Insano

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Point of View - Lauren

Fechei o notebook com um estalo seco, deixando escapar um suspiro pesado. O sono não vinha, a fome tampouco, e minha mente estava tomada por uma imagem impossível de apagar. Aquela garota insolente. Camila. Era uma loucura sequer cogitar o que eu vinha pensando, mas era inegável. Ela tinha apenas dezoito anos, mas uma ousadia que parecia não ter limites, uma força que me deixava à mercê.

"Isso é insano", pensei, tentando afastar a culpa que começava a pulsar em minhas têmporas. Eu deveria ter controle, deveria manter a linha, mas a verdade crua e desconcertante era que eu a desejava. Por Deus, como eu a desejava.

Sua beleza era inegável. A pele bronzeada, as pernas esculpidas, e aquela curva sedutora do corpo que parecia dançar nos meus pensamentos. E seus olhos... olhos cor de chocolate que me desafiavam com uma inocência fingida, carregados de segundas intenções que ela sabia usar muito bem. As perguntas evasivas, os sorrisos maliciosos; tudo nela era um convite perigoso.

Eu me obrigava a manter distância, porque em sua presença minha compostura desmoronava, e a lógica que tanto prezava era rapidamente substituída por um desejo faminto. A cena de ontem no carro ainda queimava sob a minha pele. O modo como ela me provocou, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. Foi por um fio que mantive o controle, mas aquilo deixou marcas.

"Talvez eu esteja perdendo a cabeça", admiti em voz baixa, o silêncio do escritório me respondendo com um eco vazio.

Levantei-me da mesa, buscando uma distração. Peguei um livro qualquer da estante, sentando-me na poltrona próxima à janela. Tinha que parar de pensar nisso, tinha que encontrar uma forma de ignorar o incêndio que ela acendia em mim com um simples olhar.

Enquanto folheava as páginas, percebi que estava lendo Love Poems, de D.H. Lawrence. Que droga, tudo parecia me levar de volta a ela. Fechei o livro com um suspiro e encarei o teto, até ouvir batidas na porta.

— Entre — falei, dirigindo meu olhar para a entrada. Fiquei perplexa ao vê-la ali, vestindo um baby-doll rosa, curto. Droga. — O que está fazendo aqui?

— Você não desceu para jantar — disse ela, entrando.

— Fique longe — pedi, enquanto a observava se aproximar. Camila sorriu, com um ar de desafio. Tão provocante.

— Eu não consigo — murmurou, ficando de frente para mim. Num piscar de olhos, sentou-se em meu colo.

— Camila! — exclamei, segurando sua cintura e afastando seu corpo do meu. — Levante-se — ordenei.

— Não quero — sussurrou, tão perto da minha boca que a vontade de mordê-la quase me dominou. Sacudi a cabeça, tentando resistir.

Camila movimentou-se, um sorriso travesso dançando em seus lábios ao me sentir dura contra sua bunda.

— Camila, estou falando sério — sussurrei, a voz rouca enquanto tentava manter a compostura. Meu olhar fixou-se em seus olhos escuros e intensos, que cintilavam com uma mistura de desafio e desejo.

— Eu também estou — respondeu ela, deslizando os dedos pelo meu ombro, traçando o contorno da minha clavícula exposta. — E você sabe disso. — Seu hálito quente roçou minha pele, provocando um arrepio que enviou vibrações para meu pau.

Fechei os olhos por um momento, tentando afastar a avalanche de sensações que ameaçava me dominar. As batidas do meu coração aceleravam conforme ela se inclinava ainda mais, pressionando nossos corpos de uma forma torturante.

— Você precisa parar — insisti, mas minha voz soou mais como um pedido frágil do que uma ordem.

Camila inclinou a cabeça levemente, de forma que nossos lábios quase se tocaram. A respiração entrecortada de ambas preenchia o silêncio tenso do ambiente. Com um leve sorriso, ela respondeu:

No Limite do Prazer (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora