulo III

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A única coisa que eu conseguia fazer era gritar

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A única coisa que eu conseguia fazer era gritar. Um grito alto pelo medo de estar no ar pela primeira vez, mas também divertido pelo mesmo motivo. Olhar a floresta por essa perspectiva era incrível. Continuamos no ar até cruzar o horizonte infinito, era como se nada pudesse alcançá-lo. Era lindo!

Em dado momento vi algumas casas em árvores, pessoas com asas, plumas, bicos e muitas coisas que eu nem sequer imaginaria, pessoas metade homem, metade pássaro. As cores, o brilho, tudo era novo e diferente. Quando pousamos notei o quão agarrada a ele eu estava.

— Desculpe. — disse me afastando.

— Não precisa se desculpar meu pequeno canário.

Olhei em volta e notei que algumas pessoas, se não todas olhavam para nós dois, talvez pela falta de plumas em meu corpo ou que quer que seja.

— Vem — deu o braço para que eu segurasse —, vamos caminhar, quero lhe mostrar minha casa.

Enquanto caminhávamos eu não podia deixar de olhar ao redor como uma grande curiosa, as casas de alguns pareciam ser dentro de troncos de árvores e outras com construções sólidas em meio a essas mesmas árvores, as ruas era feitas de pedra, crianças com penas, outras com bicos corriam na nossa frente brincando e pega-pega até notarem nossa presença e ficaram chicanos a olhar para mim.

O homem de cabelos dourados como um campo de trigo falava com calma sobre os moradores e que logo eles iam se acostumar com a presença de mais um morador e que, mesmo outros reinos existiam pessoas com características diferentes da minha, que era completamente humana.

— Então humanos não vem aqui? — eu perguntei,

Ele se virou e olhou sério para mim com as mãos nos bolsos.

— Não. Nunca. — então olhou rapidamente para baixo e voltou seu olhar a mim — Só uma vez, mas tem bastante tempo eu diria.

— Oh...

— É, passarinho, as coisas são assim, humanos são nocivos, sabe-se lá o que eles fariam se vissem crianças como essas? — sua expressão ficou séria e rígida — Eu te trouxe aqui porque sei que não apresenta perigo a nenhum dos meus, mas não digo o mesmo dos seus vizinhos...

— É, bem... — não tinha muito o que falar, até pouco tempo atrás cidades estavam na febre das bruxas e enforcaram e queimaram três garotas mais novas que eu por terem uma marca de nascença. Sabe-se lá o que fariam com essas pobres crianças.

— Bem eu moro logo ali. — disse casualmente.

— Um castelo?! — minha voz não deixou de sair mais alta e desafinada com o tamanho do meu espanto.

— Bem — deu de ombros —, o que posso fazer? Eu sou o cara!

O castelo não era exatamente grande, mas havia um rio que passava ao seu redor por baixo de uma ponte e caía no despenhadeiro. O castelo, sendo maior que a maioria das casas dos ricos da cidade - muito maior - era feito de tijolos dourados e tinha grandes janelas de vidros e torres altas onde outros homens pássaros estavam, de vigia sem sequer mexer um músculo. Árvores antigas a notar pelos troncos grossos se torciam ao redor de umas das torres, folhas verdes e viçosas mostravam, saúde e as flores vermelhas beleza que eu nunca havia visto. Eu estava, inegavelmente, deslumbrada com tudo o que via. Nada disso poderia ser real.

Me virei para dizer ao homem de asas vermelhas que me sentia num conto de fadas quando um rapaz com cabeça de corvo veio a nosso encontro, ele tinha roupas bem arrumadas e uma bolsa de couro ao transpassada por seus ombros.

— Ah Tokoyami! — disse Haws alegremente.

— Onde esteve, senhor? Procuramos pelos quatro céus! — disse preocupado até notar minha presença — E que seria essa... — olhou-me analiticamente até arregalar os olhos — Humana!

— Sim sim, uma humana. — disse Hawk entediado.

— Mas, mas...

— Ela vai ficar aqui comigo, conosco por um tempo.

— Como assim? Se exaltou. — mas antes de qualquer outra coisa fosse dito o dono de penas vermelhas mostrou-lhe uma das de suas penas, olhos dourados encarava o garoto corpo de modo sério. Então ele se virou para mim e fez uma reverência — Perdoe-me, senhorita, queira me acompanhar e mostrarei seu quarto.

Durante minha vida eu aprendi muitas coisas e uma delas é que ninguém faz qualquer tipo de reverência a mim por ser uma garota de uma vila remota e eu quem deveria reverenciar aqueles que mostravam misericórdia aos moradores miseráveis da vila. Então para minha surpresa estava lá, esse rapaz de curvando a mim de maneira tão cordial e séria como se eu fosse o próprio magistrado.

Sem saber o que fazer olhei para aquele que me trouxe até aqui e ele apenas assentiu.

— Vá, te encontro mais tarde para o jantar, tenho que resolver algumas coisas antes. — então suas asas se abriram mostrando sua envergadura e num salto ele estava nos céus como se pertencesse a ele.

— Incrível. — eu disse sem deixar de olhar para cima.

— Sim, o mestre Hawks é muito habilidoso nos ares. Agora venha, vamos até o castelo.

 Agora venha, vamos até o castelo

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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Hawks: O Rei FalcãoOnde histórias criam vida. Descubra agora