Chapter 4 | Memories

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Capítulo 4
Dias Atuais…
Shady Vale 

Eu nunca tive problema em estar sozinha. Isso sempre fez parte da minha vida. Quando minha família morreu, senti o maior vazio dentro de mim, mas confesso, que isso não durou por mais de 4 dias. Parecia que eu havia esquecido tudo. Tudo mesmo. Mesmo presenciando o assassinato de cada um deles.

Lembro de tudo. Às vezes, as lembranças do assassinato da minha mãe, ainda vem em minha cabeça. Eu fiquei com muito medo, mas não aterrorizada. É isso que me deixa mais assustada comigo mesma.

 É isso que me deixa mais assustada comigo mesma

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Darcie Grayce
7 anos atrás...
Shady Vale

Havia acabado de sair da aula de violoncelo, corri pelo enorme corredor, indo em direção ao escritório de minha mãe. Escutei alguns gemidos, e eu estranhei, parei a poucos metros da porta do escritório. A porta estava aparentemente fechada. Me aproximei da mesma na pontinha dos pés, para quem estivesse na sala não me escutasse do lado de fora.

Coloquei meu ouvido próximo a porta, tentando escutar melhor a conversa que vinha lá de dentro. Estava silencioso. Por um momento pensei que estava ouvindo coisas. Coloquei minha mão na maçaneta da porta, prestes a abri-la. Mas parei quando escutei um soluço vir de lá de dentro.

“ Por favor, eu juro que não contei nada a ele. Eu juro. Acredite em mim porfavor “ A voz da minha mãe estava grossa, parecendo que estava chorando a muito tempo. Eu inclinei mais meu ouvido contra a porta, tentando saber com quem ela estava falando.

A pessoa que estava com ela ri. Não. Ela gargalha. Um arrepio passa pelo meu corpo, a risada é carregada de veneno, consigo perceber isso só pelo jeito que a risada soou. Era um homem, nitidamente. Ele estava debochando da minha mãe? Todos tinham medo dela, mas pelo jeito, ele não.

“ Tenha piedade de mim “ Ela implora soluçando “ Eu nunca trairia você “ Ela chora desesperadamente.

“Vagabunda do caralho” O homem diz. E eu fico sem acreditar. Ele a chamou de vagabunda. Ele chamou Andressa Grayce de vagabunda. Qual a chance dele sair vivo daqui? Por um momento eu estranho, onde estavam os seguranças dessa casa? Minha mãe sempre era cercada de seguranças.

Escuto passos vindo em direção a porta, e eu me escondo atrás de um vaso de plantas, que havia no canto da parede. Um homem alto com cabelos negros, passa pela porta, e acompanhado dele, um homem com cabelos loiros o acompanha se retirando da sala.

Quando percebi que eles já haviam cruzado o corredor, saí de trás do vaso. Percebo uma frecha de porta aberta. E me aproximo, espiando pela pequena fresta da porta. Avistei minha mãe ajoelhada orando, enquanto o homem a encarava rindo, conseguia ouvir sua risada grave, aquilo me causou um arrepio. Ele era intimidador. Eu não conseguia ver o seu rosto, porque ele estava de costas pra mim. Mas ele parecia ser durão.

“Eu tenho uma família, a minha menina não vai ter uma mãe pra cuidar dela!” Ela choraminga, eu consigo ver o desespero em seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos, a quanto tempo ela estava aqui chorando? Seu rosto estava melequento por causa da base, e seu rímel estava todo borrado. Suas olheiras também estavam bem visíveis.

“Você tá brincando né?” Ele diz, caindo na risada. “Andressa, a 5 dias atrás você estava querendo vender a alma da sua filha” Eu flexiono meu maxilar. Estavam falando de mim?, minha mãe estava tentando vender minha alma?, como assim vender minha alma? Meu cenho estava franzido, a confusão estampada em meu rosto.

“Sim… mas por favor eu imploro meu lord” Ela não parava de soluçar. Vi ela engatinhando até os pés do homem que virou a cabeça a encarando. Agora que percebi. Seu vestido longo azul marinho, estava rasgado na sua cintura. Seu longo cabelo castanho estava esparramado pelas suas costas, mas alguns fios estavam grudados em seu rosto, por causa do choro.

“Não ouse encostar em mim” O homem diz, ele se afasta dela, finalmente virando o rosto. Lindo. Ele era o homem mais lindo que eu já tinha visto. Minha respiração acelerou quando ele abriu um sorriso de lado. “Vamos acabar logo com isso, Zade” Outro homem surge do canto da sala. Ele estava ali o tempo todo? Porque não disse nada até agora? Seus cabelos eram negros. Seus olhos… um tinha um tom de violeta, e o outro era totalmente negro.

O homem que apareceu a pouco, chamado “Zade”, puxou minha mãe com força pelo braço, a fazendo ficar de pé. Ela continua chorando compulsivamente. Ele fica a sua frente encarando a mesma. Agora minha mãe estava de costas pra mim. E eu tinha uma ótima visão de Zade e do outro homem que se afastou a pouco.

Zade a comia com os olhos, a encarando de cima a baixo. Logo fixando seu olhar no peito de minha mãe. Tarado. Ele lambeu os lábios, e ela continuava chorando, mas quando viu que seu olhar parou em seu peito, ela começou a chorar mais ainda. Parecia apavorada, porque seus ombros tremiam, e suas mãos também.

“Ok, Zade. Bom lanche” O cara de cabelos castanhos diz, e vem em direção a porta. Me escondo atrás da mesma planta, vendo o mesmo andar apressadamente. Ele para por um momento. Encarando o vaso de planta que eu estava escondida. Um sorriso se curvou em seus lábios e ele continuou o seu caminho. Ele me viu? Bom, acho que não.

Saio devagar de trás do vaso, indo em direção a porta. Zade estava parado no mesmo lugar, encarando os peitos da minha mãe. Eu não tive tempo de raciocinar. Quando vejo, Zade está com o coração da minha mãe em sua mão. E está o devorando. Presas enormes devoram o coração da minha mãe. 

Lágrimas começam a descer, quando percebo, meu rosto já está melequento. Mas ainda encaro a cena, ele termina de comer, levando seus dedos até sua boca lambendo o sangue que restou. Ele logo desvia o olhar de seus dedos, o direcionando pra porta, e percebo que ele me viu. Um sorriso sádico aparece em seu rosto, ele passa a língua pelas suas presas e vem andando até mim.







Capítulo 5 disponível as 00:00/01:00.

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