Chapter 1 | Persecution.

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Capítulo 1
Dias Atuais…
Newark

Mordisco o canto dos meus dedos, encarando o chão, e batucando os pés no mesmo impaciente.  O som da ventania bate com força no vidro da janela, um arrepio passa pelo meu corpo, a angústia apertando meu peito cada vez mais.

Volto meu olhar para o notebook, encarando o mesmo com raiva. Passo a mão pelo meu cabelo, o jogando pra trás, e fazendo um coque desajeitado com uma piranha.

Fazia uma semana, desde a suposta ligação estranha, e fazia cerca de uma semana que eu também não dormia. Medo, ansiedade, angústia e principalmente desespero. Eu sabia que não deveria me preocupar com isso, afinal, podia ter sido apenas um trote, mas aquela voz.

Batuco os dedos na mesa, eu tenho apenas 5 meses para concluir essa história. Eu não vou conseguir.

Fecho rapidamente meu notebook, enquanto abaixo a minha cabeça sentindo o desconforto me atingir. Isso é tão idiota.

Me levanto rapidamente colocando o dinheiro em cima da mesa, e guardando meu notebook de volta na pasta. Olho ao redor e percebo que só havia eu ali. Pego meu celular na bolsa e já são 22:49. Porra.

Porque ninguém me avisou?, o lugar está em um silêncio profundo. O único barulho que ressalta pelo lugar é o barulho da ventania e da madeira rangendo toda vez que piso no chão. Pego minha pasta, e logo em seguida minha bolsa. Indo até a porta pra ir correndo pra casa, minha casa só ficava a uns dois quarteirões daqui, eu poderia ir correndo. 

Passo pela porta alta de madeira, fazendo o barulho do sino soar pelo lugar. Me movo rápido para fora da cafeteria. A rua não está tão movimentada, algumas lojas e comércios estão fechando, e outros, já estão fechados. Não há ninguém passando pela calçada. 

Começo a caminhar rapidamente, quanto mais rápido eu chegar em casa, melhor será. Pingos de chuva começam a molhar meu cabelo, e eu começo a me xingar mentalmente por não colocar nem um mini guarda chuva dentro da bolsa. A chuva começa a ficar mais forte e eu rapidamente coloco minha bolsa em cima da minha cabeça.

O caminho era iluminado apenas pelas luzes dos postes, comecei a acelerar os passos. Se eu fosse correndo, talvez eu conseguisse chegar em casa em menos de 20 minutos. Porra, eu precisava comprar um carro.

Arrepios passam pelo meu corpo, e eu começo a me perguntar se é por causa do frio ou não. Dou uma olhada rápida de relance pra trás e nada. Eu estou obviamente paranoica. Desde a suposta ligação, me sinto desconfortável toda vez que estou sozinha, resumindo: sempre.

Sinto um olhar queimar minhas costas, e eu rapidamente dou mais uma olhada de relance, pelo canto do olho. Dois caras estão andando lentamente atrás de mim.

Os passos atrás de mim soam mais altos, avisando que as pessoas estavam se aproximando. Dei mais uma olhada por cima do ombro pra tentar reconhecer quem são as pessoas que estavam me seguindo. As duas pessoas estavam de preto, com um capuz sobre a cabeça, me impossibilitando de ver quem era. 

Minha respiração começou a acelerar, mas eu ainda não tinha certeza se eles estavam realmente me seguindo, mas eu não sou idiota o suficiente pra ficar aqui plantada e descobrir.

Comecei a correr o mais rápido que conseguia, entrando em um beco, pra ver se eles ainda iam me seguir, dou mais uma olhada de relance pra trás, e percebo que eles não me seguiram, e um suspiro escapa de meus lábios. Paranóica. Olho pra frente novamente e minha cabeça é arremessada com força contra a parede de concreto do beco. 

— Porra Zade, não precisava ser com tanta força, doente do caralho

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— Porra Zade, não precisava ser com tanta força, doente do caralho. — Uma voz masculina diz.

Eu tenho que piscar algumas vezes até lembrar onde eu estou, o porque de eu estar deitada no chão de um beco, toda suja e o porquê de ter cinco caras me encarando. Me levanto devagar sentindo a ardência atrás da minha cabeça, passo a mão onde sinto a ardência vir, é um corte, e parece ser fundo. 

Acaricio o lugar com o dedo, quando olho pro dedo, percebo que está encharcado de sangue, um grunhido escapa de meus lábios e eu me encolho, voltando a minha atenção para os caras que estão à minha frente.

Um cara alto está parado na minha frente, ele é muito mais alto do que eu, isso é claramente notável. Não consigo enxergar seu rosto por causa da escuridão que rodeia o lugar.

— Desculpa pela agressividade — O cara que esta na minha frente diz. — Normalmente, não cumprimentamos uma amiga de anos assim. — Ele diz com um sorriso carregado de ironia no rosto.

Eu tremo, engolindo em seco, encaro os caras com mais atenção. A única coisa que ilumina o lugar, é um cigarro, que um dos garotos segura entre os dedos.

Um dos caras se aproxima, se agachando pra ficar na minha altura, ele puxa meu cabelo com força e eu bato em sua mão com raiva. Ele mostra os dentes, puxando meu cabelo de novo, levando minha cabeça junto. Ele passa o dedo pela ferida e logo limpa o sangue na calça, jogando minha cabeça de volta.

— O corte ta fundo pra caralho — O cara que se afastou a pouco diz, colocando as mãos dentro do bolso do moletom.

— Quem são vocês porra, perderam a cabeça? — Finalmente digo, minha voz carregada de raiva.

— Olha Zade, a Grayce fala palavrão agora — Ele diz e gargalha logo em seguida.

Zade? De onde eu conheço esse nome? Meu rosto fica vazio logo em seguida,eu começo a me levantar. Preciso sair daqui o mais rápido possível. Quando finalmente consigo me levantar, começo a dar alguns passos pra trás, tentando me afastar deles o mais rápido possível.

— Não precisa ficar com medo, princesinha Grayce. — Um cara sussurra atrás de mim, segurando meu ombro firmemente.

E eu rapidamente reconheço aquela voz. Kennan. Eu tento me livrar de seu toque, me debatendo contra o seu aperto, mas ele continua firme, parecendo não interessado em me soltar agora.

— Filhos da puta. — Rosno tentando chutar a perna do cara atrás de mim, quando finalmente consigo acertar o chute, ele rosna pra mim mostrando os dentes.

— Vagabunda — Ele diz, avançando em mim e apertando meu pescoço com força. Me debato tentando sair de seu toque, começo a me desesperar, eu não consigo respirar. 

— Solta ela, Dexter. — O mesmo cara que tinha falado comigo a um tempo atrás diz, tocando no ombro de Dexter. Ele se aproxima e eu o reconheço na hora. Raden.

Ele finalmente me solta, e eu caio no chão puxando o ar desesperadamente, me recomponho encarando o loiro a minha frente que ainda me encara com fúria nos olhos. Estão todos aqui?. Raden, Zade, Kennan, Aaron… E mais um cara que eu não conheço. Onde está o Azriel?...

— Então Grayce, voltando ao nosso assunto — Raden Young começa, se sentando ao meu lado e me encarando de canto — Você tem dois dias pra voltar a Shady Vale.

— Vai se fuder. — Me levanto encarando o cara ainda sentado no chão, ele me encara com diversão.

— Porra, você fica muito atraente falando palavrão — O cara que estava encostado na parece diz me encarando de cima baixo. Quem é esse filho da puta?

— Concordo com você, Vane. — Outro cara diz, mas eu reconheço sua voz na hora. Aaron Campbell. Doente do caralho.

— Chega de conversa furada — Raden fala empurrando os caras. — Dois dias, Darcie. Se não voltar pra Shady Vale em dois di-

— Vamos mandar o Zade vir te buscar, e acredite quando eu falo que ele não é nem um pouco carinhoso. Ele que fez isso na sua cabeça. — Kennan diz cortando Raden e me encarando com um sorriso divertido no rosto.
Que porra é essa?

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