10 ★ Confiante
🎸
12 de outubro. A noite estava elétrica, o ar pesado de suor e adrenalina pós-show, como se a energia do palco ainda vibrasse na pele deles. Ofegantes, tiravam as roupas de couro que colavam ao corpo, aliviados pela liberdade momentânea do tecido apertado.
Jimin, alheio ao olhar fixo que Jungkook lhe lançava, puxou um short confortável para substituir a calça. Ele estava despreocupado, sem notar que era observado, e isso só tornava tudo mais provocante. Jeon apertava o maxilar, lutando para não perguntar. Desde quando ele gostava de roupas tão ousadas? Mas o orgulho o segurava, ainda preso naquele jogo insano de silêncio — um jogo que, a essa altura, parecia unilateral.
— Tá um xuxuzinho, Jiminie. — Hoseok soltou rindo, enquanto tirava a regata encharcada de suor.
— Obrigada, Hoba. — o loiro sorriu de volta, tranquilo.
Aquele sorriso, compartilhado tão fácil e naturalmente com Hoseok, causava um desconforto mudo nos outros. Todos sabiam o motivo: Jung nunca havia tratado Park da mesma forma que eles. Nunca o julgou, nunca o subestimou. E agora, o guitarrista parecia renascido, como uma nova versão de si mesmo — mais loiro, mais sorridente, com roupas que revelavam a segurança que ele finalmente encontrara. As botas de salto, as tatuagens expostas, os brincos que brilhavam... Ele era uma obra de arte em movimento.
Encostado na parede, ele tragava um cigarro, distraído com o celular. Porra, ele estava mais atraente do que nunca.
— Jungkook, pisca, cara. — Namjoon murmurou ao lado do baixista, que engoliu em seco, sem conseguir desviar o olhar.
O tatuado sentiu o estômago revirar quando viu seu ex jogar uma camiseta grande por cima da roupa. Era a mesma camiseta com a inscrição “Guitarist's boyfriend”, que tinha causado tanto alvoroço tempos atrás. Agora, ele a vestia sem hesitação, sem nem olhar para Jungkook. Aquilo feria seu orgulho. Ele empurrou a língua contra a bochecha, frustrado.
De longe, ele assistia Jimin atender uma ligação e se afastar do grupo. Jeon cruzou os braços, um olhar emburrado no rosto, jogando os fios pretos para trás, impaciente. Quando namoravam, ele conhecia cada detalhe do celular do Park; não era por controle, era curiosidade mútua, uma intimidade natural. Agora, era insuportável a ideia de não saber com quem ele falava.
Esse jogo de distanciamento estava matando o moreno aos poucos. Ele queria corrigir as coisas, voltar para o calor de antes, mas não conseguia encontrar a palavra certa, o momento exato. E, enquanto hesitava, via a distância entre eles crescer.
Acendeu um cigarro e saiu em direção ao beco escuro onde Jimin ria ao telefone.
— Sim, sim! Muito obrigado, eu sabia que ia conseguir. — o loiro exclamava. — Okay, okay! Te vejo mais tarde, Choi! — desligou e deu meia-volta, quase colidindo com Jungkook. — O que você tá fazendo aqui parado?
— Eu que te pergunto o que fazia sozinho num beco escuro.
— Ué, estava numa ligação... — respondeu, arqueando a sobrancelha.
— Vamos pra casa. — o tatuado declarou, o tom decidido.
— Hm? — o menor sorriu, incrédulo. — Tá bêbado?
— Os meninos já devem ter ido.
— Tudo bem, eu vou depois. Preciso pegar minhas coisas. Tchau, Jungkook. — ele tentou passar, mas o baixista o bloqueou. — O quê?
— E vai sozinho?
— Como assim? Eu sempre fui pra casa sozinho...
As palavras do garoto foram um golpe, a mais pura verdade que Jungkook odiava admitir. Ele ficou paralisado por um momento.
— Você tá com a minha camiseta. — ele murmurou, tentando mudar de assunto.
— Ah, foi mal. — Jimin deu de ombros, olhando a roupa. — Só tinha essa. — riu, guardando o celular no bolso do short.
— Você... Você não gostava antes. — a voz dele falhou levemente. — E até dançou hoje, fazendo o solo de guitarra.
— Me empolguei. O show tava animado. — ele sorriu. — Bom, preciso ir.
O loiro passou por ele, e Jeon fechou os olhos, inalando o perfume inebriante que o outro deixava para trás. Ainda mexia com ele, ainda era o dono do seu coração, e Jungkook sabia disso mais do que nunca.
Esse jeito solto e ao mesmo tempo tão sutilmente provocador o deixava à beira da loucura.
Mas, mais uma vez, ele o perdera por entre os dedos. E quando olhou o celular, viu que o relógio marcava meia-noite.
13 de outubro. Seu número da sorte. O aniversário de Jimin. E ele nem teve a chance de dizer uma única palavra.
🎸
Ele tá um gatinho confiante, gosto assim. O que algumas sessões de terapia não faz, né?
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ME ADORA ★ | ji.kook
Fanfic【TERMINADA】🔞 Park Jimin e Jeon Jungkook são ex-namorados que ainda dividem o palco na mesma banda. Apesar do término, continuam a discutir como se ainda fossem um casal, e essa tensão começa a afetar o grupo. Em meio a esse clima, uma decisão é tom...
