Recem casados ( FIRSTKHAO)

MEDO

POV Khaotung

— E então? — perguntei com expectativa, depois que First provou um pouco da minha nova receita.

First mastigou devagar, saboreando cada pedaço antes de responder:

— Está maravilhoso! — elogiou, e eu bufei.

— Já é o terceiro prato que você diz que está maravilhoso, First. — Resmunguei, fazendo-o rir.

— E qual é o problema? Está muito bom mesmo.

— Acho que você só está dizendo isso porque me ama, mas quero uma crítica sincera. — Falei, tirando o avental e me sentando ao seu lado no banquinho.

— Meu amor, você é um chef talentoso, é por isso que tudo que faz, mesmo pela primeira vez, fica delicioso... estou sendo sincero. — Ele disse carinhosamente, e eu abri um sorriso.

— Céus, como eu te amo, First Kanaphan Puitrakul! — Falei, jogando-me em seus braços e iniciando um beijo apaixonado.

— Eu também te amo, Khaotung. — Ele sorriu assim que o beijo terminou. Mas, apesar do sorriso, eu conhecia First bem o suficiente para saber que algo estava errado.

— Agora me diz qual é o problema. — Pedi, olhando em seus olhos, mas ele desviou o olhar rapidamente, me dando ainda mais certeza de que algo o incomodava.

— Do que está falando? — Ele se fez de desentendido, colocando mais comida na boca.

— First Kanaphan Rattanakitpaisarn, eu te conheço melhor do que ninguém e sei que tem algo errado.

— Desde quando eu tenho  Rattanakitpaisarn no nome? — Ele perguntou, curioso, claramente tentando desviar do assunto para ganhar tempo.

— Desde que nos casamos. — Respondi.

— Se eu me lembro bem, aquele casamento foi de mentira. — Disse ele com bom humor.

— Não para mim. — Falei com convicção. — Agora me diz o que houve.

— Eu nem sei como te dizer isso... — Ele disse, incerto, levantando-se e indo para a sala.

— First, se você aprontou alguma coisa, é melhor me dizer agora! — Eu já estava pronto para quebrar uma caneca na cabeça dele (obviamente, eu não faria isso... bom, dependendo do que ele fosse responder).

— Não, amor! Não é isso... — suspirei aliviado e o segui até a sala, que era separada da cozinha apenas por uma bancada, e me sentei ao seu lado no sofá. — Hoje pela manhã, uma mulher foi ao meu escritório e...

— Ela era bonita? — Perguntei, interrompendo-o, e First bufou.

— Khaotung, isso não vem ao caso. — Respondeu, um pouco irritado, e eu fiz cara emburrada, mas me calei. — Ela se chama Sujitra Aydin e é mãe de Joong Aydin.

— Quem é Joong? — Perguntei, confuso.

— Joong Aydin, que se apresentou para nós como Woolsey Scott. — Fiz uma expressão ainda mais confusa, e First percebeu.

— Vou te explicar desde o começo. — Ele falou, e eu assenti.

First me explicou tudo o que havia acontecido, desde a ligação para o diretor de sua antiga escola até o momento em que conversou com a mãe de Woolsey... quer dizer, de Joong. Quando terminou, fiquei paralisado, tentando entender como as coisas haviam chegado a esse ponto e me perguntando o que eu havia feito de tão ruim para não conseguir ter um segundo de paz ao lado do homem que amo.