SN, depois daquele encontro inesperado com Tainara, não conseguia tirar a ex da cabeça. O reencontro mexeu mais com ela do que imaginava. Naquela noite, as duas haviam trocado contatos e, aos poucos, passaram a se falar com mais frequência. No início, eram apenas mensagens casuais, sobre a vida, os esportes, as viagens. Mas logo as conversas voltaram a ganhar profundidade.
Tainara, por sua vez, também sentia que algo tinha mudado. O tempo havia curado as feridas antigas, e o que restava era uma maturidade que antes não existia entre elas. Tainara continuava jogando vôlei no Brasil e tinha conquistado seu espaço no esporte nacional, mas sentia que algo faltava em sua vida pessoal. O retorno de SN trouxe de volta sentimentos que ela pensou ter superado, mas agora, havia uma nova clareza.
Certa tarde, SN a convidou para um café. Elas se encontraram em um local tranquilo, longe dos holofotes de suas vidas esportivas. A conversa fluiu, como sempre, mas dessa vez foi mais sincera e direta. SN, com um misto de nervosismo e sinceridade, disse:
— Eu pensei muito sobre nós esses últimos dias. Oito anos é muito tempo, mas ver você de novo me fez perceber que... talvez a gente não tenha terminado da melhor maneira. Eu ainda sinto que temos algo inacabado.
Tainara ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de SN. Ela sabia que o fim do relacionamento delas tinha sido doloroso, cheio de brigas e inseguranças, mas também sabia que as duas não eram mais as mesmas pessoas. As cicatrizes do passado ainda estavam ali, mas havia algo novo agora, algo mais maduro.
— SN, a gente era muito imatura, eu era muito imatura. Eu também pensei muito sobre nós nesses últimos dias, e a verdade é que… apesar de tudo, eu nunca te esqueci completamente — Tainara respondeu, olhando nos olhos de SN.
O silêncio que se seguiu foi preenchido por uma compreensão mútua. Elas não precisavam falar muito mais; o sentimento estava ali, claro como nunca. Tainara estendeu a mão, e SN a segurou, com um sorriso que dizia mais do que qualquer palavra poderia expressar.
Nos meses que seguiram, SN e Tainara começaram a se reaproximar com cautela, sem pressa. Desta vez, sem a pressão do ciúme ou das inseguranças que antes ameaçavam tudo. Elas aprenderam a valorizar os momentos simples e a respeitar o espaço e a individualidade uma da outra.
As vidas esportivas ainda ocupavam boa parte do tempo delas, mas agora havia um equilíbrio. O amor que reacendeu não era o mesmo de antes; era mais maduro, mais forte. Elas sabiam que, dessa vez, estavam prontas para fazer dar certo, e, com o tempo, o que parecia um reencontro casual se transformou em uma nova fase do relacionamento.
Finalmente, SN e Tainara perceberam que às vezes o tempo separado é necessário para crescer e que o amor, quando verdadeiro, pode sobreviver até mesmo às pausas mais longas. Dessa vez, sem pressa, mas com certeza, estavam dispostas a escrever uma nova história juntas.
