DARK ROMANCE || +18
× STALKER
× MONSTER
/PLÁGIO É CRIME!
Darcie Grayce tem a vida perfeita: boas notas, uma mãe aparentemente amorosa e uma cidade pacata chamada Shady Vale. Mas tudo começa a ruir quando seis novos alunos misteriosos surgem em sua e...
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DARCIE GRAYCE
O som do vento assobia contra os vidros da cafeteria, uma melodia dissonante que dança com a angústia no meu peito. Meus dedos tamborilam nervosos sobre a mesa. Mordo a lateral do indicador, tentando encontrar foco na tela do notebook. Mas tudo que vejo é a maldita página em branco e o reflexo dos meus olhos, fundos de tanto medo mal dormido.
Uma semana desde aquela ligação. Uma semana desde que tudo começou a desmoronar.
“Você está sendo observada, Darcie.”
A voz ainda ecoa na minha mente, baixa e rouca, como se tivesse saído de algum lugar entre o pesadelo e a realidade. Desde então, dormir se tornou um luxo que eu não posso mais me permitir. Medo, ansiedade… e uma sensação crescente de que algo está vindo. Algo inevitável.
Fecho o notebook com força e empurro-o para dentro da pasta. Me levanto, jogo uma nota sobre a mesa, pego a bolsa e olho em volta. Estou sozinha. Quando foi que a cafeteria esvaziou? O relógio no celular marca 22:49. Droga. Nem percebi o tempo passar.
Empurro a porta de madeira e o sino tilinta alto demais para o silêncio da rua. Lá fora, a cidade parece engolida pela escuridão. Os comércios estão fechando, as luzes dos postes falham intermitentemente, e não há uma alma viva na calçada. A chuva começa a cair em gotas frias e preguiçosas.
Coloco a bolsa sobre a cabeça e aperto o passo. Faltam dois quarteirões até minha casa. Dois quarteirões que agora parecem quilômetros.
Sinto algo. Não sei se é o vento ou um olhar queimando em minhas costas. Me viro. Nada.
Continuo andando. Os pingos se tornam torrente. Meus sapatos escorregam na calçada molhada. Olho de novo por cima do ombro.
Dois homens. Capuzes cobrindo os rostos. Caminham na mesma direção que eu, a passos lentos e sincronizados. Meu estômago afunda.
Acelero. Eles também.
Viro a primeira esquina. Depois, a segunda. Entro em um beco. Preciso despistá-los. Meus passos ressoam alto no chão molhado. Olho para trás. Vazio.
Um alívio tolo me invade por um segundo. Até que algo me acerta. Forte.
Minha cabeça colide com a parede de concreto e tudo escurece por um momento.
— Caralho, Zade! Não precisava ser tão forte porra. — resmunga uma voz masculina.
Pisco. Vejo sombras borradas acima de mim. Quatro. Não… cinco figuras. Sinto o sangue escorrer pela nuca. Tento levantar. Tudo dói.
— Desculpa a abordagem, Grayce. Mas digamos que... Estávamos um pouco ansiosos para isso — diz o homem à frente, a voz carregada de sarcasmo.
A única iluminação vem do brilho de um cigarro aceso. Consigo vislumbrar parte de um rosto — olhos dourados, frios, intensos demais para serem humanos.
— Filhos da puta. — minha voz sai trêmula, mas não fraca.
O homem se abaixa à minha frente, puxando meu cabelo para trás. Eu bato em sua mão, mas ele ri, sádico.
— Isso é novo. A princesa Grayce aprendeu a morder. — Ele limpa meu sangue na calça e me joga de volta ao chão.
Meus olhos se ajustam melhor à escuridão. Um por um, eu os reconheço: Zade, Kennan, Vane, Aaron, Raden…
— Dois dias, Darcie — diz Raden, com um sorriso torto —. Ou você volta pra Shady Vale por vontade própria... ou mandamos alguém buscá-la.
— Vai se foder. — Cuspo as palavras, me levantando com esforço.
— Ela continua com o mesmo temperamento — diz Vane, se aproximando com olhos famintos.
Kennan aparece por trás, sua mão pousa fria e firme no meu ombro.
— Não precisa ter medo. — Ele sussurra. — A gente só quer conversar.
Reconheço a voz na hora. Me debato. Ele me segura com mais força.
— Sua alma nos pertence, Grayce — diz Vane, sem qualquer traço de humanidade na voz.
— Solta ela — ordena Raden.
Kennan reluta, depois obedece. Caio no chão, ofegante.
— Onde está… Azriel? — pergunto, entre tosses.
Raden sorri. Mas é um sorriso que não traz paz.
— Ele está te esperando. — Ele se abaixa ao meu lado, os olhos brilhando com algo sombrio demais. — E diferente de nós… ele não esqueceu.