Ele tinha o tipo de olhar que penetrava até a alma, e eu não tinha certeza de quem eu seria depois disso.
Rupi Kaur
Senti o pânico voltar com força total — O quê? Não por favor, isso não!Minha voz soou desesperada, quase implorando a ideia de ficar no escuro total, presa parecia demais lembro-me de quando era pequena estava sozinha com frio e com medo sinto que o ar vai escapar dos meus pulmões .
— Não se preocupe, você não está sozinha, Alan murmurou sua voz baixa e controlada, como se estivesse acostumado a situações de tensão. Vai ficar tudo bem.
Antes que eu pudesse responder, a luz no elevador piscou duas vezes e em seguida, apagou-se completamente mergulhando-nos em uma escuridão opressiva. Meu primeiro instinto foi procurar por algo, qualquer coisa, para me segurar. Meus dedos encontraram o braço dele, e eu me agarrei com força, como se fosse a única âncora na tempestade que era o meu medo. Ele não reclamou, não tentou se afastar. Apesar do medo, senti uma estranha sensação de segurança
— Respire fundo Luna, eu tenho uma lanterna aqui, ele disse sua voz cortando a escuridão enquanto começava a procurar algo em sua bolsa O som de zíperes e de objetos se movendo era quase tranquilizador, um lembrete de que não estava sozinha dessa vez
Tentei seguir seu conselho, mas o ar parecia pesado, quase sufocante. O silêncio absoluto era perturbador, e cada segundo se estendia parecendo uma eternidade.
— Eu... eu não gosto do escuro, admiti minha voz saindo em um sussurro trêmulo era uma confissão que eu normalmente não faria, mas ali no escuro tudo parecia mais vulnerável e mais real.
— Eu sei, ele respondeu simplesmente, como se já soubesse
Fechei os olhos, não que fizesse muita diferença no escuro, e me concentrei na sensação do calor do seu braço grande e forte, tentando me agarrar àquela pequena âncora
— Você sempre anda preparado para ficar preso em um elevador?" perguntei, tentando soar brincalhona, mas minha voz ainda tremia um pouco.
— Digamos que eu gosto de estar preparado para tudo, respondeu ele, e percebi um toque de seriedade em suas palavras, como se estivessem carregadas de um significado mais profundo
Depois de alguns segundos de busca, ouvir um clique, e um feixe de luz suave iluminou o elevador, revelando os contornos de seus objetos pessoais. Alan apontou a lanterna para o chão, evitando me cegar. O ambiente ganhou uma sensação de normalidade com aquela luz, mesmo que fraca.
— Melhor assim? ele perguntou, seus olhos encontrando os meus na luz tênue.
— Sim. Obrigada Sorri, sentindo um pequeno alívio tomar conta de mim. A luz da lanterna, por mais modesta que fosse, parecia afastar um pouco da escuridão sufocante que nos rodeava. Soltei seu braço imediatamente percebendo que essa é a segunda vez que agarro seu braço
Como você sabe que eu não gosto do escuro? perguntei, a curiosidade evidente na minha voz.
Alan me lançou um olhar de leve surpresa, antes de dar um pequeno sorriso. — Você mencionou quando estava desabafando mais cedo. Disse algo sobre ficar presa no elevador no escuro Eu só... deduzi o resto.
— Ah, claro, ri fraco, um pouco envergonhada. Eu realmente não pensei que você estava prestando atenção.
— Bem, parece que eu presto atenção em mais coisas do que você imagina, ele disse, sua voz carregada de um tom que eu não conseguia decifrar completamente.
Senti um calor nas bochechas. — Desculpe por isso. Às vezes eu falo demais quando estou nervosa.
— Não se preocupe, respondeu ele com um tom que parecia genuinamente compreensivo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doce caos
RomanceLuna, uma romântica incurável e sonhadora, trabalha na grande empresa de tecnologia Omega Tech. Durante um dia comum, ela se vê presa em um elevador com um estranho, cético, e pragmático Alam ele é um tanto arrogante. Sua fria presença e calculist...