Perdas.

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POV KHAOTUNG



Quando cheguei em casa com minhas malas, Gulf já estava me esperando.

— Vim o mais rápido que pude quando vi sua mensagem — disse ele, me puxando para sentar no sofá. — O que aconteceu? O plano não deu certo?

Respirei fundo, tentando acalmar meu coração que estava acelerado desde o momento em que saí de lá.

— Não, Gulf, deu certo... deu muito certo — respondi com raiva. Eu estava com tanta raiva de mim mesmo, me sentia péssimo.

— Então o que foi? — ele perguntou, preocupado.

— Gulf, ele se apaixonou por mim de verdade. Ele não disse diretamente, mas eu vi nos olhos dele... Ele preparou um jantar, foi gentil, do jeito dele, e nós fizemos amor — sorri minimamente. Meu irmão ouviu cada palavra com atenção.

Contei detalhadamente tudo o que aconteceu nessas semanas e, quanto mais eu falava, mais ódio sentia de mim mesmo.

Quando nossos pais morreram, prometi que cuidaria da meu irmão custe o que custasse. E foi pensando nessa promessa que elaborei um plano para me vingar do homem que, mesmo indiretamente, havia causado tanto sofrimento a ele.

— Khaotung, você se apaixonou? — Gulf perguntou, surpresa. Eu sabia que ele não me julgaria. Na verdade, quando entramos nessa, eu tinha mais raiva dele do que ele.

— Gulf, ele não é uma pessoa má... Ele só era um idiota impulsivo que fazia as coisas sem pensar em quem iria ferir... Foi errado o que ele fez com você, mas... eu não sei mais o que está acontecendo comigo, estou muito confuso — disse, dando um beijo no rosto dele. — Podemos conversar amanhã? Preciso de um tempo sozinho — pedi, e ele assentiu, saindo logo em seguida.

Me joguei na cama e fiquei pensando em First, no quanto eu o havia machucado.

Quando o conheci no bar, o plano já estava traçado. Ohm havia me dito que ele estaria lá, então, quando ele ficou completamente bêbado, ele me mandou uma mensagem dizendo que eu podia colocar meu plano em prática.

Não foi difícil fazer com que ele se interessasse por mim. Nós nos beijamos e, se eu não estivesse tão furioso, teria aproveitado mais. Depois de algumas doses, First já havia esquecido até o próprio nome, então fomos até a capela do cassino e tiramos aquelas fotos.

Nos primeiros dias, o plano estava indo como planejado, mas First não queria de jeito nenhum que eu ficasse na casa dele. Resolvi ir embora e pensar, junto com meu irmão e Ohm, em uma forma de fazê-lo me aceitar. No caminho de volta, estava com tanta raiva da maneira como First me tratou que acabei sofrendo um acidente. Felizmente, não foi grave.

Gulf ficou histérico quando soube do acidente e ainda mais quando contei que iria ficar com First durante a recuperação.

Mas eu queria ir até o fim.

Os dias passaram, assim como as semanas, e quando me dei conta, já estava acostumado à vida de casado, já estava acostumado a ser o marido de alguém. Às vezes, até me divertia. Era difícil admitir, mas todas as risadas que First arrancava de mim eram genuínas, nada forçado. Com seu jeito rude e seu ar de quem sabe tudo, ele me fazia rir o tempo todo.

Havia dias em que eu esquecia completamente o real motivo de estar ali.

Quando ele saiu para ver aquela garota, eu surtei. Senti um ciúme tão grande que me encheu de ódio. Não era para eu sentir ciúmes, eu estava ali para fazê-lo sentir o que meu irmão havia sentido. Mas, antes que percebesse, já estava ligando para o Dr.Jimmy, convidando-o para sair. Ele não sabia que fazia parte de um plano idiota; segundo ele, eu era interessante, por isso aceitou. Bom, eu também o achei interessante, mas só isso.

Recem casados ( FIRSTKHAO)Onde histórias criam vida. Descubra agora