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Detroit, Michigan.
Dias atuais.

🗡️BLAKE WALTON🗡️

Eu estava mergulhada em um sono profundo, meu corpo se aninhava entre as almofadas macias e os lençóis quentes que me envolviam como um cobertor acolhedor.

Dormia de lado, com as pernas ligeiramente dobradas, uma esticada enquanto a outra se enroscava contra o colchão, buscando conforto.

O ambiente era um refúgio de tranquilidade, até que uma almofada foi subitamente pressionada contra meu rosto.

O ar começou a escapar dos meus pulmões, e eu me vi lutando contra o peso que ameaçava me prender.

Os gritos que tentava soltar eram abafados pela almofada, transformando-se em murmúrios desesperados. Porém, em um movimento instintivo, minhas pernas se agitaram, tentando escapar daquela pressão opressora.

A tensão percorreu meus músculos com uma força surpreendente, e consegui empurrar o sujeito.

Meu corpo virou-se rapidamente para o lado oposto, fazendo com que a almofada escorregasse e caísse no chão.

E assim que recuperei o fôlego, reconheci a fonte da travessura: meu irmão gêmeo.

— Seu merdinha! — Gritei, pigarreando enquanto me sentava abruptamente no colchão.

A única resposta que obtive foi o riso incontrolável de Bryan, que se contorcia no chão, como se aquela fosse a melhor piada do mundo.

Argh.

— Eu deveria ter te matado enquanto ainda estávamos na barriga da mamãe. Deveria ter te estrangulado com o cordão umbilical! — Vociferei em tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade.

Ele fez uma careta, claramente surpreso.

— Em primeiro lugar, desde quando você ofende? — Questionou, com uma expressão incrédula.

— Você também ofende — Acusei, cruzando os braços.

— É verdade. Mas um de nós precisa ser o exemplo — Respondeu ele, sentando-se na borda da minha cama com um ar de superioridade.

— Sai do meu quarto agora, idiota! — Berrei, esfregando o rosto em frustração.

— Não?

— Você tentou me matar com uma almofada! — Exclamei atônita enquanto me levantava da cama.

Ele soltou uma risada despreocupada.

— Mas você está aqui! — Gesticulou com os dedos, como se isso fosse a prova cabal de que sua brincadeira não tinha consequências. — Respirando!

Revirei os olhos, cansada das suas incessantes travessuras e chatices.

— Você não vai pedir desculpas?...

— Eu não vou pedir desculpas — Cortou-me sem hesitação.

— Você é insuportável, Bryan! Como pode ser meu irmão gêmeo?

Puxei meu short para baixo, tentando ajustá-lo para um comprimento mais apropriado após a interrupção do meu sono.

— Minha vida com certeza seria sem graça sem você — confessou Bryan, e eu sabia que ele estava sendo sincero.

— Foda-se! Vou pedir desculpas — começou ele, mas logo emendou — No entanto, as desculpas são exageradas pela sociedade, talvez as veneremos demais.

— Você está filosofando sobre isso agora?

Ele deu de ombros, como se realmente acreditasse no que dizia. Ri ao caminhar até o espelho e fazer uma careta ao ver meu cabelo desgrenhado.

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