Capítulo 5

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SAKURA HARUNO

Seu peito era quente e confortável, diferente da lataria que comportava nossos corpos.

Na primeira vez que ficamos assim, perguntei para ele se não amassaríamos o seu carro, mas ele apenas riu e disse que mandaria arrumar quantas vezes fosse necessário para poder ficar assim comigo.

Sorri contra o seu peito, lembrando dessa memoria que fez como na primeira vez meu estômago girar de felicidade.

O carinho que ele fazia no meu cabelo era gostoso e possivelmente poderia me fazer dormir, se não fosse pela linda paisagem que eu estava muito ocupada apreciando.

— A lua está linda hoje. — Escutei sua voz rouca falar.

Por um segundo, um misero segundo, senti meu coração parar de alegria e emoção.

Meu sorriso aumentou mais ainda, sentindo um amor inexplicável passar por mim.

— E as estrelas também. — Sua mão se fez mais presente na minha cintura, me puxando para mais perto dele.

Meu corpo acordou em pânico.

Pulei na cama, sentindo o suor dominar cada parte minha e uma dor de cabeça gritante.

— Porra. — Sussurrei para mim mesma, finalmente percebendo aonde estou.

As consequências do pesadelo estavam ali, me fazendo sentir angústia em todo meu ser.

Vi a cama ao meu lado se remexer e eu percebi que havia acordado alguém.

Não consegui me importar com isso, apenas na dor que estava em mim, a dor por todo meu corpo, pelo meu coração...

— Você está bem?

Eu não respondi, puxando o cobertor de mim, querendo arrancar esse peso.

Ele não sumiu.

Escutei mais resmungos, mas não falei nada.

— Perdeu o sono de novo?

Suspirei, sabendo que essa falta de sono está começando a afetar a minha mente. Começando a afetar as pessoas em minha volta.

Três anos. Três malditos anos que eu não consigo dormir direito e parece que cada dia que se passa a situação apenas piora.

E bem honestamente, não acho que vá melhorar.

— Não é nada. — Menti, ainda sentindo as consequências daquele sonho.

Uma mão foi para minha coluna, fazendo um carinho lá.

— Vou fazer um chá. — Hinata falou, se levantando da ponta da cama.

Mesmo no escuro, assenti para ela.

Eu odeio isso.

Odeio como as minhas amigas têm que se preocupar a cada segundo comigo, odeio como não consigo dormir, odeio a fragilidade que estou exposta, odeio que ele seja um dos motivos disso.

Ino parou o carinho reconfortante que ela fazia e ligou a luminária da sua mesinha.

Eu não gosto de vir dormir na casa das minhas amigas. Elas já são preocupadas normalmente, quando me veem assim só piora a situação. Mas dessa vez eu não consegui fugir, não depois da noite passada.

A dor latejante no topo da minha cabeça, perto do meu coro cabeludo, ainda estava ali e provavelmente ficaria por um bom tempo. Bem, pelo menos não havia dado tantos pontos, apenas três.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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