No Limite do Prazer (Camren)

Forte

Point of View - Lauren

Cheguei do hospital por volta das nove da noite. A casa estava silenciosa, o que era um alívio depois de um dia tão agitado. Fui direto para o meu quarto, precisando de um banho para tirar o peso das horas passadas na sala de cirurgia. Mas, desde a noite passada, minha mente não conseguia descansar.

Eu transei com Camila. A filha do meu amigo. Uma garota de dezoito anos, com metade da minha idade. O simples pensamento fazia meu peito apertar de culpa, mas também de um desejo reprimido que parecia impossível de controlar. Não era apenas pelo tabu ou pelas circunstâncias; era ela. Camila tinha uma energia que me desarmava, uma confiança e sensualidade que, mesmo sem querer, me puxavam para ela.

Sim, eu tenho um histórico de casos passageiros. Não quero complicações. A última vez que me envolvi de forma mais séria foi com Lucy, há anos. Nosso relacionamento terminou de forma amigável, e até hoje mantemos uma relação leve, ficamos de vez em quando, sem expectativas. Mas com Camila... não havia nada leve.

Saí do chuveiro depois de um banho rápido, tentando apagar os pensamentos que me atormentavam. Vesti uma camisa solta e um short de tecido leve antes de descer para a cozinha. A comida que Grace havia deixado ainda estava guardada. Estranho. Camila não jantou?

Olhei para o relógio: quase dez da noite. Resolvi subir até o quarto dela. Talvez estivesse cansada e já dormindo. Bati na porta, mas não houve resposta. Ao abrir, o quarto estava vazio. Nenhum sinal dela.

Meu coração apertou de preocupação. Onde ela foi? Não me disse nada, e era tarde. Tentei afastar os pensamentos mais alarmantes enquanto descia as escadas e pegava meu celular. Escrevi uma mensagem rápida:

"Camila, onde você está?"

Enviei, mas o celular permanecia em silêncio.

Deus, o que essa garota estava aprontando? Enquanto esperava alguma resposta, minha mente vagava pelas lembranças da noite passada. Camila estava visivelmente confusa, e, no auge do meu próprio tumulto interno, eu a afastei. E agora? Tudo parecia uma bagunça. Eu não sabia o que pensar, muito menos como lidar com isso.

A verdade era clara e cruel: eu gostei de estar com ela. Mais do que deveria. Camila trouxe uma energia que há muito tempo faltava nesta casa. Desde que chegou, algo dentro de mim mudou, uma parte adormecida despertou, me lembrando que ainda havia vida além do trabalho e das responsabilidades. Mas ela é jovem. Tão jovem. E, embora madura para sua idade, sei que está vivendo a fase em que os hormônios e as emoções correm soltos.

Eu me perguntava o quanto ela devia estar chateada comigo. Voltei para a cozinha e servi um prato de risoto, o celular ao lado, esperando ansiosamente por uma mensagem que não veio. Comi mecanicamente, cada garfada misturada com a ansiedade crescente. Quando terminei, abri uma garrafa de whisky e servi um copo generoso. Talvez o álcool ajudasse a acalmar meus nervos.

Na sala, me joguei no sofá e liguei a TV, tentando me distrair com qualquer programa idiota. Tentei ligar para ela, mas o telefone tocou sem resposta. O silêncio dela só alimentava minha preocupação e, sim, minha irritação.

Por volta da meia-noite, já estava no terceiro copo quando ouvi a porta da frente se abrir. Meu coração deu um salto, misto de alívio e tensão. Camila entrou, seus passos lentos e calculados. Ela usava uma minissaia que parecia ainda menor sob o casaco longo, os saltos batendo suavemente contra o chão. Seus cabelos estavam um pouco bagunçados, e havia algo em seu semblante — um leve rubor, um brilho nos olhos — que denunciava que havia bebido.

Senti uma irritação tomar conta de mim. Com quem ela esteve? O que ela fez?

Camila caminhou em minha direção, hesitante. — Boa noite — disse, quase num sussurro. Havia algo em sua voz, talvez vergonha ou cansaço.