the lies of fame - sabiany

006 | fierce kiss

"Não escondam o tesão que sentem
uma pela outra"

Any Gabrielly

O teatro municipal estava em silêncio absoluto, exceto pelo eco dos nossos passos e o som suave da nossa música preenchendo o ar. Tinham câmeras espalhadas por toda as partes, as luzes estavam baixas iluminando apenas eu e Sabina, criando uma atmosfera quente e sensual, como se tudo ao nosso redor fosse um borrão enorme de sombras

Eu me movia no ritmo da música, cada movimento meu era guiado por ela, nossa proximidade era assustadora a energia dela invadindo o meu espaço, o calor que emanava de seu corpo, inflamava cada centímetro do meu. Sabina me deixava sem fôlego, completamente vulnerável, cada parte do meu corpo queima em chamas por ela.

—Ah... — Um suspiro longo escapou da minha boca sem que eu percebesse, quando sua respiração quente bateu em minha nuca.

As mãos de Sabina deslizaram pela minha cintura com delicadeza, e ela me puxou um pouco mais para perto, se isso era possível, fazendo nossos quadris se colidirem. Eu podia sentir cada centímetro dela, o toque suave do tecido da sua roupa curta e a pela quente em contraste com o leve vento frio dentro do teatro. Meu coração batia completamente descompassado, ela não tirava os olhos de mim e isso fazia minha respiração tropeçar naquele tensão excitante do caralho.

Seus dedos pressionaram minha lombar sem cuidado algum, eu podia ver em seus olhos agora escuros e com as pupilas dilatadas, que esse simples gesto foi a forma que ela achou para se conter e não acabar descendo sua mão até minha bunda. Ela me girou e passou seus braços por cima da minha cabeça, os deixando cruzado sobre meu corpo me prendendo em um abraço esmagado pelas costas. Minha cabeça caiu em seu ombro, e com os olhos ainda fechados a ouvi respirar fundo em meu ouvido.

—Josh: Puta que pariu! — Josh gritou animado, e depois riu alto. —Isso foi perfeito.

—Krystian: O gay panic delas tá uma loucura.

Tudo parecia distorcido quando eu voltei a abrir os olhos, como se o mundo inteiro tivesse sido abafado pela névoa de sensações e desejo. Eu ouvi o que os meninos disseram, eu acho que consegui entender, sua vozes soaram tão longe e turva. Os braços de Sabina ainda me seguravam com firmeza, nenhuma de nós movemos um músculo sequer. Eu sabia que deveria recuperar minha sanidade, mas estava hipnotizada pela presença dela, pela sensação elétrica que vibrava entre nós.

—Noah: Meninas, vocês tem vinte minutos para tomarem uma água, e trocarem de roupa para gravarmos a última parte.

Sabina me soltou de seu aperto, deixando um vazio onde antes tinha o calor do seu toque. Sem dizer uma única palavra, ela se virou e começou a se afastar com um pouco de pressa. Meus olhos a seguiram até que ela sumisse, mas meu corpo ainda parecia preso ao dela, como se algo dentro de mim implorasse para que ela voltasse.

—Sina: Any? — Balancei a cabeça tentando espantar meus pensamentos, e olhei para ela que estava parada em minha frente com uma garrafa de água estendida em minha direção. —Beba, e vá se trocar.

—Obrigada.

Peguei a garrafa que Sina me entregou, e saí andando na direção do camarim, bebendo a água aos poucos, como se aquele líquido pudesse acalmar o incêndio que queimava dentro de mim. Quando entrei, algo imediatamente pareceu fora do lugar. O silêncio era quase sufocante, o ar carregado de uma tensão que eu não sabia de onde vinha.