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Há uma pluralidade única que se faz presente quando a sua singularidade se divide em partes. De uma manhã de um domingo chuvoso que você tanto deteste e eu amo, ou na final de tarde  de um sábado que te faz carregar um sorriso a cada canto enquanto eu reclamo do sol carregado. Adentrando na imersão da diferença dos semelhantes, todos os subtextos presos na sua língua, que passeiam meticulosamente como se já conhecesse tudo.
Como se ali já fosse casa.  Percebam, na maciez da derme e no mistério curto e cacheado, os motivos que intensificam a discordância que se vê do lado de fora. Ao dançar delicadamente com as dobraduras do seu cabelo, o amar se repete de mim, apenas  sendo e estando, morando no conforto roxo, na coragem diária e na magia experimento que se alimenta da energia ofertada por você.
A poesia que me é sorriso, as palavras mais belas ditas por você, cada inefável olhar,  são verdade mulher, airando nossos lábios. O escorrer da água se dá por dois motivos, ambos banhados da pretensão mais pura que ( transborda, atravessa e desregula o tempo e espaço, apenas no ato de ser vista, sem vergonha alguma.  Ter bravura de admitir é coisa que se faça pulsantemente, e com isso tem um fome e sede de persistir e reexistir de forma incontrolada, ardente e sincera.
Ter a sorte de esbarrar num ombro-colo que lacrimeja pelos mesmos motivos, que compreende  pelas mesmas dores, num movimento íntimo e honesto, de profundidade, é enreguir a  mão e não hesitar.  Amar uma mulher em público é bonito, mas a amar na vulnerabilidade é um ato de revolução.

COISAS QUE EU GUARDEI PRA MIM!Onde histórias criam vida. Descubra agora