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As semanas passaram após aquele momento decisivo entre Gabi e SN, e, embora mantivessem o relacionamento em segredo, a conexão entre elas crescia a cada dia. Os olhares trocados durante os treinos, as conversas mais profundas durante as sessões de fisioterapia e os raros momentos em que podiam estar sozinhas se tornaram pequenos refúgios em meio à rotina exaustiva da seleção.
O time estava a caminho de uma importante fase final do campeonato mundial, e a pressão sobre Gabi aumentava a cada jogo. Como capitã, ela sentia o peso de liderar a equipe em um dos torneios mais importantes de suas carreiras. Mas agora, havia algo que a fazia sentir-se mais forte: saber que SN estava ao seu lado, mesmo que de maneira discreta.
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Na noite antes da semifinal, Gabi e SN se encontraram na sala de fisioterapia, como de costume. O ambiente estava mais silencioso do que o normal, e ambas sentiam a tensão no ar. Gabi, sentada na maca, observava SN enquanto ela preparava os equipamentos.
"Você está mais quieta hoje", comentou SN, com um leve sorriso. "Nervosa para o jogo?"
Gabi respirou fundo. "Não sei se nervosa é a palavra certa. É muita coisa em jogo. A responsabilidade, a expectativa do time... Eu só... sinto que não posso falhar."
SN se aproximou e, em um gesto carinhoso, colocou a mão no ombro de Gabi. "Você nunca está sozinha nisso. E você é incrível, Gabi. Não importa o que aconteça amanhã, você já provou seu valor inúmeras vezes. E eu estarei aqui, ao seu lado, como sempre."
Aquele toque e as palavras de SN acalmaram Gabi. Por um momento, as tensões se dissiparam, e ela sentiu uma onda de tranquilidade. Era isso que ela amava em SN: o jeito que ela sempre sabia como oferecer conforto, mesmo quando Gabi não sabia que precisava.
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No dia seguinte, a semifinal foi intensa. O time brasileiro lutou ponto a ponto em uma partida extremamente equilibrada. Gabi, como capitã, liderou com paixão e habilidade, mas em alguns momentos críticos, sentia seus olhos vagarem para a lateral da quadra, onde SN estava com o restante da equipe técnica. Apenas vê-la ali, mesmo sem trocar palavras, era suficiente para renovar suas forças.
O Brasil venceu no tie-break, garantindo sua vaga na grande final. O ginásio explodiu em celebração, e Gabi, exausta, sentiu as lágrimas de alívio e felicidade brotarem em seus olhos. Enquanto as jogadoras se abraçavam e comemoravam, Gabi procurou por SN com o olhar. Ela sabia que não podiam se expor ali, mas só queria ver aquele sorriso que a fazia se sentir em casa.
SN, percebendo o olhar de Gabi, acenou de longe, tentando esconder o orgulho em seus olhos. Sabia o quanto aquela vitória significava, não apenas para o time, mas para Gabi em particular.
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Mais tarde naquela noite, o time organizou uma pequena comemoração no hotel. Todos estavam eufóricos com a vitória e ansiosos pela final. Gabi, entretanto, decidiu se afastar do grupo por um momento e mandou uma mensagem para SN.
"Pode me encontrar no terraço?"
SN chegou alguns minutos depois, o coração acelerado. Ao encontrar Gabi ali, sozinha, admirando as luzes da cidade, ela sorriu. Gabi parecia aliviada, mas havia algo mais em seu olhar, algo mais profundo.
"Você foi incrível hoje", disse SN, aproximando-se. "Não só como jogadora, mas como líder."
Gabi se virou, e sem hesitar, a puxou para um abraço. "Eu não teria conseguido sem você", murmurou contra o ombro de SN.
SN sorriu contra a pele de Gabi, sentindo o calor e a sinceridade daquele momento. "Eu só faço o meu trabalho", disse ela suavemente, embora soubesse que era muito mais do que isso.
Gabi afastou-se apenas o suficiente para olhar nos olhos de SN. "Você faz muito mais que isso. Não sei se consigo explicar, mas... você me dá força. Você é minha paz em meio ao caos."
As palavras de Gabi pairaram no ar, carregadas de significado. SN, sem conseguir resistir, inclinou-se ligeiramente, e seus lábios encontraram os de Gabi em um beijo suave, mas cheio de sentimentos reprimidos. A tensão, a espera, a certeza de que aquilo não era apenas um romance passageiro — tudo culminou naquele momento.
Quando se afastaram, ambas sorriram. O peso das palavras e dos sentimentos era claro, mas também havia um alívio. Elas estavam ali, juntas, e era o suficiente por enquanto.
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No dia da final, a pressão estava no máximo. O Brasil enfrentaria uma das seleções mais fortes do torneio. O ginásio estava lotado, as expectativas eram altas, e Gabi sabia que seria uma das partidas mais difíceis de sua carreira.
Durante o jogo, enquanto Gabi lutava em quadra, ela se lembrou das palavras de SN. “Você nunca está sozinha nisso.” Com esse pensamento em mente, liderou o time com garra e habilidade, mesmo nos momentos mais críticos. A partida foi acirrada, mas o Brasil venceu, levando o título de campeã mundial.
No meio das comemorações, em meio a abraços e lágrimas, Gabi procurou novamente por SN. Elas se encontraram do outro lado da quadra, e mesmo sem poderem se abraçar ou se beijar ali, o sorriso que trocaram foi tudo o que precisavam.
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Epílogo:
Algumas semanas após o campeonato, Gabi e SN conseguiram tirar uns dias de folga juntas. Foram para um lugar tranquilo, longe dos holofotes e das quadras, onde puderam finalmente viver seu romance sem preocupações.
Enquanto caminhavam pela praia, de mãos dadas, Gabi olhou para SN e sorriu. "Eu nunca imaginei que encontraria algo assim. Você me trouxe muito mais do que eu jamais esperei."
SN apertou a mão de Gabi suavemente. "E você me mostrou o que é amar alguém por completo, em todas as suas fases."
E ali, longe da pressão dos campeonatos e da vida pública, elas finalmente encontraram a paz que tanto buscavam – uma ao lado da outra.
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Fim.
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