Rainha dos Sonhos

O Chamado ao Reino dos Sonhos

Caleb sentiu o mundo ao seu redor desmoronar quando fechou os olhos naquela noite. Ele não sabia se estava pronto, mas a voz de Isadora continuava ecoando em sua mente. "Você precisa acreditar." Ele repetiu as palavras como um mantra enquanto a escuridão o envolvia, e, de repente, sentiu um calor intenso, como se uma chama estivesse acesa dentro de seu peito.

Quando abriu os olhos, não estava mais em seu quarto. Ao seu redor, havia um campo infinito de flores brilhantes, cada uma irradiando uma luz suave que pulsava como o coração de uma estrela. Ele se viu vestido com roupas que nunca havia usado antes, simples, mas elegantes, como se pertencessem a um herói de uma era distante.

"Bem-vindo ao Reino dos Sonhos, Caleb."

A voz suave e determinada de Isadora o trouxe de volta à realidade. Ele se virou e viu a mulher que assombrava seus sonhos. Ela era ainda mais imponente pessoalmente, com sua aura radiante e olhos que pareciam conter galáxias inteiras. Apesar de sua postura forte, havia algo vulnerável em seu olhar. Caleb percebeu que ela carregava um peso que ele mal podia imaginar.

"Então, isso é real?" Ele perguntou, hesitante.

Isadora assentiu. "Mais real do que você pode imaginar. E precisamos de você, Caleb. Você tem algo especial... uma conexão que nenhum outro humano tem com este reino. Por isso você foi chamado."

Caleb balançou a cabeça, confuso. "Mas eu não entendo. Eu sou apenas um cara normal. Por que eu?"

Luna, a pequena criatura que sempre acompanhava Isadora, surgiu flutuando no ar. "Porque você é tudo menos normal, Caleb. Você tem o poder de atravessar os limites entre os sonhos e a realidade. É algo raro, algo que pode salvar este mundo."

Enquanto isso, nas profundezas do Reino dos Pesadelos, Nymeros estava se preparando. Ele sabia que Caleb havia chegado e que isso alterava o equilíbrio que ele vinha cuidadosamente corroendo por anos. Seus servos, sombras distorcidas de criaturas humanas, rondavam os corredores sombrios, esperando suas ordens.

"O garoto não será um problema," ele disse, sua voz como um trovão distante. "Se ele for a chave, eu apenas preciso destruí-lo antes que percebam seu verdadeiro poder."

Uma figura encapuzada surgiu ao lado de Nymeros, sua presença tão sinistra quanto a do próprio mestre. "Ele não está sozinho. A Rainha dos Sonhos está ao lado dele. Juntos, podem ser perigosos."

Nymeros sorriu, frio. "Deixe-os tentar. Eu tenho algo que eles jamais poderão superar."

De volta ao campo de flores, Isadora conduziu Caleb até uma grande árvore no centro do Reino. Suas raízes eram profundas, e seus galhos pareciam alcançar o infinito. A árvore era a fonte de todo o poder do Reino dos Sonhos.

"Esta é a Árvore da Eternidade," explicou Isadora. "Ela mantém o equilíbrio entre os sonhos e os pesadelos. Se Nymeros conseguir corrompê-la, o mundo inteiro será consumido por escuridão."

Caleb se aproximou, sentindo a energia da árvore pulsar em seu coração. "Mas o que eu posso fazer? Como posso ajudar?"

"Você é o Guardião," disse Isadora. "Seu papel é proteger a árvore e nos ajudar a enfrentar Nymeros. Mas para isso, você precisará aceitar seu papel e despertar o poder dentro de você."

Antes que Caleb pudesse responder, o chão começou a tremer. Uma onda de escuridão atravessou o campo, murchando as flores e apagando sua luz. Nymeros havia lançado seu primeiro ataque.

Isadora segurou o braço de Caleb firmemente. "Não tenha medo. Isso é apenas o começo. E você não está sozinho."

A escuridão avançava rapidamente, consumindo tudo em seu caminho. Caleb sentiu o medo crescer dentro de si, mas também algo mais — uma chama que ele nunca havia sentido antes. Ele olhou para Isadora e Luna, que pareciam prontas para lutar até o fim, e soube que precisava ser forte.

"Eu vou ajudar," ele disse finalmente. "Eu não sei como, mas farei o que for necessário."

Isadora sorriu, aliviada. "Então vamos lutar, juntos."

E enquanto a escuridão se aproximava, Caleb deu seu primeiro passo como Guardião, sem saber que essa seria apenas a primeira de muitas batalhas que viriam.