Anos se passaram depois do nosso nascimento. Apesar deles, parecia que não tínhamos mudado muito. Aprendemos a trabalhar como os guardiões da quarta casa, claro, a manipular aquelas energias tão distintas que nos permitiam usar magias de todos os tipos. Era tão mágico cada novo aprender que sempre pulava de alegria emitindo aquela aura arco-íris ao meu redor.
Aprendemos, também, a trabalhar com os mortais ao decorrer daquelas vários anos, visitando os templos que construíam em suas cidades naquele planeta chamado de terra. Diferente de nós, os chamados de estrelas, tinham vidas passageiras, frágeis e sem o dom completo da magia, podendo apenas trabalhar com pequenas quantidades limitadas delas. Porém, habitando o corpo de cada um deles, havia o brilho que lhes trazia um dom ou até mais de um.
Isso permitia a alguns deles nos ver, ouvir ou sentir nossa presença quando eramos chamados em terra para pegar emprestados seus corpos na permissão de Criação, o criador do universo. Nosso dever nessas idas à terra era levar um aviso do grande oráculo para aqueles mortais que éramos destinados a proteger. Cada mortal em sua passagem pela vida carnal tinha o que se chamara de "Corrente divina", essa corrente era o grupo de estrelas que lhe guardavam do cosmos, guiando seus caminhas, ajudando nos obstáculos e atendendo a pedidos.
Todavia, por sermos distintos uns dos outros, nem sempre concorda vamos com algumas atitudes e precisávamos dar o que chamamos de "castigo". Cada um de nós tem sua forma de castigar, então não se pode dizer que existe uma única forma, apenas que alguns de nós tem a mão bem pesada nas horas de castigar.
- Grande Tronus, por favor, tenha piedade. - pediu um velho homem, ajoelhado diante de seu filho mais novo. Tronus havia tomado seu corpo naquele momento, ficando a flutuar atrás do jovem ruivo.
Havia revelado seus feitos errantes, as maldades que cometeu com jovens mais novos e indefesos, tudo para se mostrar alguém mais forte. Havia deixado a emoção de ter Tronus em sua corrente subir a cabeça, achando que se mostrasse ser forte como a estrela que lhe tomava o corpo o traria orgulho, pois sábia que Tronus sempre era destinado a mortais cujo o futuro é estar fazendo parte do exército, desenvolvendo o físico e adotando um postura severa e militar.
- Não! - Tronus exclamou, fazendo os olhos do jovem brilharem em um forte tom rosa avermelhado. - Não haverá perdão uma outra vez. Sou quem manda nessa corrente, quem reina nesse mortal por ser o primeiro a nascer e estou extremamente decepcionado. Dei-lhe mais chances de mudar do que a própria terra já teve em estações desde sua criação. Evitei de castigar a carne, de mostrar a ele do que sou capaz e de como peso em meus castigos. Mas dessa vez, dessa vez não haverá nada a me fazer mudar de ideia! - Tronus gritou, curvando o corpo de seu mortal com os punhos fechados e uma expressão de raiva descontrolada.
Naquela momento todos no templo, até mesmo as outras estrelas que estavam em terra, ficaram em completo silêncio. O jovem cujo estava tomado por Tronus, chorava de tanto medo, pois estava consciente pelo vontade de sua estrela, que queria que ouvisse tudo ao invés de ficar inconsciente.
- Por favor, eu lhe imploro... Ele é o único filho que me resta... O único de minha família ainda vivo... - disse o velho homem, rastejando para mais perto aos prantos. - Me diga algo que posso lhe dar... Uma oferenda nos campos sombrios, um sacrifício, seu trono no templo para firma sua energia...
Apesar de já ser um jovem que ficava inconsciente ao incorporar Tronus, era novo no templo e não havia dado o Trono de sua estrela (uma estátua que o representava) para fazer aquela energia que lhe tomava ficar segura em seu corpo, tão pouco uma oferenda para Tronus (um prato negro com pedras escuras, moedas de ouro e um cristal das sombras em qualquer gramado de grama negra).
- Já tomei minha decisão. Assim que me separar da energia envolta desse mortal, o levarei comigo para o outro lado. Dei a ele todas as chances de mudar, tirei-o da condição miserável que se encontrava e lhe dei oportunidades que nem mesmo os filhos dos grandes tiveram. Mas ele preferiu jogar tudo no lixo. Não me merece e nem merece o meu esforço. - Tronus falou com um olhar afiado.
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Quem sou?
FantasiUma historia de auto-entendimento e amor onde duas almas distintas aprende a si conhecerem juntas, despertando o mais puro sentimento de perdão para curar as feridas que causaram um ao outro em meio as estrelas do universo infinito e aprender a usar...