O Policial

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Apertei mais uma vez a droga do botão, mas o elevador não vinha. Pior coisa do mundo é você estar cansada e ter que esperar a droga do elevador e pior ainda era ter que subir pela escada.

Bufei irritada e voltei até a portaria.

- Marvin o elevador está quebrado? – perguntei ao senhor que ficava na portaria naquela porcaria de prédio.

- Não! – ele respondeu franzindo as sobrancelhas – Ha cinco minutos atrás ele estava normal.

- Tudo bem. Eu vou pela escada, já que não tem outro jeito – reclamei, vendo-o prender a risada – Pode rir Marvin isso só acontece comigo – disse antes de andar até a porta que dava para a escada. Subi degrau por degrau, os cadernos e a bolsa estavam pesando como pedras.

Encarei os degraus desanimada, era covardia isso comigo, depois do dia de cão que passei na faculdade e no trabalho, ainda tem isso. Ah, mas quem quer que estivesse segurando a merda do elevador iria me ouvir, pelo o que pude ver no painel o elevador estava parado no meu andar que graças a minha digníssima mãe era no quinto. Quando me mudei para Boston para poder estudar foi ela quem alugou o apartamento pra mim, no começo eu amei, fiquei tão feliz, mas agora eu só queria matar alguém. Com muito esforço subi os degraus, abri a porta eu queria matar a pessoa que tinha me feito subir tudo aquilo, mas no momento eu precisava de um copo de água e bem gelado. Arrastei-me até a minha porta, com os olhos brilhando com certeza e com uma felicidade crescendo dentro de mim, mas antes que eu concluísse meu caminho uma voz rouca, firme e alta o suficiente para me fazer parar entrou em meus ouvidos.

- Olá senhorita.

Bufei e me virei ficando completamente hipnotizada.

Meu. Deus. Do. Céu!

Meu queixo caiu literalmente. Eu só podia estar delirando de cansaço e começando a ver coisas. Porque não tem condições de um homem daquele ser real. A pele clara, os olhos azuis os lábios cheios e rosados, os cabelos que deviam ser castanho claro estava bem baixo, o nariz mediano, os ombros largos destacados pela camiseta preta que ele usava destacando também seu peito musculoso. Jesus tenha misericórdia de mim, é muita coisa para uma pessoa pequena como eu.

- Ah... Sim... – gaguejei quando percebi que estava olhando demais – Você tem alguém conhecido que mora aqui? – perguntei.

- Ah não – respondeu – Eu acabei de me mudar, hoje na verdade – contou sorrindo de lado.

- Então era você que estava segurando o elevador? – murmurei.

- Eu estava tirando as minhas malas. Desculpe – ele disse. Fitei-o descaradamente.

- Tudo bem. Só não faça de novo – sorri.

- Certo – ele continuou me encarando, enfiou as mãos nos bolsos da calça, um sorriso descarado moldava seus maravilhosos lábios – A propósito eu sou o Chris – disse.

- Jessica – estendi a mão livre em sua direção que logo foi coberta pela dele.

- É um prazer conhece-la, Jessica.

Eu adorei como meu nome brincou em sua boca gostosa.

- Igualmente, Chris. Eu preciso ir agora, nos vemos por ai – falei ainda de frente para ele, puxei minha mão pra mim, mão que ele ainda segurava.

- Claro. Nós nos veremos muito, senhorita – concordou. Eu juro que senti um arrepiou gostoso em meu corpo quando ele disse aquilo. Era uma promessa? Porque se fosse eu iria cobrar.

...

Passei o resto da noite estudando depois de tomar um longo e relaxante banho. As provas do bimestre começariam na próxima semana, estudar Física não era nada fácil, mas eu amava. Então cada esforço que eu fazia, cada noite mal dormida tudo valia a pena. E no final eu teria o meu tão sonhado diploma. Eu não sei como aquela mesinha velha que eu tinha desde criança ainda aguentava tantos livros e cadernos e o meu peso de quando eu me curvava algumas vezes para descansar.

Fetiches (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora