☾Vidal's Point of View
Eu voltava à Boston na sexta à tarde numa velocidade que não poderia ser considerada responsável, dirigindo o recém adquirido Challenger SRT Demon 170, depois de uma briga acalorada com Wade. O homem não havia gostado nem um pouco da minha mudança repentina, e menos ainda de eu não tê-lo consultado antes. Não devia nenhuma satisfação a Wade, nunca devi, mas não podia ser injusta, ele era um bom pai, nosso filho o venerava, ainda assim, eu era a maior responsável pelos cuidados dele e não aceitaria aquele comportamento pseudo possessivo sem bater de frente.
De toda a forma, quando nos acalmamos o suficiente para conversarmos como adultos — em parte pela intervenção de Vanessa, noiva de Wade — resolvi colaborar e permitir que nosso filho passasse mais alguns dias em Nova York, acordando que iria buscá-lo no domingo porque ele ingressaria no colégio novo já na semana seguinte, e precisava se adaptar à mudança.
Ainda assim, meu humor estava dos piores.
Wade e eu nunca fomos um casal, sempre fomos bons amigos. Nos conhecemos desde o colégio, e numa maldita festa de reencontro da turma onde os dois bêbados terminaram a noite numa transa irresponsável, acabei grávida. Ele me deixou sozinha naquela situação por muitos meses, e aquilo era algo que eu não conseguia perdoar, talvez por esse motivo nossa relação tenha se tornado mais conflituosa, não éramos mais dois adolescentes para ele fugir da responsabilidade daquela forma, e ele ter inicialmente tentando me influenciar a interromper a gravidez também era um agravante. O homem havia mudado muito depois da Vanessa, mas eu ainda tinha questões.
Tocava Back in Black tão alto que eu poderia jurar que ficaria surda quando parasse aquele carro, mas eu só queria chegar em casa, tomar um bom banho e encontrar as meninas no hotel. Por mais que não quisesse admitir, estava nervosa pelo show. E aquele compromisso era a única coisa que estava me mantendo sã.
Cheguei em casa em menos tempo do que esperava, organizei tudo e ainda fiquei de bobeira um tempo fuçando as redes sociais. A notificação de uma nova publicação de Agatha fez meu coração dar um solavanco, cliquei na velocidade da luz, me deparando com um storie curto da mulher se organizando, e depois algumas fotos aleatórias do lugar. Pesquisei mais sobre o hotel e resolvi estudar meu closet, definitivamente não era um lugar que eu pudesse ir de qualquer forma, apesar de não exigir uma superprodução. Separei um vestido vermelho, justo, que tinha uma fenda generosa do lado direito, e dediquei algum tempo à cabelo e maquiagem, ficando pronta a tempo o bastante de chegar tranquila no evento, mas definitivamente não tinha mesmo a confiança das minhas amigas, que já enchiam meu celular de notificações aos surtos para que eu não me atrasasse.
Caminhei até o grande espelho em uma das paredes da sala, dando uma última conferida em como eu estava, peguei minhas coisas e desci até a garagem, novamente atrás do volante do Dodge, dirigi dessa vez sem pressa e com prudência.
– Eu não acredito, Agatha Harkness realmente faz milagres — ouvi Jen e me segurei para não revirar os olhos — primeira vez em muito tempo que vejo Rio Vidal chegar na hora em algum lugar, senhoras e senhores
– Eu deveria te dar um soco
– Eu não vou comentar o que pensei — Jen sorriu e me deu um abraço, segurando minha mão e me guiando até a mesa onde as meninas estavam.
Cumprimentei todas e sentei-me suspirando pesado, já estavam ali Carol, Alice, Diana e Jen.
O lugar estava cheio, o barulho ambiente não era desagradável, geralmente naquele tipo de ambiente nunca era. Um garçom veio até nós trajado em simpatia, servindo um drink que ninguém pediu a cada uma de nós e nos oferecendo um QR code, que aparentemente dava acesso ao cardápio
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I'd be your song - Agathario
FanfictionÉ loucura apaixonar-se completamente por alguém que sequer sabe da sua existência?