Thaisa Daher

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A Filha Perdida de Thaísa Daher

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Thaísa Daher era conhecida como uma das melhores centrais do vôlei mundial. Sua presença imponente na quadra, sua técnica afiada e a força com que dominava cada jogo a tornaram uma lenda viva. Mas fora das quadras, havia um segredo que ela mantinha enterrado há anos: uma filha, que ela nunca chegou a conhecer.

Tudo começou quando Thaísa tinha 20 anos, no início de sua carreira profissional. Ela engravidou de forma inesperada e, pressionada pela sua carreira e por pessoas ao seu redor, tomou a decisão mais difícil de sua vida: entregar a criança para adoção. Seu coração partiu no momento em que assinou os papéis, mas sua mente estava convencida de que era a única escolha que tinha. Desde então, ela havia se dedicado inteiramente ao vôlei, tentando deixar para trás a dor daquela decisão.

Anos se passaram, e agora Thaísa estava no auge da sua carreira, cercada de conquistas e vitórias. Mas um dia, durante uma pausa em um torneio internacional, ela recebeu uma carta que a deixou sem chão.

"Thaísa,

Meu nome é SN. Eu acredito que você seja minha mãe biológica. Meus pais adotivos sempre foram sinceros sobre minha origem, e, depois de muito pensar, decidi te procurar. Não espero nada de você além de respostas. Eu só quero entender quem eu sou e de onde venho.

Com carinho, SN."

Thaísa ficou paralisada. Suas mãos tremiam enquanto segurava o papel. SN... O nome ecoou na mente dela como um sussurro do passado. Depois de tantos anos, sua filha estava ali, viva, e a havia encontrado. Ela nunca tinha se permitido imaginar esse momento, sempre acreditando que seria melhor para a criança viver uma vida sem ela. Agora, aquele segredo que ela tanto guardou havia retornado, trazendo à tona todas as suas emoções enterradas.

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Nos dias que se seguiram, Thaísa se manteve distante nos treinos, perdida em seus pensamentos. O treinador notou sua distração, mas ela sempre respondia que estava bem. Como poderia explicar o turbilhão que estava sentindo? Naquela noite, Thaísa decidiu responder à carta.

"SN,

Eu recebi sua carta e não consigo descrever o que estou sentindo. Sim, eu sou sua mãe biológica. Tenho tantas coisas para te contar, tantas desculpas para pedir... Eu não sei se mereço ouvir você, mas estou pronta para te conhecer, se você estiver disposta.

Com carinho, Thaísa."

Quando SN respondeu, propondo um encontro, Thaísa sentiu uma mistura de ansiedade e esperança. Elas marcaram de se ver em um café discreto, longe dos olhares curiosos.

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O encontro foi silencioso no começo, as palavras pareciam presas na garganta de Thaísa. Quando SN entrou no café, Thaísa quase perdeu o fôlego. A jovem de 17 anos era alta, com traços que claramente lembravam a jogadora de vôlei. Havia algo nos olhos dela que fazia o coração de Thaísa apertar. Elas trocaram olhares, e SN quebrou o silêncio primeiro:

"Eu assisto aos seus jogos", disse SN com um sorriso tímido. "Eu sou central no meu time de escola."

Thaísa sentiu um nó na garganta. "Você joga vôlei?"

"Sim. Eu acho que... eu devo ter herdado isso de você."

Elas riram, e aquela risada quebrou a tensão. Aos poucos, as palavras começaram a fluir. SN contou sobre sua vida, seus pais adotivos, e como sempre quis saber mais sobre suas origens. Thaísa explicou sua juventude, as escolhas difíceis que fez, e como nunca houve um dia em que não pensasse na filha que deixou para trás.

"Eu sinto muito por ter te abandonado", Thaísa disse com a voz embargada.

"Eu não estou aqui para te julgar", respondeu SN. "Eu só queria te conhecer, entender por que as coisas aconteceram. E, agora que estou aqui, eu acho que... talvez a gente possa tentar algo novo."

Aquelas palavras preencheram o vazio que Thaísa sentia no peito. Pela primeira vez em anos, ela se permitiu sentir esperança. Não seria fácil, ela sabia disso, mas ali estava a possibilidade de reconstruir uma relação com sua filha, um elo que, embora perdido por tanto tempo, ainda existia.

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Nas semanas seguintes, Thaísa e SN começaram a se ver mais frequentemente. Elas jogavam vôlei juntas, trocavam histórias, e, pouco a pouco, se aproximavam. Thaísa finalmente começou a abrir seu coração para alguém fora das quadras, e SN descobriu uma nova parte de si, conectada às suas origens.

Enquanto equilibrava a pressão de ser uma estrela do esporte, Thaísa encontrou em SN a força que não sabia que precisava. O caminho à frente seria cheio de desafios, mas, pela primeira vez, ela sentia que não enfrentaria tudo sozinha. Ela tinha SN, sua filha, ao seu lado.

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Fim.

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